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Grupo cria perfil no Instagram para pedir justiça no caso Carol

Eduardo de Freitas Santos, acusado de matar jovem, deixou a prisão na segunda-feira (24)

27 de Janeiro de 2022 às 00:45
Wilma Antunes [email protected]
Apresentador David Brazil, com 8 milhões de seguidores, engajou-se na campanha
Apresentador David Brazil, com 8 milhões de seguidores, engajou-se na campanha (Crédito: REPRODUÇÃO / INSTAGRAM)

A impunidade diante de um dos casos mais chocantes da região casou indignação em muita gente. Isso porque o acusado de matar a jovem Anna Carolina Pascuin Nicoletti (Carol), de 24 anos, deixou a prisão na segunda-feira (24). Eduardo de Freitas Santos, 52, é ex-padrastro da vítima e carrega um histórico comportamental turbulento.

A medida protetiva que Carol e sua mãe, Elaine Pascuin, tinham contra ele não impediu que o pior acontecesse. Sensibilizados com a situação, um grupo de pessoas resolveu criar um perfil no Instagram para clamar por justiça.

Em apenas três dias, o perfil @justicaporcarolpascuin já acumula quase 1,5 mil seguidores. O número sobe constantemente e já ganhou apoio de contas bem engajadas, como a do apresentador David Brazil, que soma mais de 8 milhões de seguidores.

O perfil @justicaporcarolpascuin traz um apelo muito importante à Justiça brasileira: mais segurança para as mulheres. “A luta aqui é por todas as mulheres, inclusive as da família do juiz, porque mesmo que ele não tenha filhas, com certeza há outras mulheres em seu convívio. Continuamos a luta para que a perda da Carol não tenha sido em vão”, diz uma das publicações. A conta também reúne conteúdos noticiados na mídia sobre o caso e resposta (stories) de outras pessoas que também estão revoltadas com a situação. “Que ela não seja mais uma estatística!”, diz um dos comentários.

O Cruzeiro do Sul conversou com as pessoas que estão por trás do @justicaporcarolpascuin. Por questões de segurança das fontes, nenhum nome será revelado na reportagem. O idealizador do projeto não conhecia Anna Carolina, mas ficou comovido com a brutalidade do crime.

“Logo quando isso tudo foi noticiado, não havia um culpado. Pensei muito no sofrimento da mãe da vítima. E agora que existe um acusado, a Justiça o deixa livre. Precisamos chamar atenção para o que está acontecendo de alguma forma”, declarou. O perfil foi criado no dia 24 de janeiro, no mesmo dia em que Eduardo foi solto.

“A impressão que eu tenho é que com a comoção social, temos mais chances de chamar atenção do coletivo. O réu é advogado, nós sabemos como são as cidades como Sorocaba e Pilar do Sul. A pessoas têm contatos. Queremos que isso chegue aos advogados e juízes. A cidade precisa mostrar que tem preocupação com o caso, assim, eles não poderão deixá-lo solto. Não é só com uma mulher que ele está mexendo, é com um monte de gente”, enfatizou um administrador.

A dor de Elaine também foi um dos motivos para que a iniciativa fosse tomada. De acordo com o grupo, eles querem, de alguma forma, ajudar a mãe da vítima a se reerguer.

“Ver o sofrimento da mãe foi o que mais nos mobilizou. Não existe remédio, cura ou tratamento para isso. A mulher que perde o marido é viúva. O filho que perde os pais é órfão. Mas, e a mãe que perde um filho? Não existe definição nem nos dicionários para isso. Uma mãe está desamparada. O culpado pela morte da Carol está solto. Ela não pode ser só mais um caso de feminicídio. Sorocaba é uma cidade violenta para mulheres e temos que nos atentar a isso!”.

Relembre o caso

A estudante de medicina veterinária Anna Carolina Pascuin Nicoletti foi encontrada morta, com um tiro na cabeça, em seu apartamento, no dia 13 de novembro de 2021. O imóvel, situado no bairro Wanel Ville, não apresentava sinais de arrombamento.

A vítima tinha uma medida protetiva contra o seu ex-padrasto Eduardo de Freitas Santos. Ele foi preso suspeito de assassinar a ex-enteada em 24 de novembro. O acusado praticava stalking contra Carol e chegou a invadir a casa em que ela morava com a mãe, Elaine Pascuin, em 2020.

Além disso, Eduardo havia sido preso em 2017, suspeito de estuprar uma adolescente e divulgar vídeos de sexo com a menor na internet. (Wilma Antunes)

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