Crime organizado
Suspeito de financiar mega-assalto em Araçatuba participou de assassinato em Sorocaba
Paulo César Gabrir, preso de madrugada e solto no final do dia, estaria envolvido na morte do PM Sandro Luís Gomes
*Matéria atualizada às 20h18 com a soltura dos suspeitos.
Suspeito de financiar o mega-assalto em Araçatuba ocorrido no dia 30 de agosto, Paulo César Gabrir, de 33 anos, preso nesta madrugada (8) em Sorocaba, já somava passagens anteriores por tráfico de drogas e homicídio de um policial militar na própria cidade, segundo a polícia. Além dele, Michele Maria da Silva, sua esposa, que já era procurada, e Emerson Henrique Dias, suspeito no caso, também foram presos. No final do dia de ontem, porém, por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, os três foram soltos.
Gabrir é suspeito de ser o diretor financeiro da estrutura que permitiu o mega-assalto registrado em Araçatuba, quando homens fortemente armados invadiram e atacaram três agências bancárias e deixaram três pessoas mortas. Na apreensão em Sorocaba, ele admitiu ter financiado a operação e, inclusive, revelou informalmente à polícia que a logística da invasão àquela cidade custou R$ 600 mil. Antes desta apreensão, porém, ele já tinha histórico de passagens.
O criminoso já havia sido preso em 2013, aos 25 anos, em sua casa, durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por tráfico de drogas. Um ano depois, ele foi apontado como um dos envolvidos no assassinato do PM Sandro Luís Gomes, que levou um tiro na cabeça quando estava dentro de uma viatura, na Avenida Itavuvu, zona norte de Sorocaba.
No mesmo ano, segundo a polícia, Gabrir esteve envolvido em um assalto a um empresário em um condomínio de luxo entre a cidade e Salto de Pirapora. Na ocasião, oito criminosos armados renderam o chefe de segurança do empresário e fez a família refém por cerca de quatro horas. Eles saíram levando 2 milhões em reais, euro, dólar e joias.
Suspeitos são soltos no final do dia
Paulo César Gabrir, sua esposa Michele Maria da Silva e Emerson Henrique Dias, presos na última madrugada (8), em Sorocaba, por suspeita de envolvimento no mega-assalto em Araçatuba foram soltos em menos de 24 horas. A decisão partiu do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo por não haver “nenhum indício que os vinculasse ao caso de Araçatuba”.
Segundo nota enviada à reportagem, o órgão afirma que “as prisões em flagrante dos indiciados foram relaxadas”, uma vez que não houve “apreensão de nenhum instrumento ou produto de crime relacionado àquele caso em poder dos autuados (dinheiro, armas, explosivos etc.), com exceção de uma denúncia anônima, que nem mesmo é considerada indício”.
Por fim, o Tribunal afirmou que eles foram detidos pelo crime de associação criminosa, previsto no artigo 3º da Lei n.º 12.850/13, “sem que, no entanto, houvesse nos autos indícios mínimos da prática de tal crime pelos autuados. Essa a razão de ter havido relaxamento das prisões em flagrante”.
Relembre o assalto
Homens fortemente armados invadiram e atacaram três agências bancárias (Safra, Banco do Brasil e Caixa) no centro de Araçatuba, a 521 km de São Paulo, na madrugada de 30 de agosto. Segundo a Polícia Militar, três pessoas morreram. Um homem teve a perna amputada após passar de bicicleta próximo de um artefato explosivo.
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