Sorocaba confirmou mais duas mortes por dengue, nesta quinta-feira (18), e ultrapassou a marca histórica de 2015, quando foi decretada epidemia na cidade. Naquele ano foram 37 pessoas que morreram em decorrência da doença e pouco mais de 55 mil casos. Já nos primeiros sete meses deste ano, foram registrados 38 óbitos e quase 45 mil positivados.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SES), 2015 contava com 644.919 residentes e apresentou 37 óbitos. Em 2024, a população chegou a 723.682 moradores. Ainda conforme a pasta, “dos 38 óbitos deste ano, 25 são de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 63,15%, sendo 20 óbitos em unidades de saúde privada e 18 em unidades públicas.”

A prefeitura salienta também que a marca, que é constatada no cenário nacional, sinaliza um crescimento atípico em relação aos anos anteriores. Em pouco mais de sete meses, o Brasil apresentou 6,3 milhões de casos prováveis e 4.657 óbitos.

Epidemia

Há nove anos, com os dados crescendo a cada dia, foi decretada epidemia de dengue. A medida não foi adotada neste ano, na qual a prefeitura optou por promulgar situação de emergência em março. Entre as atitudes, ampliação no atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e contratação de profissionais temporários.

Apesar do número de mortes ser maior que o de 2015, a pasta municipal de saúde não prevê a decretação da epidemia, visto que desde o início de julho não há nenhuma nova morte. As últimas confirmações, assim como as próximas, são dados retroativos. Ainda assim, a equipe continuará monitorando os casos e mortes.

De acordo com o levantamento municipal, o pico de infecções e mortes foram em abril e maio, quando houve 14 mortes confirmadas em cada mês. Já em março e junho, os números ficaram em seis e quatro, respectivamente.

Em entrevista ao Cruzeiro do Sul na segunda-feira (15), a gestora da Vigilância em Saúde da cidade, Daniela Silva, esclareceu que uma das questões de 2015 foi a testagem. E que, nas últimas semanas deste ano os testes positivos está menor. “A cada 100, apenas 16, 18 pessoas testam positivo”, disse a profissional.

Vacinação e cuidados

Uma das maneiras de prevenção contra a dengue é a vacinação. A campanha em Sorocaba terminou no dia 19 de junho, após as pouco mais de 11 mil doses acabarem. O quantitativo não foi suficiente para vacinar todo o público-alvo de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, estimadas em mais de 40 mil.

Segundo a SES, o Ministério da Saúde não os comunicou sobre uma nova remessa. Conforme nota técnica da pasta federal, a segunda dose da vacina Qdenga deve ser administrada com o intervado de três meses. Desta maneira, em Sorocaba, as 11 mil crianças e adolescentes precisam retornar às UBSs em agosto.

Outra maneira de evitar o contágio e evitar a proliferação do mosquito é cuidar “da própria casa”. Por isso, a população deve eliminar água armazenada em pontos que podem se tornar possíveis criadouros. Vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e até recipientes pequenos, como tampas de garrafas, são exemplos de onde as larvas do mosquito Aedes aegypti podem se proliferar.

Duas novas mortes

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SES), as duas mortes, divulgadas no boletim epidemiológico de hoje (18), referem-se a dois pacientes que não tinham doenças pré-existentes: um homem de 65 anos, falecido no dia 15 de junho e um outro homem, de 88 anos, que morreu no dia 17 do mês passado.

A pasta atualizou, também, o número de pacientes internados por dengue. São duas pessoas em leitos de enfermaria. Não há mais ninguém com atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Por fim, a SES informou que, neste momento, Sorocaba tem 44.911 confirmados, sendo 44.662 autóctones -- quando a doença é adquirida no município --, 234 importados e 15 indeterminados. Há, ainda, 11 óbitos em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz.