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Tribunal do crime

Sobe para 12 o número de corpos encontrados em cemitério clandestino

Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Cientifica continuam no local

09 de Novembro de 2021 às 16:18
Marcel Scinocca [email protected]
Perícia continua os trabalhos nas áreas.
Perícia continua os trabalhos nas áreas. (Crédito: Fábio Rogério)

Ao menos 12 cadáveres foram encontrados no cemitério clandestino que servia para enterrar condenados do chamado tribunal do crime de uma facção criminosa, As covas estavam em um área desabitada, no fundo do residencial Altos do Ipanema, que fica próximo da rodovia Ermerenciano Prestes de Barros, na zona norte de Sorocaba. Segundo a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), 11 mandados de prisão foram expedidos e nove deles foram cumpridos. Toda a situação deu origem a chamada Operação Tânatos, desencadeada na manhã desta terça-feira (9), em Sorocaba.

A operação ocorreu após seis meses de investigações. O setor de inteligência da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) identificou diversas pessoas envolvidas diretamente com os crimes de homicídio. Segundo a delegada Luciane Bachir, responsável pelo caso, não houve reação durante as prisões e a maior parte dos presos não confessou participação nas ações criminosas. “Há dois núcleos que estavam sendo investigados pela Homicídios desta especializada”, lembra a delegada. Ainda conforme ela, há a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas nos crimes, incluindo de outras cidades.

Toda a investigação começou após o desaparecimento de uma das vítimas. “Em decorrência das investigações, nós chegamos em um local onde essas vítimas eram enterradas”, diz. Ainda conforme ela, os corpos estavam em uma mesma região e ela não descartou a possibilidade da localização de novas vítimas. “O número de vítimas pode ser maior. Portanto, as investigações continuam”, garante.

A maioria das prisões ocorreram no bairro Vila Astúrias, região de Brigadeiro Tobias, zona leste de Sorocaba. Porém, também houve prisões nos residenciais Carandá e Altos do Ipanema II, que fica próximo do cemitério clandestino. A maior parte das prisões ocorreu pela manhã, no entanto, por volta das 16h30, um dos presos do caso chegou à sede da Deic.

Além de homicídios, os acusados ainda devem responder por cárcere privado e tortura. A investigação aponta também que ocorriam reuniões da facção para as deliberações, cujas sentenças, quase sempre acabavam em morte. Iam a julgamento, quem descumpria uma espécie de código de conduta do grupo, que incluía estupro e dívidas.

O total de mandatos, incluindo os de busca, somavam 29. Até o final da tarde de terça-feira, a área do cemitério clandestino permanecia isolada pela polícia. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Científica também permaneciam no local. Um drone da fazia imagens do cemitério clandestino. Havia ainda a presença de muitos curiosos, incluindo crianças e adolescentes, que observavam toda a movimentação de uma quadra poliesportiva.

Conforme a delegada Luciane Bachir, as vítimas ou os julgados, ficavam em cárcere, eram brutalmente agredidos e quase sempre as situações resultaram em mortes. Tânatos ou Thánatos, que deu nome à operação, na mitologia grega, significa a personificação da morte.

Até o momento, 12 corpos foram encontrados. - Divulgação/Polícia Civil
Até o momento, 12 corpos foram encontrados. (crédito: Divulgação/Polícia Civil)

 

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