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Com Correios em greve, usuários relatam problemas em Sorocaba

15 de Setembro de 2020 às 08:03

Usuários relatam problemas por conta da greve dos Correios em Sorocaba. Crédito da Foto: Vinícius Fonseca (10/09/2020)

A greve dos Correios chega nesta terça-feira (15) ao 28º dia consecutivo e, embora a estatal afirme que a adesão ao movimento é “baixa” e não traz prejuízos a população, seus usuários elencam problemas no serviço da empresa pública. O marceneiro Renato Gouveia, 52 anos, comprou pela internet uma peça essencial para seu trabalho, com prazo de entrega de 10 dias. No entanto, durante a paralisação, a espera pelo item já chega a 15 dias seguidos.

“Eu vim pegar uma encomenda, mas está em greve e tem que esperar. A atendente disse que é para vir quando já estiver no site. Vou continuar esperando por enquanto, não tem jeito”, contou Gouveia, após deixar a unidade dos Correios da rua São Bento, no Centro de Sorocaba. O órgão orienta que os usuários acompanhem a movimentação dos objetos a serem recebidos ou que foram enviados utilizando a ferramenta de rastreamento por meio de código, no site da empresa.

A analista de ouvidoria de um provedor de internet, Elaine Moreira, 43, também precisou visitar uma das agências da empresa a serviço. Ela explica que ao longo da greve, o serviço ao cliente tem sido “moroso”. “Eu sempre venho fazer postagens nos Correios para a empresa. A gente percebe a questão do atendimento que é moroso. Mas para ser sincero, antes e durante a greve isso acontece, a gente sabe que faz parte”, analisou a funcionária.

Reflexos

Conforme divulgado pelos Correios, a empresa segue trabalhando para reduzir os efeitos da paralisação parcial dos empregados. Durante o último fim de semana e feriado de Dia da Independência, os empregados das áreas administrativa e operacional estiveram reunidos para manter ativos os serviços da estatal. O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) aponta que 70% dos servidores aderiram ao movimento grevista, que atinge não só as agências, mas também os centros de encomendas e centros de distribuição de todo o País.

Sobre os atrasos gerados pela paralisação dos funcionários, os Correios afirmaram que, nas últimas quatro semanas já foram realizadas mais de 187 milhões postagens, entre cartas e encomendas a serem entregues em todo o País. Mesmo com a greve, os serviços de Sedex e PAC da empresa pública continuam disponíveis, apenas as postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas, devido à pandemia do novo coronavírus.

Por conta da falta de acordo durante uma sessão de conciliação entre as representações sindicais e os Correios, a ministra do Supremo Tribunal do Trabalho (TST), Kátia Magalhães Arruda, agendou para o próximo dia 21 de setembro, no Distrito Federal (DF), o julgamento do dissídio coletivo. (Wesley Gonsalves)