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Sorocaba

Vigias terceirizados das escolas municipais anunciam paralisação

O motivo é falta de pagamento de salários e benefícios por parte da empresa SM Service Terceirizados Ltda.

30 de Julho de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
O serviço terceirizado de vigilância foi anunciado em julho de 2021
O serviço terceirizado de vigilância foi anunciado em julho de 2021 (Crédito: SECOM SOROCABA)

Sem pagamento e com as contas atrasadas, os vigias da rede municipal de ensino anunciaram greve. Embora alguns funcionários tenham aderido à interrupção dos serviços desde o dia 10 de julho, a paralisação começou, oficialmente, ontem (29). O motivo é falta de pagamento de salários e benefícios por parte da empresa SM Service Terceirizados Ltda., contratada pela Prefeitura de Sorocaba para gerenciar o trabalho dos vigias nas escolas.

A situação está complicada, conforme relatos de profissionais que optaram por não ter suas identidades reveladas. Com as contas bancárias negativas, a fome tem assombrado os lares dos funcionários que, há mais de cinco meses, esperam por uma resolução do caso. "A gente estava sem vale-transporte, praticamente pagando para trabalhar. Salário atrasado e sem vale-refeição. Para se ter uma ideia, a Prefeitura distribuiu cestas básicas para nós, porque estávamos passando fome. Algumas pessoas tiveram a energia cortada", disse um dos vigias.

Na terça-feira (26), a Prefeitura teria pedido prazo de 48 horas para por fim ao imbróglio, segundo os vigilantes. Contudo, o prazo se excedeu e nada foi resolvido. Diante desse impasse, a saída encontrada foi paralisar os serviços até conseguir uma resposta efetiva por parte da empresa e da Prefeitura. Os alunos das escolas municipais retornarão às unidades nesta segunda-feira (1º). A vigilância, realizada 24 horas por dia, não será feita em nenhum turno.

“O prefeito (Rodrigo Manga) falou que a conta da empresa está bloqueada para receber o dinheiro e que vai usar uma conta da Justiça. Aí todo mundo vai receber pela Justiça, mas olha... para falar a verdade, a gente fica até meio desconfiado. Não dá para esperar todo esse tempo. A gente depende desse dinheiro para sobreviver. Temos as despesas da casa, filhos para cuidar. Chegou numa (sic) situação em que dá medo de não ter o que comer. Isso é desesperador. Ninguém deveria passar por esse tipo de humilhação”, desabafou outro funcionário.

A Prefeitura informou à reportagem que empresa prestadora do serviço alegou “ter efetuado o pagamento restante dos vigias” na quinta-feira (28), mas não se manifestou sobre possível rescisão de contrato com a SM Service, bem como autuação à entidade. A SM Service Terceirizados Ltda. não respondeu aos questionamentos.

Ministério do Trabalho

A SM Service System Terceirizados Ltda. já foi fiscalizada pelo Ministério do Trabalho e Previdência devido às irregularidades apontadas por funcionários. A ação ocorreu no dia 22 de julho, após denúncia pública noticiada pelo Cruzeiro do Sul. De acordo com o Ministério, a empresa recebeu 10 autuações, sendo três relacionadas aos vigias das unidade educacionais.

Os processos do órgão contra a entidade ainda estão em andamento. Conforme o levantamento feito, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de 1.270 funcionários da SM Service está atrasado. Deste número, 200 são de funcionários que fazem a segurança das escolas. Outras questões foram levantadas como a falta de pagamento integral e atraso de vale-refeição, jornada de trabalho superior a 12 horas diárias, bem como constante atraso de pagamento de salários. Além disso, a empresa também tem atrasado o pagamento de R$ 136 para cada empregado a título de cesta básica de alimentação. (Wilma Antunes)