Descubra como contribuir com o Instituto Magnus
Senna está sendo treinado para se tornar cão-guia pelo aprendiz de instrutor Gustavo Ferraz. Crédito da foto: Emídio Marques/Jornal Cruzeiro do Sul
Para contribuir com a formação de um cão-guia, a socialização é o passo considerado mais importante e fundamental, pois é a partir dela que o cão inicia sua carreira. É nesta etapa que o cão é apresentado para o mundo e aprende, desde cedo, como é o convívio social com pessoas, animais e ambientes diferentes. Mas nem todos têm possibilidade de socializar um cão, já que esse trabalho requer dedicação e tempo.
Além da formação do cão, existem outras formas de ajudar essa causa, que além de pensar no bem-estar das pessoas com deficiência visual, colabora com a promoção de uma sociedade mais inclusiva. Quem destaca quais são essas ações é a assistente social do Instituto Magnus, Cynara Delfino.
Uma questão essencial é a divulgação, pois é através dela que as pessoas tomam conhecimento sobre o que é a causa do cão-guia. O jornal Cruzeiro do Sul vem produzindo uma série de reportagens sobre este tema, confira algumas delas:
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Deste modo, o trabalho feito pelo Instituto tem mais chances de chegar até uma pessoa com deficiência visual que tenha interesse de ter um cão-guia. Mesmo que você não possa socializar um cão, com a divulgação também é possível que mais pessoas conheçam e se interessem por contribuir com essa etapa da formação do cão.
Cynara Delfina trabalha como assistente social no Instituto Magnus. Crédito da foto: Emídio Marques/Jornal Cruzeiro do Sul
A assistente social explica que a colaboração das pessoas pode ocorrer de diversas outras maneiras. Se a pessoa já possui conhecimento sobre a causa cão-guia e conhece o trabalho do Instituto Magnus, conscientizar e informar mais pessoas, de forma séria e confiável sobre o assunto, já um grande passo, esclarecendo dúvidas que podem ser comuns. Ou, até mesmo, comportamentos simples do nosso cotidiano podem facilitar a vida de uma pessoa com deficiência visual.
"Até mesmo arrumando a calçada, deixando sem obstáculos, é uma forma de ajudar."
Pequenas ações, grandes gestos
Senna está sendo treinado para se tornar um cão-guia. Crédito da foto: Emídio Marques/Jornal Cruzeiro do Sul
Como citado na matéria anterior, os donos de estabelecimentos podem afixar um cartaz no local informando que cães-guias são bem vindos ali.
De acordo com Cynara, esta é uma maneira de transmitir o conhecimento sobre a legislação, já que muitos ainda acham, equivocadamente, que o cão só pode entrar nos locais públicos e privados de uso coletivo sob tutela da pessoa com deficiência visual, enquanto, na verdade, com a família socializadora ou um instrutor, este direito também é garantido.
O Instituto Magnus também organiza algumas dinâmicas com diversos públicos. Uma delas é um túnel itinerante, possibilitando que qualquer pessoa fique em um ambiente de pouca ou quase nenhuma luz para vivenciar, em uma simulação, a experiência sensorial de passar por obstáculos sem enxergar, assim como uma pessoa com deficiência visual.
O Instituto também tem como atividade ir até empresas, escolas e universidades, por exemplo, para explicar como funciona o trabalho da organização na formação de um cão-guia e falar sobre a contribuição para a inclusão social.
Cynara trabalha no Instituto há um ano e suas atividades, como assistente social, envolvem várias etapas do processo, desde a formação do cão-guia até o seleção e acompanhamento da pessoa com deficiência visual interessada em ser tutora de um cão-guia.
“A gente se dá ao máximo para ver o bem-estar da pessoa [com deficiência visual], para que ela ganhe mais autonomia e autoestima. É um trabalho gratificante e com resultados bem nítidos”, completou a funcionária.
Crianças visitam o Instituto
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Como disse Cynara, o Instituto Magnus realiza outra atividades que promovem a inclusão através do tema cão-guia. Além da vivência sensorial, palestras e compartilhamento de informações, o Instituto também recebe visitas de toda a comunidade. As visitas acontecem às terças, quintas-feiras e uma vez ao mês no sábado. Os horários podem ser agendados pelos números de telefone ou email.
