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Sorocaba

Para advogado, imprensa está condenando Eduardo

Eduardo, principal suspeito de ter assassinado Anna Carolina Pascuin, teve o pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça

03 de Dezembro de 2021 às 14:25
Wilma Antunes [email protected]
Eduardo de Freitas Santos lamentou a morte de Carol quando o crime completou uma semana.
Eduardo de Freitas Santos lamentou a morte de Carol quando o crime completou uma semana. (Crédito: Reprodução/Facebook)

“Condenado pela imprensa”. Essa é a declaração de Marcelo Jorge sobre o caso que envolve Eduardo de Freitas Santos, ex-padrasto de Anna Carolina Pascuin Nicoletti e principal suspeito de tê-la assassinado. Santos foi preso pela Polícia Civil na tarde do dia 24 de novembro, em Pilar do Sul, mas, segundo a defesa do suspeito, isso não deveria ter acontecido, já que “não há provas consistentes” contra ele. O ex-padrasto da jovem foi ouvido pela Justiça, nesta quinta-feira (2), em uma unidade prisional de Sorocaba.

O advogado entrou com um pedido de habeas corpus, na segunda (29), no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), porém, a solicitação foi negada pelo órgão ainda na quinta-feira. Apesar de o ex-padrasto de Carol já ter sido condenado por divulgar imagens de sexo com uma menor de idade na internet, em 2017, e ter duas medidas protetivas contra o mesmo, a defesa não o considera um risco para a sociedade.

Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, Jorge alegou que Santos é inocente. “Realmente haviam as medidas protetivas, já estávamos esclarecendo essas questões, porém, os depoimentos de testemunhas não o colocam, em momento algum, na cena do crime. Tanto que não foi negado mérito do pedido de habeas corpus, o TJ determinou que o juiz da Vara de Execuções esclareça o motivo da prisão”, alegou Jorge.

Ele ainda disse que a prisão do suspeito é uma violão de direitos. “Ele não fugiu na polícia, inclusive, foi preso dentro do escritório dele. Ele foi preso para ser ouvido, não existe isso”, disse.

Em uma coletiva de imprensa realizada no dia 25 de novembro, a delegada Luciane Bachir, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), afirmou que Santos praticava stalking contra vítima, ou seja, era obcecado por Carol e a perseguia de todas as formas possíveis. “Ele gostava de ter controle sobre a vida da vítima. Quando ela se mudou para Sorocaba, o suspeito sentiu que não podia mais manipular a situação”, afirmou a delegada.

Luciane também falou que Santos não se pronunciou sobre o assunto em “momento algum” e que todas as linhas de investigação apontam para o ex-padrasto da jovem, como principal suspeito do crime.

O advogado, então, esclareceu o porquê do silêncio: “Tenho maior respeito pela autoridade policial, mas, obviamente ela vai colocá-lo como principal suspeito, tendo em vista todos os conflitos familiares. O suspeito tinha laços paternos com a vítima. Ele não disse nada porque eu ainda não tinha acessado os autos processuais. Eu o orientei a não falar nada”.

A defesa informou à reportagem que testemunhas, dentro e fora do ambiente famíliar, acusam o ex-padrasto de abuso sexual. Segundo o próprio advogado, os casos aconteceram há mais de dez anos, ele acha “estranho” que as denúncias tenham sido feitas só depois da morte de Carol.

Jorge ainda criticou o posicionamento da imprensa sobre o caso. “Não o considero uma ameaça, a imprensa está fazendo alarde desnecessário. Ele está sendo condenado pela imprensa, sem provas nenhumas”, finaliza.

Relembre o caso

Carol Pascuin, como era carinhosamente chamada pelos mais próximos, era de Pilar do Sul, mas morava em Sorocaba desde o fevereiro deste ano. A garota, de apenas 24 anos, foi encontrada morta, em seu apartamento, bairro Wanell Ville, no dia 13 de novembro. O local não tinha sinais de arrombamento, de acordo com informações da polícia.

Elaine Pascuin, mãe da vítima, viveu em união estável com o suspeito de matar sua própria filha por 15 anos. Tanto Carol, quando Elaine, tinham medidas protetivas contra Santos, que chegou a invadir a casa onde elas moravam, em agosto de 2020. “O caso dele é de perseguição. Foi crime de ódio, o jeito que mataram ela... quem que mata uma pessoa dormindo? Ainda mais uma menina boa, correta, não fazia nada de mal para ninguém”, disse.

Segundo a delegada que cuida do caso, Santos atormentava a garota com dezenas de mensagens no aplicativo WhatsApp, fazia perfis falsos para vigiá-la nas redes sociais e chegou até a se matricular no mesmo curso que a vítima para manter-se perto dela.

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