STF
Sorocabano condenado pela manifestação de 8/1 se declara inocente
Em contato com o Cruzeiro do Sul, Wellington Luiz Firmino diz que não causou nenhum tipo de dano, nem quebrou móveis ou objetos nas sedes dos Três Poderes
O sorocabano condenado pela participação nas manifestações de 8 de janeiro do ano passado em Brasília se declara inocente. Wellington Luiz Firmino, de 34 anos, entrou em contato, neste domingo (10), com o Cruzeiro do Sul após publicação de reportagem sobre o caso. Por meio de uma mensagem, ele disse não causou nenhum tipo de dano, nem quebrou móveis ou objetos durante os atos nas sedes dos Três Poderes.
Na ocasião, Firmino, que trabalha como motoboy e tem uma transportadora em Sorocaba, se filmou em cima da torre do Congresso Nacional. No documento que embasou a acusação estão anexadas diversas imagens do réu em ambientes como Câmara dos Deputados, quartel general do Exército e Praça dos Três Poderes.
O sorocabano declara que recebeu permissão das autoridades para entrar no prédio. "Trabalho desde os meus 12 anos, sou gerador de emprego e não um criminoso. Segundo as leis que estão sendo aplicadas a mim, um traficante ou assassino têm mais direitos que eu. Sou inocente, apenas exerci meu direito de levantar a bandeira do meu País ao ponto mais alto de Brasília, com total permissão das autoridades que estavam ali naquele local", disse.
"Não quebrei absolutamente nada, muito pelo contrário, filmei os que realmente estavam fazendo qualquer dano ao patrimônio público. Fui condenado pelo Supremo sem qualquer prova, com viés político", finalizou.
Wellington Luiz Firmino foi condenado a uma pena de 17 anos, sendo 15 de prisão e dois de detenção. A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (8).
De acordo com o relator, ministro Alexandre de Moraes, o sorocabano responderá por abolição ao Estado Democrático, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio tombado.
Na votação, os ministros que acompanharam a decisão do relator foram Edson Fachin, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia e Flávio Dino. Luís Roberto Barroso, André Mendonça e Nunes Marques discordaram da decisão. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divergiu do voto do relator com relação à abolição ao Estado Democrático.
Firmino foi detido ainda em 8 de janeiro e teve seu nome divulgado na lista de presos pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal. Em novembro, Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao motoboy, mas determinou medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica. (Da Redação)