Grupo demitido por causa de atestados médicos protesta na Câmara
O ato ocorreu durante a sessão ordinária desta terça-feira (1). Crédito da foto: Marcel Scinocca
Cerca de quarenta ex-funcionários de empresas de Sorocaba, demitidos por justa causa após uma clínica ser denunciada por suspeitas de fraude em atestados médicos, protestaram na Câmara de Sorocaba. O ato ocorreu durante a sessão ordinária desta terça-feira (1).
Os ex-empregados fazem parte da Associação dos Trabalhadores Lesionados Por Acidente de Trabalho ou Por Doenças Ocupacionais de Sorocaba. O presidente da entidade, Sérgio Candido Teixeira, usou a tribuna para pedir apoio aos vereadores à causa.
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“Nós fomos marginalizados, discriminados, tachados de vagabundos, de vários xingamentos. Por isso, estamos fazendo esses manifestos em prol dos trabalhadores, que estão sem resguardo”, afirmou à imprensa após deixar a tribuna.
Ele ainda revelou que foram apresentadas provas à Justiça que mostrariam que as demissões ocorreram de forma ilegal. Ainda conforme ele, 90% dos empregados são pessoas que já estiveram afastadas pelo INSS. Parte delas já conseguiu na Justiça receber algum tipo de benefício, como receber parte do salário.
“Vamos provar judicialmente que somos detentores de direitos e que fomos lesionados dentro da empresa”, acrescentou. Ele também criticou o fato de que algumas pessoas que apresentaram atestado da mesma clínica apenas serem penalizados com suspensão ou advertência.
Por fim, ele alegou que nenhum vereador abraçou a causa. “São 300 pais de família na rua, sem benefício nenhum”, disse. A associação atua para cerca de 120 pessoas, envolvidas no caso dos atestados, que são sócios da instituição.
Um dos ex-funcionários que participou do ato foi Romildo Lima, de 49 anos, que trabalha na linha de montagem de uma empresa do setor automotivo. Ele conta que faz tratamento desde 2014 e que teve sete afastamentos. “Como que você começa em tratamento de depois de vários anos reclamam que há um monte de atestado. É claro que vai ter”, alega.
Romildo está recebendo o chamado A50. Isso dá a ele o direito de receber 50% do pagamento, conforme determinação judicial. “É um respaldo da lei que mostra que existe um tratamento, que existe o problema”, afirma. (Marcel Scinocca)