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Prefeito cassado de Boituva é alvo de ação por ameaças

21 de Fevereiro de 2019 às 06:01
Ana Claudia Martins [email protected]

O prefeito cassado de Boituva, Fernando Lopes da Silva (PSDB). Crédito da foto: Divulgação

O presidente da Câmara de Boituva, o vereador Pedro Teodoro Filho (Pros), disse que entrou com uma ação na Justiça, no Fórum de Boituva, no fim de novembro do ano passado, e com uma representação no Ministério Público do Estado (MP-SP), na mesma ocasião, por conta de supostas ameaças por parte do prefeito cassado por improbidade administrativa, Fernando Lopes da Silva (PSDB).

Um vídeo sobre as ameaças, gravado pelo vereador, foi mostrado na sessão de segunda-feira (18), na Câmara, na abertura dos trabalhos da Comissão Processante (CP). A cassação do mandato do prefeito ocorreu na noite de terça, por nove votos a quatro. Segundo o presidente da Câmara, o vídeo teria sido gravado por ele durante uma conversa com o prefeito, no gabinete dele, em novembro do ano passado.

O vereador afirma que Fernando o ameaçou dizendo que iria abrir uma investigação para apurar supostas irregularidades na empresa dele. “Tenho uma empresa que vende gás e depois passei também a vender ração para animais e fiz todas as alterações necessárias na Junta Comercial e protocolei tudo na Prefeitura de Boituva. Mas quando as investigações da CP, que cassou o prefeito, começaram, ele ameaçou abrir uma investigação contra a minha empresa caso eu votasse a favor do pedido de cassação dele”, diz.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a assessoria de imprensa do prefeito cassado, por meio de ligações para o telefone celular e de mensagens do aplicativo WhatsApp, mas não houve retorno.

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De acordo com o presidente da Câmara, ele foi chamado para uma reunião no gabinete do prefeito cujo tema era educação, e após a reunião, Fernando disse que precisava tratar um assunto político com o vereador. “Ele começou a mostrar imagens de um vídeo que foi gravado na sala dele onde aparece eu pegando uma quantia em dinheiro no valor de R$ 2 mil, que era uma doação do prefeito para projetos sociais que eu desenvolvo para pessoas carentes do município”, conta Pedro.

Doações em dinheiro

Segundo o vereador, o próprio prefeito, meses atrás, teria pedido para contribuir com doações em dinheiro, de forma anônima, para os projetos sociais desenvolvidos pelo parlamentar, e que as contribuições deveriam ser retiradas no gabinete do prefeito. “O dinheiro doado era pessoal dele, não trata-se de dinheiro público. E como ele quis doar para os projetos sociais eu aceitei e fui buscar a contribuição, pois não tem nada errado nisso, e na cidade as pessoas sabem que eu sempre fiz esse trabalho voluntário (...). Porém, o prefeito estava usando isso para tentar me coagir a não votar contra ele no processo de cassação”, diz.

Sobre as denúncias levantadas contra a empresa, o vereador afirma que se o prefeito cassado tivesse feito fizesse uma consulta a respeito na própria Prefeitura iria constatar que não existe irregularidade.

Já o vídeo, com 2 minutos e 51 segundos de duração, mostra a conversa entre o prefeito e o presidente da Câmara. No fim da gravação, o prefeito chama um segurança, que entra na sala. Nesse momento, o celular do vereador foi retirado das mãos dele e a gravação foi encerrada. O vereador disse que outra pessoa entrou na sala, além do segurança, e que ela pegou o celular dele e se retirou. “Aí eu disse ao prefeito que iria chamar a polícia porque o meu celular tinha sido levado. Assim, o Fernando mandou o segurança buscar meu celular e me entregou. Como tem senha, o vídeo não foi apagado”, disse.