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Novas manchas de resíduos químicos surgem no lago do Campolim

08 de Janeiro de 2021 às 09:12
Jomar Bellini [email protected]

Crédito da foto: Jomar Bellini (08/01/2021)

Atualizada às 11h30

Um produto químico foi jogado irregularmente no lago do parque Carlos Alberto de Souza, no bairro Campolim em Sorocaba, na manhã desta sexta-feira (8). Esse é o segundo caso registrado no local em menos de um mês. Em dezembro, 350 quilos de peixes mortos foram retirados do lago por conta da contaminação.

Segundo visitantes do parque, por volta das 7h30, o produto químico escoou por uma saída da rede pluvial – que despeja a água da chuva – diretamente no lago que fica nos fundos do parque, próximo a pista de caminhada. A mancha em cima da água é menor do que a registrada em 10 de dezembro, quando o lago ficou coberto pela poluição.

Equipes da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) apuram se este caso se trata de um novo lançamento irregular ou se seria algum resíduo que tenha ficado na rede após o último descarte.

Um caminhão do Saae foi até o parque para retirar o produto químico da água. Com uma mangueira, eles sugam o resíduo superficial. O objetivo é evitar que a contaminação se espalhe para os outros dois lagos do parque. "É uma ação emergencial para evitar que, novamente, cause um dano ainda maior. Temos que conter esse resíduo porque eles já está contaminando as outras áreas", explica o secretário de Meio Ambiente, Antonio Prieto Neto.

Neto afirmou que a Sema está monitorando a qualidade da água, já que o despejo irregular do produto químico diminui a quantidade de oxigênio e causa a morte dos peixes. "As primeiras medições apontam que, a princípio, o lago tem condições aceitáveis para manutenção da vida dos animais. Ao primeiro sinal dessa necessidade, podemos retirar os peixes. Estamos avaliando as possíveis bacias para onde eles poderiam ser alocados", diz.

Saae retira produto químico despejado em lago no Campolim. Crédito da foto: Fábio Rogério (08/01/2021)

Apuração

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) foi acionada e recolheu amostras do produto para análise. Por conta das características visuais e o odor, a principal hipótese é de que se trata da mesma substância das outras duas ocorrências registradas na cidade em dezembro (um no parque São Carlos e outra no lago do Campolim). As análises realizadas apontaram que o material desses casos mostrava uma uma alta concentração química, com teores acentuados de graxas e óleos.

A cidade registra três casos de contaminação por conta de lançamentos irregulares de produto químico desde o dia 4 de dezembro, , quando o primeiro caso aconteceu no Jardim São Carlos. Na ocasião, moradores chegaram a passal mal com o forte cheio, que se espalhou pelo córrego da Água Vermelha até chegar no Jardim Paulistano, na região do Parque Romeu Osório Pires, e no Jardim Faculdade, próximo a Avenida Barão de Tatuí.

Sema e Cetesb informaram nesta sexta-feira (8) que os responsáveis pelos crimes ambientais ainda não foram identificados. A Polícia Civil também investiga o caso e o Ministério Público foi notificado sobre as ocorrências. "Ainda não há suspeitas. Caso seja identificada, a empresa ou responsável vai sofrer todas as penalidades desse crime ambiental. É inadmissível", explica o secretário.

A suspeita, conforme o Saae, é de que um caminhão foi utilizado para jogar o material em um bueiro na rodovia Raposo Tavares (SP-270), nas proximidades do Campolim. As imagens de câmeras de segurança que foram cedidas por prédios de apartamentos e comércios existentes nas proximidades do local onde ocorreu o despejo criminoso não identificaram o responsável pelo crime ambiental. A Secretaria ainda informou que aguarda o envio de imagens do circuito de monitoramento da CCR ViaOeste, concessionária responsável pela administração da via.  (Jomar Bellini)

Crédito da foto: Fábio Rogério (08/01/2021)

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