Três homens suspeitos de participar do assalto a um supermercado no bairro Mineirão, em 5 de abril, foram presos na manhã desta sexta-feira (15), durante a Operação Mascarados, deflagrada pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic). Com o objetivo de desmantelar a quadrilha, os policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão em Sorocaba, Osasco e São Paulo, locais onde os suspeitos foram encontrados.

“Eles foram presos um em cada cidade. Com o trabalho de investigação, nós conseguimos identificar todos os integrantes do grupo. Ao todo, cinco criminosos participam desta ação. Três deles foram presos e dois são considerados foragidos pela Justiça. Alguns ostentavam fichas criminais já extensas e outros não tinham registros criminais”, explica o delegado Felipe Orosco.

Segundo Orosco, no dia anterior ao roubo, os criminosos foram ao supermercado e danificaram o caixa eletrônico. Com isso, houve o acionamento da equipe de manutenção, que, no dia seguinte, foi ao local. “Os criminosos já conheciam, a princípio, a dinâmica desta empresa, no tocante às manutenções”, disse.

Além das prisões, a Deic apreendeu armas longas, diversas munições, placas veiculares falsificadas – uma delas utilizada no dia do roubo – celulares, roupas e máscaras usadas pelos assaltantes. O trio é suspeito de integrar uma organização criminosa chamada "Coringa.” O nome faz alusão às máscaras do personagem utilizadas pelo grupo para cometer crimes.

De acordo com o delegado, desde o ocorrido em abril, a Deic realizou diligências ininterruptas acerca do caso. “Nós utilizamos diversos meios de investigação, tanto os meios mais tradicionais, como, também, diversos métodos com tecnologia, muitas vezes, desconhecida de outros locais do Brasil”. Todos os indivíduos que participaram da ação foram identificados pela Polícia Civil. Conforme o delegado, há convicção de que fatos idênticos ou similares, ocorridos em outros municípios do Estado de São Paulo, estão relacionados ao grupo criminoso.

Ainda não é possível saber o número de roubos realizados pelo quadrilha. Por isso, as investigações continuam. “Em princípio, eles foram identificados, alguns já foram presos, e outros em breve também serão presos. Ainda não temos a convicção de que o grupo é o mesmo que realizou um roubo em Mongaguá e outras cidades”.

As armas usadas pelos criminosos serão objetos de investigação mas, segundo Orosco, a Deic crê que as armas sejam artesanais e encomendadas pelo grupo. Eles responderão pelos crimes de latrocínio tentado e associação criminosa, bem como pela posse das armas encontradas nesta sexta-feira (15). Todos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.

Relembre o caso 

Na manhã do dia 5 de abril, três homens fortemente armados invadiram o supermercado e roubaram dinheiro de um caixa eletrônico instalado dentro do estabelecimento. Eles chegaram ao local em um Honda City preto, com máscaras de palhaço, capuzes e peruca. Um quarto criminoso participou da ação, mas ficou do lado de fora, aguardando os demais no veículo. A quadrilha agiu enquanto a três funcionários da empresa de valores faziam a manutenção no equipamento. 

Assim que entrou no mercado, o trio começou a atirar. Os disparos atingiram a axila de um vigilante da seguradora e o pé direito de uma cliente. Na ocasião, as vítimas foram levadas para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Ambos se recuperaram e passam bem. 

Durante o assalto, os dois responsáveis pela manutenção e o vigia da empresa foram rendidos. O vigilante foi, inclusive, jogado ao chão e ficou na mira de uma arma o tempo todo. Um dos autores do roubo levou dois revólveres calibre 38 dele. Após roubar todo o dinheiro do caixa, a quadrilha fugiu. Desde então, estava foragida. 

Armas de grosso calibre 

À época, a Polícia Militar informou que o grupo usou armas de grosso calibre, sendo uma pistola, uma submetralhadora 9 milímetros e uma espingarda calibre 12. Uma delas foi encontrada horas depois do crime, perto do estabelecimento. Os ladrões efetuaram vários disparos. Segundo um perito, foram encontradas 17 cápsulas deflagradas e três munições intactas. Os tiros perfuraram, por exemplo, paredes e uma geladeira do supermercado. (Da Redação)