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Elefanta Haisa é enterrada no parque Chico Mendes em Sorocaba

19 de Novembro de 2020 às 16:02
Vinicius Camargo [email protected]

Elefanta asiática é enterrada em Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (19/11/2020)

Atualizada às 17h11

A elefanta asiática Haisa foi enterrada às 15h53 desta quinta-feira (19), no Parque Natural Chico Mendes, no Alto da Boa Vista, em Sorocaba. O animal vivia no Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros e morreu na noite de quarta-feira (18). A fêmea sofria de artrose. O laudo com a causa da morte deve sair em 45 dias.

O corpo de Haisa deixou o hospital veterinário da Universidade de Sorocaba (Uniso), onde passou por necropsia, às 15h15. Foi levado ao local do enterro na caçamba de um caminhão e chegou por volta das 15h30.

A elefanta foi retirada do veículo por um guindaste e, na sequência, colocada em cova aberta em área de mata nos fundos do parque. Para evitar contaminação, o solo foi preparado com cal, antes de receber o corpo.

Diversos técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) e do zoológico auxiliaram e acompanharam o enterro. Sob forte emoção, os funcionários prestaram a última homenagem à Haisa. Antes da máquina retroescavadeira começar a jogar terra sobre o corpo do animal, eles fizeram um minuto de silêncio e, depois, uma salva de palmas.

 Morte

A elefanta morreu por volta das 19h de quarta-feira (18). Segundo a Sema, durante patrulhamento no zoo, um guarda civil municipal estava próximo ao recinto e presenciou o momento da morte do animal.

Uma operação foi montada durante a madrugada desta quinta (19) para transportar o corpo, de cerca de três toneladas. Haisa passou por necropsia no hospital da Uniso. Para ser levada até lá, foi içada por um guindaste e colocada em um caminhão. Seis funcionários participaram do transporte.

O procedimento para identificar a causa da morte foi acompanhado pelos patologistas Natália Fernandes e Juliana Guerra, do Instituto Adolfo Lutz, e Pedro Navas, da Universidade de São Paulo (USP). Outros dois patologistas da USP e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu também participaram do processo.

Repercussão

O caso de Haisa repercutiu após a publicação de um vídeo nas redes sociais. As imagens, feitas por Eric Prestes, veterinário e ex-funcionário do zoo, viralizaram. Os registros lançavam dúvidas sobre o estado de saúde e as condições de tratamento do animal. Na gravação, o autor afirma que a elefanta estava com as patas inflamadas e dificuldades de locomoção. Prestes lamentou a morte da elefanta em uma rede social. "Descanse em paz, minha guerreira. Acabou seu sofrimento em cativeiro", escreveu.

Na ocasião, a Prefeitura de Sorocaba alegou tratar-se de um quadro de artrose. Desde maio deste ano, a elefanta apresentava dificuldade motora. A doença caracteriza-se pelo processo degenerativo das articulações, provocando desgaste das cartilagens e demais estruturas ali presentes. O problema está relacionado à idade.

Haisa chegou ao parque em 1995, já adulta, vinda de um circo. Estima-se que ela tinha mais de 60 anos. Para a espécie, a expectativa de vida em cativeiro é de 48 anos. Devido à idade avançada, ela recebia uma rotina de cuidados especiais, em prol da sua qualidade de vida.

Apuração

Na tarde de quarta (18), horas antes da morte da fêmea, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) instaurou procedimento preparatório para inquérito civil sobre o estado de saúde do animal. O promotor Jorge Alberto Marum, autor da portaria, pediu à Prefeitura de Sorocaba informações sobre as condições de Haisa. A administração municipal tem 30 dias para apresentar esclarecimentos.

Nesta quinta (19), Marum afirmou que a morte da elefanta não suspende o processo.

Zoo fechado

zoológico ficou fechado nesta quinta (19), por motivo de luto. O parque reabre para visitação nesta sexta-feira (20), feriado do Dia da Consciência Negra. (Vinicius Camargo)