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Com bate-boca entre vereadores, sessão é marcada por desentendimentos

A sessão desta quinta-feira se iniciou com reclamação de Silvano Júnior (Republicanos) e terminou com discussão entre Francisco França (PT) e Luís Santos (Republicanos)

26 de Maio de 2022 às 16:12
Wilma Antunes [email protected]
Discussões marcam sessão da Câmara Municipal de Sorocaba
Discussões marcam sessão da Câmara Municipal de Sorocaba (Crédito: Wilma Antunes)

A sessão ordinária desta quinta-feira (26), realizada na Câmara Municipal de Sorocaba, se iniciou com bate-boca entre o vereador Silvano Júnior (Republicanos) e o presidente da Casa Legislativa, Cláudio Sorocaba (PL). Silvano reclamou sobre um projeto de lei, de sua autoria, que estaria “engavetado” há dois anos. O “climão” entre os parlamentares foi evidente, mas a situação foi logo controlada. A discussão dos projetos da ordem do dia seguia normalmente mas, quase ao fim do tempo regimental, Luís Santos decidiu se manifestar contra uma matéria legislativa de Fernanda Garcia (Psol). Francisco França (PT), insatisfeito com o ponto de vista do colega, o mandou “calar a boca”.

O projeto qual Silvano Júnior se referia é o 51/2020, que propõe lei mitigadora sobre os empreendimentos que possuem 200 ou mais unidades habitacionais na cidade. Segundo o vereador, o objetivo da proposta seria fazer com que as empresas dessem algum retorno à população, no que diz respeito à benfeitorias nos bairros, como construção de parques, escolas e promoção de ações sustentáveis. O republicano pediu questão de ordem e perguntou ao presidente da Câmara: “Por que o meu projeto faz meses que está engavetado? Não passa pela comissão, o que está acontecendo? É o projeto sobre ação mitigatória, porque chega aqui em um outro parlamentar e trava. Esse aqui também vai demorar doi anos para passar?”, questionou.

Cláudio, por sua vez, respondeu que não era “babá de vereador” e que os parlamentares teriam de solicitar a inclusão de seus próprios projetos na pauta. “Eu não posso pegar na mão. São todos grandinhos já, tudo barbado. Chega para ele e diz: ‘eu quero o meu projeto na banca' e acabou. Os caras quando não querem que passe o projeto, eles colocam debaixo do braço dentro de seus gabinetes. Eu não sou babá para ficar andando de porta em porta para poder pedir projeto. Eu não fui eleito para isso. E quando tá pronto eu coloco. Infelizmente, tem vereador que segura os projetos na mão e isso pode acontecer, gente!”, argumentou.

Descontente com o retorno, Silvano se exaltou e disse que era por situações como essas que ele estaria se candidatando à presidência da Câmara. “Inadmissível entrar com um projeto e ficar dois anos engavetado. Isso é engavetar o projeto da pessoa. E você ainda cobrar o presidente, tem que sair e falar que vai ser candidato à presidência pra turma tirar? Agora, vão pautar para a próxima terça-feira [dia 31]”. De acordo com Cláudio, a matéria legislativa estava parada na Comissão de Empreendedorismo, Trabalho, Capacitação e Geração de Renda, composta pelos parlamentares Vinícius Aith (PRTB), como presidente; Ítalo Gabriel Moreira (PSC); e Salatiel dos Santos Hergesel (PDT).

‘Cale a sua boca’

Quase no fim da sessão, o clima voltou a esquentar na Casa Legislativa de Sorocaba. Isso porque enquanto o projeto de lei 115/2022, de autoria de Fernanda Garcia (Psol), era discutido, os vereadores Luís Santos (Republicanos) e Francisco França se estranharam e trocaram “alfinetadas”. A matéria que causou o desentendimento propõe colocação do número de telefones fixo e WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município nas viaturas da Guarda Civil Municipal (GCM). Santos disse que o projeto carrega um “currículo oculto”, que teria como “único objetivo” denunciar policiais militares e GCMs. Ainda destacou que estava cansado de ver jovens que “roubam celulares” serem considerados “vítimas da sociedade” por agentes políticos.

França pediu questão de ordem para criticar o discurso do republicano. “Se for para falar besteira, eu também quero. Aqui não se deve fazer esse tipo de apologia, tome tento e discuta esse projeto. Se vossa excelência não tem argumento, cala a boca que é melhor”, rebateu. Luís Santos ficou irritado com a fala do petista e um bate-boca logo se iniciou. “O que é isso agora? Que moral você tem para me mandar calar a boca? Fale para mim. O senhor que tem que calar a boca!”, disse. Cláudio Sorocaba (PL) até tentou intervir no conflito, mas os dois seguiram alterados. Santos terminou o discurso pedindo que França ficasse mais atento, “Quando esse pessoal faz um projeto, não é aquilo que parece”, concluiu. (Wilma Antunes)