A reportagem do jornal Cruzeiro do Sul acompanhou a visita de um grupo de 120 crianças, estudantes da Escola Municipal Jayme Ferreira da Fonseca, de Salto de Pirapora, quando tiveram a oportunidade de conhecer cada cantinho do Instituto.
Os pequenos, com faixa etária de 4 anos, começaram o tour recebendo explicações sobre o cão-guia e assistiram a um vídeo. Depois, eles passaram pelo túnel sensorial, para sentir na pele a experiência de mobilidade de uma pessoa com deficiência visual no cotidiano.
Logo em seguida, os alunos foram para a maternidade, onde conheceram os filhotes que estão no processo de “pré socialização”, o canil onde se hospedam os cães em treinamento e ainda passaram pelo hotel, onde a pessoa com deficiência visual se hospeda para aprender a trabalhar com seu novo amigo.
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Ana Maria de Almeida é coordenadora pedagógica da escola municipal e ressalta a importância do Instituto. “O Instituto ainda é desconhecido para muitos, até quem mora aqui na cidade. Às vezes alguém da família da criança é uma pessoa com deficiência visual e tem interesse em ter um cão-guia. Porém, não sabe a quem recorrer, por isso essas visitas são muito importantes. Eles ficaram encantados”, comentou Ana.
Quem também aprovou a visita foi a professora Beatriz Antunes Fogaça Brito, que ajudou a guiar a turma pela visita no Instituto. Para ela, está é uma oportunidade dos pequenos conhecerem o algo completamente novo para elas e que está na própria cidade onde moram.
"A grande maioria conhece só a fábrica, pois os pais trabalham lá. Mas agora eles sabem o que os cães do Instituto fazem, que ajudam pessoas com deficiência visual."
Programa de voluntariado
Instituto Magnus fica em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. Crédito da foto: Erick Pinheiro/Jornal Cruzeiro do Sul
O Instituto Magnus irá expandir, no início de 2020, um programa de voluntariado voltado para atividades além dos lares temporários. Os interessados poderão contribuir com diversas atividades, como, por exemplo, a participação em eventos e visitas. No site do Instituto Magnus há a aba “Voluntários”, onde os interessados podem se cadastrar e descrever com quais atividades desejam contribuir.
A caminhada de Zuma, Senna e Olívia
Neste mês conversamos com o aprendiz de instrutor de cão-guia Gustavo Ferraz. Ele está treinado Senna, que já está com 1 ano e 5 meses e começou suas atividades com a ambientação a nova rotina e depois os treinos específicos.
Gustavo conta como está sendo este treinamento: “Antes a gente só mostrava a guia da calçada para ele. Agora ele está parando nas guias”, explica Gustavo. Ele também foi apresentado a alguns obstáculos, inicialmente simulados que representam aqueles que podem ser encontrados no dia a dia, como lixeiras, escadas e bicicletas para ensinar ao cão a desviar de todos eles.
"Estamos mostrando para ele como desviar desses obstáculos, para quando chegar na rua ele já saber o que fazer."
Da esquerda para a direita, Sombra, Tina, Zuma e Senna, no Instituto Magnus. Crédito da foto: Arquivo Pessoal
A labradora Zuma, que segue em socialização com Sidinéia Venancio, completará um ano em dezembro e passou o último mês no Instituto. Isso porque ela entrou no cio e, para não causar qualquer incômodo à família socializadora, ficou sob os cuidados da equipe do Instituto Magnus.
Logo após o fim do ciclo, a futura cão-guia será castrada, como ocorre com todos os cães treinados para se tornarem cães-guia no Instituto Magnus, conforme orienta a legislação. O início do treinamento de Zuma está previsto para ocorrer em fevereiro de 2020, pelo instrutor de cão-guia George Thomas Harrison.
Cão-guia Olívia, em uma folguinha do trabalho, recebendo carinho do tutor Gabriel. Crédito da foto: Arquivo Pessoal
Olívia, que já está formada, segue trabalhando como cão-guia desde setembro deste ano, em São Paulo, sob a tutela de Gabriel Vicalvi. Eles estão se adaptando cada vez mais e estão curtindo a vida a dois. (Aline Albuquerque)
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