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Remédios apreendidos em depósito clandestino são descartados pela Prefeitura de Sorocaba

14 de Agosto de 2019 às 14:00

Remédios apreendidos em depósito clandestino são descartados em Sorocaba Material apreendido foi destruído pela prefeitura. Crédito da foto: Prefeitura de Sorocaba / Divulgação (13/8/2019)

Cinco toneladas de remédios armazenados em um depósito clandestino no Jardim Bandeirante foram descartados pela Prefeitura de Sorocaba. O trabalho foi feito terça-feira (13).

De acordo com a Prefeitura, os materiais apreendidos estão divididos entre os grupos biológicos, químicos e comuns. Eles foram apreendidos durante uma operação da Vigilância Sanitária Municipal (Visa) e Polícia Civil, na quarta-feira (8).

Segundo a pasta, após a classificação, os produtos foram encaminhados para destinação final. Os biológicos para autoclavação, isto é, esterilização do material. Os químicos foram incinerados e o comuns levados para aterro sanitário, onde foram descaracterizados.

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Remédios apreendidos em depósito clandestino são descartados em Sorocaba O material apreendido foi encaminhado à sede da Dise, em Sorocaba. Crédito da foto: Emídio Marques (8/8/2019)

Investigação e apreensão

A polícia chegou ao local a partir de denúncia anônima e após dois meses de investigações em parceria com o órgão municipal. No local, os policiais encontraram uma espécie de armazém clandestino, onde os produtos estavam armazenados de maneira inadequada.

Havia remédios de uso contínuo e controlado mantidos sem refrigeração, assim como medicamentos com data de validade vencida. Além disso, o dono do imóvel não apresentou as notas fiscais dos produtos.

De acordo com a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), os materiais encontrados no armazém clandestino eram fornecidos para instituições públicas de saúde, incluindo as Unidades Pré-Hospitalares (UPHs) de Sorocaba, Norte e Oeste. A distribuidora também mantinha contratos com prefeituras do interior.

Ainda segundo a Dise, o proprietário da residência e do depósito clandestino fechado também possui uma empresa que comercializa medicamentos na cidade de Cajamar. A empresa mantém contratos com vários clientes, incluindo órgãos municipais e unidades públicas de saúde em Sorocaba.

O proprietário da residência, que preferiu não se identificar, confirmou ao Cruzeiro do Sul a informação da Polícia sobre o estabelecimento de Cajamar. Ele disse que o material encontrado no depósito de Sorocaba foi trazido de lá. Ele ainda afirmou que possui contrato com a organização social Instituto Diretrizes, que faz a gestão das UPHs Norte e Oeste em Sorocaba.

Remédios apreendidos em depósito clandestino são descartados em Sorocaba Imóvel onde o medicamento foi apreendido em Sorocaba. Crédito da foto: Emídio Marques (8/8/2019)

Operação

Os policiais da Dise cumpriram mandado de busca e apreensão em três endereços, sendo um em imóvel no Jardim Bandeirantes, onde os produtos foram apreendidos, na casa do proprietário, cujo endereço não foi informado pela polícia, e um terceiro local, também não informado.

A operação da Dise no armazém clandestino começou por volta das 10h e continuou durante a tarde, em função da grande quantidade de caixas e de produtos que estavam no local. Todo o material foi contabilizado pela polícia e levado para a sede da Dise, que fica no Jardim Astro, nas proximidades do depósito. Em seguida, todos os produtos seriam levados para a Vigilância Sanitária, onde devem ser destruídos.

O delegado de polícia e titular da Dise Sorocaba, Rodrigo Ayres, disse que no local havia diversos medicamentos, produtos com data de validade vencida, além de inúmeros tipos de insumos hospitalares, como luvas, soro fisiológico, água oxigenada, fraldas e recipientes para coleta de exames, entre outros materiais.

No final da tarde, a Vigilância Sanitária informou a contabilização de 642 caixas com produtos apreendidos no depósito clandestino. A Visa e a Dise também encontraram medicamentos no veículo do proprietário do imóvel e constataram que o CNPJ da empresa está inválido.

O proprietário da distribuidora, que estava no local no momento em que a polícia chegou, foi encaminhado para o plantão norte, onde prestou depoimento. Ele passou pela audiência de custódia no Fórum. O suspeito pode responder na Justiça por crime contra o consumidor e crime contra a saúde pública. (Da Redação, com informações da Secom)