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OLD MONEY: Entenda o que há por trás dessa estética que está em alta

Entenda como surgiu a estética "old money", de que maneira ela se manifesta na moda e por que pode ser tão problemática.

05 de Agosto de 2022 às 15:31
Julia Rolim [email protected]
A estética old money e a problemática
A estética old money e a problemática (Crédito: Reprodução/Pinterest )

Se você consome conteúdos de vídeos curtos, principalmente as estéticas que se popularizam rápido ou as famosas tendências que aparecem por lá, com certeza já deve ter ouvido falar no "old money". Essa estética fez muito sucesso há uns meses no hemisfério norte, agora ela está chegando mais forte no Brasil.

Traduzindo de maneira literal, "old money" significa "dinheiro velho" e o conceito é usado para designar grandes fortunas que são derivadas de heranças - que são acumuladas de geração em geração e, por isso, é considerado velho.

Essa estética, que tem dominado as redes sociais no últimos meses, aparece fortemente na arquitetura, sobretudo com características georgianas e neoclássicas. E se expressa na moda através do estilo preppy (derivado do termo "Preparative School", ou "escola preparatória" em português), que surgiu no início da década de 1970, especialmente entre os alunos das escolas mais renomadas dos Estados Unidos (pense no estilo de Gossip Girl).

A estética old money e a problemática - Reprodução/Pinterest
A estética old money e a problemática (crédito: Reprodução/Pinterest )

 

ORIGEM

 

O "Old Money" é mais comum em países em que não houve presença forte da aristocracia ou monarquia, ao qual o dinheiro começou a ser acumulado por burgueses, especialmente durante a Revolução Industrial. Um bom exemplo que podemos mencionar, são as famílias tradicionais da cidade de Nova York durante a Gilded Age (que foi tema do Met Gala deste ano), que nos dias atuais possuem esse estilo de vida mais rebuscado.

A estética old money e a problemática - Reprodução/Pinterest
A estética old money e a problemática (crédito: Reprodução/Pinterest )

 

ESTÉTICA

 

A recém-popularização da estética se dá à ascensão do TikTok e por conta dessa sua relevância em proporcionar tendências e estilos de vida.

Levando em conta que o "old money" não é um estilo e sim uma estética, seus seguidores usam peças de alfaiataria com tecidos planos mais estruturados e encorpados, saias plissadas, polo, suéter, pérolas, mocassim, conjuntinhos e outros itens que contemplam cores sóbrias, modelagens casuais e fibras naturais. Sentiu daí o cheiro da riqueza?

E além das roupas, essa estética é composta por paisagens que costumamos ver em filmes de Hollywood, tais como mansões, casas de campo, fontes com estátuas renascentistas, carros de luxo, e o que mais você imaginar. Os looks também podem ter referências de esportes elitistas, como o tênis e o hipismo. O objetivo principal dessa tendência é chegar o mais perto possível dessa realidade através de roupas que remetem ao estilo de vida dos herdeiros.

Marcas como Chanel, Ralph Lauren e Hermès podem definir bem o estilo de roupa usado (ou desejado) pelos jovens, graças à sua característica "polida" e elegante, com ênfase na qualidade e nos cortes.

A estética old money e a problemática - Reprodução/Pinterest
A estética old money e a problemática (crédito: Reprodução/Pinterest )

 

E no movimento contrário, está os adeptos do "new money", ou "dinheiro novo". Essa estética se refere aos novos ricos que, assim como as Kardashians, trazem outras informações de moda e não se opõem ao vestir peças tendências, logomania, marcas aparentes ou óbvias.

As irmãs Kardashian-Jenner - Reprodução/Pinterest
As irmãs Kardashian-Jenner (crédito: Reprodução/Pinterest )

 

PROBLEMÁTICA

 

Mas porque o "old money" pode ser problemático? Quando falamos sobre herdeiros e suas linhagens, estamos discutindo relações de poder e exploração de trabalhadores, principalmente se considerarmos o fato de que boa parte desse dinheiro começou a ser levantado durante a Revolução Industrial ou até mesmo no período colonial.

Então como podemos colocar algo assim em um pedestal, sendo que esse é um dos principais fatores da desigualdade social e, consequentemente, de gênero, raça e classe? Ainda mais em um contexto pandêmico em que as taxas de desemprego só aumentaram e milhares de pessoas perderam suas posses...

Se você explorar mais a fundo as hashtags desse tema, dá para notar que a maior parte do público que consome ou que movimenta essa estética é de brancos - assim como aqueles que já nasceram dentro desse estilo de vida. Ou seja, o "old money" pode ser excludente, já que aqueles que de fato fazem parte dela sabem quando outras pessoas estão apenas tentando se encaixar na moda, porém não se encaixam no que é definido como "alto padrão" da sociedade.

E apesar desse "preconceito" entre os adeptos, se você se sente confortável em utilizar esse tipo de estética, por que não usar? Ser livre, experimentar novas peças, mesclar estilos, testar novas coisas... A moda gira em torno de você estar confortável em relação ao que veste todos os dias. Ninguém pode "ditar" o que é certou ou o que é errado. Use o que quiser e seja feliz!

A estética old money e a problemática - Reprodução/Pinterest
A estética old money e a problemática (crédito: Reprodução/Pinterest )

 

AGORA ME DIZ: O que acha dessa estética "old money"?

Me conte por email ([email protected]), vou adorar saber a sua opinião. E me acompanhe também no Instagram (@julia.rolim), posto várias coisinhas por lá. Até a próxima!

Apresentação e contatos - Julia Rolim
Apresentação e contatos (crédito: Julia Rolim )

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