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Sorocaba anuncia regressão de fase e fecha comércio não essencial por sete dias

19 de Junho de 2020 às 17:04

Prefeita Jaqueline Coutinho faz coletiva para anunciar novas medidas de combate ao coronavírus em Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (19/6/2020)

Após o alerta, pelo Governo do Estado, de que Sorocaba e Campinas caminham para as zonas mais perigosas da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a prefeita de Sorocaba, Jaqueline Coutinho (PSL), anunciou na tarde desta sexta-feira (19), em entrevista coletiva no Paço Municipal, a regressão de fase no Plano São Paulo de retomada econômica.

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A partir de segunda-feira (22), o comércio não essencial (lojas de rua, galerias, shoppings, etc) voltarão a ficar fechados, por um período de sete dias. As atividades religiosas também estarão suspensas. A decisão não afeta o comércio considerado essencial, como farmácias e supermercados.

Durante uma semana, os serviços municipais também voltarão a ser restritos no Paço Municipal, nas Casas do Cidadão e nos Cras. Conforme a prefeita, só haverá atendimento presencial "para os casos em que não possa ser feito on-line."

Acompanhe a entrevista coletiva ao vivo:

https://www.facebook.com/jornalcruzeiro/videos/1193054734438186/

Aumento de casos

Conforme as informações atualizadas da Secretaria da Saúde (SES), a cidade chegou a 3.129 casos da doença, com 350 novas confirmações nas últimas 24 horas. Deste aumento, 241 casos são referentes à testagem rápida da população carcerária da Penitenciária 2 de Aparecidinha, conforme inquérito sorológico da Secretaria da Administração Penitenciária.

Em relação ao total de 3.129 confirmações, 837 casos referem-se à população carcerária. O número de óbitos pela doença na cidade é de 89 mortes. Há 47 pessoas em UTI, o que representa novo recorde. Os casos descartados são 6.188, e 191 pessoas aguardam resultado de exames.

"Diante do nível estadual, o aumento do numero de casos é evidente. É o momento de adotarmos medidas mais restritivas, pelo prazo de uma semana, a partir de segunda-feira, para que voltemos à fase I do Plano São Paulo, que permite apenas o funcionamento dos serviços essenciais", justificou a prefeita.

O transporte coletivo será mantido com 50% da frota em funcionamento. Jaqueline Coutinho anunciou, ainda, que serão disponibilizados mais 10 leitos de UTI na Santa Casa e a cidade receberá mais cinco respiradores.

Situação crítica

O sinal vermelho foi aceso em Sorocaba com a grande ocupação dos leitos de UTI. A situação é crítica, com 100% de ocupação na Santa Casa e no Centro Hospitalar de Sorocaba (CHS) e 96,66% no Novo Regional Adib Jatene. O hospital de campanha tem dois leitos de estabilização e 50% de ocupação.

Na rede particular, o Hospital Unimed tem 93,33% dos leitos de UTI pactuados para Covid-19 ocupados. No Samaritano, a ocupação é de 90%, e no Evangélico, de 53,33%.

Alerta

A decisão da prefeita de Sorocaba acompanha a que foi tomada pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB). Ele também anunciou o fechamento do comércio de rua e dos shoppings a partir de segunda-feira (22), por sete dias. O prazo poderá ser prorrogado por mais uma semana.

A posição das duas cidades é reflexo do alerta do governador João Doria (PSDB) e do responsável pelo centro de Contingência Covid-19, Carlos Carvalho, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, acerca da situação das duas cidades, recomendando que ambas adotassem nova restrição em suas atividades.

“Pela média da situação de saúde, elas (Sorocaba e Campinas) ainda estão no laranja. Mas esses dois municípios estão em uma situação que está apontando para a possibilidade de uma grande número de casos para o sistema específico daquele município. A regional pode estar ainda com uma média adequada de leitos, mas esses municípios estão entrando em uma zona mais perigosa”, detalhou Carvalho.

Ele também disse que a situação fez com que fosse emitido uma nota técnica do Comitê chamando a atenção dos prefeitos de Campinas e Sorocaba. “O Centro de Contingência está fazendo uma nota técnica sugerindo que esses prefeitos possam tomar uma atitude de promover um fechamento desses municípios devido a essa evolução”, confirma.

Ainda conforme Carvalho, essas notas técnicas recomendam, por exemplo, que os municípios, focos dos documentos, sejam mais restritivos.

Reavaliação

A situação será reavaliada na sexta-feira, dia 26, conforme os dados (número de casos, número de óbitos e ocupação de leitos) registrados durante a semana.

Ademir Watanabe, secretário de Saúde, respondendo ao jornal Cruzeiro do Sul, comentou se os sete dias serão suficientes para avaliar uma possível redução. “A prefeita colocou sete dias e nós vamos todos os dias estar avaliando essas taxas de ocupação nos hospitais. Esperamos que sim. Não queremos trazer mais danos, mais prejuízos, mais preocupação à população. Por isso que a gente pensa que esses sete dias seriam suficientes”, diz. “Por isso que a gente pede também que a população colabore e faça o isolamento social”, complementou.   (Marcel Scinocca e Eric Mantuan)

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