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Sorocaba confirma mais duas mortes por dengue em 2024

Cuidado para evitar a proliferação do Aedes aegypti deve ser mantido mesmo nos dias frios

15 de Julho de 2024 às 23:32
Thaís Marcolino [email protected]
Nas três primeiras semanas de 2024, o Brasil contabilizou 12 mortes por dengue e 120.874 casos prováveis
Aedes aegypti (Crédito: Apu Gomes/AFP )

A Secretaria Municipal da Saúde (SES) de Sorocaba confirmou, ontem (15), mais duas mortes por dengue. Agora, a cidade totaliza 36 óbitos e mais de 44 mil casos em decorrência da doença. A divulgação dos números em meio à estação mais fria do ano, em que a proliferação e infecção pelo mosquito Aedes aegypti tendem a ser menores, assusta, já que não era esperado.

Mas, conforme explicou a gestora da Vigilância em Saúde da cidade, Daniela Silva, os números, em sua maioria, principalmente de mortes, não representam a época em que foram divulgados. “As confirmações de mortes não são de agora. Esses dias veio um de abril. Todas as mortes suspeitas são encaminhadas ao Instituto Adolfo Lutz para análise e a espera, muitas vezes, é de dois meses ou mais, por que eles também têm muita demanda”, disse. Novos óbitos não são notificados em Sorocaba desde o início de julho.

Conforme levantamento da reportagem, baseado em dados divulgados pela SES ao longo do ano, maio teve 10 confirmações de mortes, enquanto junho foram 11 e, na primeira quinzena de julho, seis.

Em relação aos casos, Sorocaba totaliza 44.658 positivados. Em maio, foram 15.898 a mais. Já em junho o número caiu para 14.049. E, até ontem (15), eram 3.740 exames confirmatórios. Uma queda de 76% em três meses. “Antes, a gente tinha em torno de seis mil notificações por semana. Na (semana) passada foram 973. A cada semana há cerca de 30,33% a menos”, comentou Daniela.

Ainda assim, os números são vistos pelos especialistas como atípico para a época. “Está assim em todos os municípios. Os números estão controlados mas, de fato, não era esperado”, complementou a gestora. Uma das explicações pode ser a temperatura.

O mosquito Aedes aegypti — que transmite a dengue, chikungunya e zika — tende a circular menos durante períodos mais gelados, porém, se os criadouros não forem eliminados, os ovos depositados podem permanecer intactos por meses e, quando os dias mais quentes voltam, eles vão eclodir, dando origem a um novo ciclo do mosquito.

Outra hipótese é a mutação do transmissor. “Pode ter tido uma mutação? Pode. Mas isso está sendo investigado. Ele se acostumou com a gente, com os nossos hábitos”, observou a profissional da SES.

2015 x 2024

Em 2015, ano em que a Prefeitura decretou epidemia de dengue, Sorocaba teve mais de 55 mil notificações e 37 mortos. Conforme a gestora de saúde da cidade, uma das questões daquele ano foi a testagem. “No final de janeiro de 2015 foi parado a testagem e adotado o critério clínico. Se a pessoa tivesse febre e outros dois sintomas, era diagnosticado com dengue”, observou.

Ainda segundo Daniela, “esse ano (2024), a gente testou até abril para saber se o aumento era real mesmo. Devido à escassez de teste no mercado, não teve como comprar. Mas, agora voltamos”, explicou. “Agora até a testagem está menor. A cada 100, apenas 16, 18 pessoas testam positivo”, finalizou a profissional.

Onde tem mais casos?

Ainda segundo Daniela, a zona oeste de Sorocaba é a região onde há mais notificações por dengue desde o início do ano. No Jardim Simus, Wanel Ville e proximidades foram retirados, ainda, mais de 230 quilos de inservíveis. Inclusive, uma das unidades sentinelas foi alocada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Simus para facilitar o atendimento aos sintomáticos.

Mas, independente do local e clima, a população precisa colaborar. A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito, eliminando água armazenada em pontos que podem se tornar possíveis criadouros. Vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e até recipientes pequenos, como tampas de garrafas, são exemplos de onde as larvas do mosquito podem se proliferar.

Boletim epidemiológico

Conforme levantamento da SES, divulgado ontem (15), entre as duas novas vítimas está um homem de 48 anos, que morreu no dia 25 de junho e não tinha comorbidades. A outra é uma mulher, de 57 anos, que morreu, sem doenças preexistentes, no dia 23 de maio.

Além deles, a cidade aguarda, ainda, o resultado de outros 15 exames de pessoas que morreram com suspeita da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Ainda segundo a Prefeitura, 10 pessoas estão internadas em hospitais em tratamento da dengue. Duas delas ocupam leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e oito de enfermaria. Os hospitais com pacientes em tais situações são: Santa Casa (3), Modelo (3), Evangélico (3) e Santa Lucinda (1).

Em relação aos casos, Sorocaba tem 44.658 positivados, sendo 44.350 autóctones — quando a doença é adquirida no município—, 294 importados e 14 indeterminados.

 

 

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