Consumidor
Variação do preço da carne passa dos 100% em supermercados e açougues
Lombo suíno, por exemplo, chega a ter 122% de diferença conforme Comparativo de Preços da Uniso
Com o preço da carne em queda, o consumidor precisa redobrar a atenção e ficar atento com as variações de preço em diferentes supermercados e açougues da cidade. O Comparativo de Preços, da Universidade de Sorocaba (Uniso), realizado nos dias 17 e 18 de julho, mostra diferenças de mais de 100% nos valores entre um local e outro. A carne suína tipo lombo foi a que apresentou a maior variação, de R$ 12,99 a R$ 28,90 o quilo (122%), seguida pela carne suína tipo pernil, com variação entre R$ 14,99 e R$ 30,69 (105%). Posteriormente, vem a carne bovina tipo costela, de R$ 17,58 a R$ 33,39 (90%); a carne suína tipo costela, de R$ 16,99 a R$ 29,99 (77%); e a carne bovina tipo lagarto, de R$ 29,97 a R$ 45,59 (52%).
Segundo o economista e coordenador da pesquisa, professor Marcos Canhada, a carne vem apresentando queda de preço desde o final de 2022. Isso se acentuou neste ano devido à menor demanda do mercado externo, principalmente por parte da China, o que faz com que aumente a oferta para o mercado interno, diminuindo, assim, os preços. Ele destaca que outro fator importante para a queda é a excelente safra de grãos no Brasil -- base importante para a alimentação de animais -- reduzindo custos e consequentemente, os preços das carnes.
“Esta queda de preços, no campo, onde a carne é produzida, chega a 15% neste ano. Porém, ainda não chegou de forma uniforme ao consumidor final. A pesquisa da Uniso mostra que cortes de primeira, neste primeiro semestre, tiveram queda de cerca de 6% e os cortes de segunda em torno de 3%. Isso acaba sendo normal em um mercado competitivo, onde existem diversas etapas e intermediários desde o campo até chegar ao consumidor final. Ajustes de margem de lucro, estoques matrizes e gestão de custo podem estar contribuindo para esta queda não ser maior, por enquanto, ao consumidor final”, explica o economista.
Ele ressalta a importância do consumidor se manter atento e pesquisar os preços de forma intensa, bem como privilegiar a compra dos supermercados e açougues que apresentarem as melhores ofertas e condições. “Esta mudança de rumo nos preços, a gestão diferenciada e a competição por parte dos ofertantes, em um mercado competitivo, fazem com que hajam grandes variações nas ofertas ao consumidor final e resultam em preços muito diferentes no mercado.”
A professora Sabrina Rego, de 29 anos, afirma que notou a variação dos preços e que pesquisa antes de ir ao mercado. Moradora de Araçoiaba da Serra, ela conta que quando está em Sorocaba, aproveita a oportunidade para comprar a carne da semana por um valor mais atrativo. “Opto pelos mercados com o melhor preço e costumo vir nos dias de oferta, porque a diferença é grande. Eu comprava mais costela suína e agora tenho levado mais o filé de pernil. Pesquiso em três supermercados”.
Não são todos que têm o hábito de pesquisar os preços antes de ir às compras. É o caso da fisioterapeuta Marisa Camargo, de 44 anos. “Costumo ir nos supermercados em promoção e perguntar para os atendentes do açougue qual o melhor custo-benefício e qualidade da carne e eles sempre me mostram a melhor opção. Eu não faço um comparativo de preço entre mercados e açougues, mas o correto seria fazer, para economizar. Aqui nesta rua tem outro supermercado. Lá não dá para comprar. O frango, por exemplo, eu compro por R$ 15 aqui e lá compraria por R$ 25. Aí eu opto pelo melhor preço”.
Já o policial aposentado Ednilson Aparecido do Carmo, de 57 anos, pesquisa os preços quando tem tempo. “Alguns mercados têm o preço bem mais acessível. Eu procuro, além do valor, qualidade, mas só faço uma pesquisa de preço quando tenho disponibilidade de tempo. Hoje vim direto da academia e não pesquisei. A diferença de um mercado para outro é muito grande, então é importante que o consumidor pesquise antes de efetuar a compra”. (Virginia Kleinhappel Valio)
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