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Prefeitura pede informações a santuário sobre morte de Black

11 de Fevereiro de 2021 às 11:52
Jomar Bellini [email protected]

Impedimento de visita a Black gera polêmica O chimpanzé foi transferido do zoológico no dia 6 de maio de 2019. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (28/5/2019)

A Prefeitura de Sorocaba solicitou detalhes sobre a morte do chimpanzé Black dentro do Santuário de Primatas. O animal morreu às 21h02 da noite de sábado (6) por parada cardiorrespiratória.

Black, que tinha idade estimada em 50 anos, estava no local desde 2019, quando deixou o recinto onde vivia sozinho, no Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros”, após uma decisão da Justiça. O chimpanzé foi sepultado no próprio santuário depois de passar por necropsia.

Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) informou que recebeu a notícia da morte do chimpanzé pelas redes sociais e não oficialmente pela mantenedora do santuário. Um ofício foi enviado na segunda-feira (8) solicitando informações, incluindo os laudos técnicos e exames feitos no animal.

A Sema disse ainda que fez contato com o mantenedouro anteriormente, "porém a administração do local não permitiu a entrada da equipe do Parque Zoológico Municipal para ver o Black. A transferência do Black para o mantenedouro está na Justiça desde a época", completa.

Já o Projeto The Great Ape Project (GAP) afirmou em nota que por se tratar de um caso judicial, "tudo em relação ao chimpanzé Black foi devidamente informado à juíza do caso no processo, que é público e pode ser consultado". A nota diz ainda que as informações também foram prestadas ao Ministério Público.

"Nessa linha, reiteramos que no processo constam detalhes dos motivos da paralisação das visitas da equipe do zoológico. Depois da realização de algumas, notou-se um estresse maior por parte do Black e uma regressão no seu comportamento, avaliando-se a necessidade da sua suspensão", justificou.

Em 2019, depois de mais um processo protocolado por ONGs em 2018, Black foi transferido para o Santuário por determinação judicial no dia 6  de maio de 2019. Na época, veterinários e biólogos divergiram sobre o tema, pois alguns afirmaram que Black já estava habituado com a rotina e com as pessoas do zoológico, enquanto as duas entidades que pediam a transferência — Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda) e da Associação Sempre Pelos Animais — alegavam que no santuário Black poderia interagir com outros primatas e não precisaria mais conviver com o estresse causado pela visitação.

Mesmo após a transferência, o caso continuava em discussão na Justiça. O promotor que acompanha o caso, Jorge Alberto de Oliveira Marum, afirmou ao jornal Cruzeiro do Sul que, após a morte de Black, a ONG que iniciou o processo deve pedir a extinção da ação. A medida precisará da concordância da Prefeitura. (Jomar Bellini)