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Saúde bucal

Uso de aparelho ortodôntico ajuda a criar hábitos melhores

Higienização correta e mastigar mais os alimentos são aliados de uma vida saudável

09 de Agosto de 2023 às 23:01
Denise Rocha [email protected]
Evitar mordidas e alimentos muito duros estão entre os ajustes necessários na alimentação. O ideal é levar a criança, por volta dos cinco anos, para avaliação
Evitar mordidas e alimentos muito duros estão entre os ajustes necessários na alimentação. O ideal é levar a criança, por volta dos cinco anos, para avaliação (Crédito: AUGUST HATTINGER POR PIXABAY)

Os benefícios do uso de um aparelho ortodôntico vão além da correção dos dentes: a questão estética e até os hábitos de higiene e alimentares melhoram. É o que explica a dentista, especialista em Ortodontia, Paula Horta. Em dezoito anos de consultório a profissional está acostumada a esclarecer dúvidas dos pacientes, que no início precisam de ajuda para se adaptar ao uso.

O tempo do tratamento depende do caso de cada paciente, mas pode levar de dois a três anos. Nesse tempo, alguns ajustes na rotina são necessários. O fato é que o cuidado com a higiene bucal precisa ser ainda maior, afinal aumenta a retenção de alimentos nos dentes. Por isso, uma boa escova e o uso do fio dental são fundamentais.

“Quando se está com o aparelho, o próprio fio, que é ligado aos bráquetes, atrapalha no uso do fio dental. Nesse caso, o indicado é o passa fio. Hoje em dia alguns já possuem uma ponta mais ‘dura’, que ajuda a passar por baixo do aparelho. Tem também a escova interdental, que aumenta a limpeza”, explica Paula.

Para quem não sabe, a escova interdental ajuda a combater a placa bacteriana pois ela pode ser usada entre os dentes, seja por quem usa aparelho ou possui um espaço maior entre eles. Isso sem falar que ajuda até na higienização das laterais dos bráquetes, que estão colocados nos dentes.

Já o passa o fio auxilia o uso do fio dental, necessário para a remoção de resíduos alimentares que podem estar entre os dentes e as peças do aparelho, que seriam mais difícil para uma escova alcançar. Sem a higiene correta, o risco de cárie e de formação de placa bacteriana aumentam. A dentista também orienta o uso de escovas com cerdas macias para não danificar o esmalte dos dentes ou machucar a gengiva.

Frequência da higienização

Segundo a profissional basta adotar uma rotina e escolher o melhor período para dedicar mais atenção a escovação. “O ideal, no mínimo, são três escovações ao dia. Eu costumo orientar que a noturna, antes de dormir, merece bastante atenção e, como já é possível dedicar mais tempo, dá para caprichar e fazer todos os passos”, orienta a dentista.

O ideal, no mínimo, são três escovações ao dia. Eu costumo orientar que a noturna, antes de dormir, merece bastante atenção" Paula Horta, ortodontista  - DIVULGAÇÃO
O ideal, no mínimo, são três escovações ao dia. Eu costumo orientar que a noturna, antes de dormir, merece bastante atenção" Paula Horta, ortodontista (crédito: DIVULGAÇÃO)

A especialista comenta que a falta de conscientização sobre uma higiene bucal adequada provoca consequências para a vida toda, desde uma doença periodontal, que é uma inflamação nas gengivas, até perda dentária, isso sem falar nos riscos para o organismo em função da inflamação na boca.

Será que dói?

Uma das dúvidas de quem coloca o aparelho é se vai doer muito. Paula costuma tranquilizar os pacientes. “As pessoas se adaptam muito bem ao aparelho. Hoje em dia evoluíram muito; temos os fios que aplicam uma força mais suave no dente. Não existe uma dor insuportável, mas é claro que é algo individual. Tem gente que se incomoda mais, mas a maioria se adapta bem”, explica.

O que ela fala tem relação com a evolução dos fios, que antigamente eram de aço e aplicavam uma força muito pesada nos dentes. Hoje existem opções, como os termoativados, que aplicam força menor e, consequentemente, a dor que é sentida durante o tratamento é menor.

Como não poderia ser diferente quanto mais cedo uma avaliação profissional é realizada, melhor para definir o planejamento. O ideal é levar a criança por volta dos cinco anos numa consulta com um ortodontista para avaliar a necessidade do uso. “Não significa que vai colocar o aparelho ortodôntico com essa idade, mas sim que vai avaliar qual é melhor momento, em caso de necessidade, para iniciar o tratamento”, orienta. Aliás, a dentista ressalta que em alguns casos, como na mordida cruzada, é bom começar o quanto antes.

Quando não foi realizado um tratamento na infância e adolescência mas existe o desejo de corrigir os dentes? A boa notícia é que não existe limite de idade, mas podem existir limitações pois alguns tratamentos apresentam um resultado melhor quando a correção é feita mais cedo.

O resultado sempre agrada principalmente nos casos de dentes tortos ou apinhados. Em poucos meses é possível notar a diferença. Paula comenta que muda até a fisionomia da pessoa e melhora principalmente o sorriso.

Alimentação

Se a frequência na escovação deve ser maior, evitar alguns ‘vilões’ também é importante. “Alimentos muito duros, como torresmo, pipoca e amendoim, costumam descolar as peças dos dentes”, fala a dentista. O melhor é evitar mordidas diretas e cortar as frutas para comer, evitar alimentos muito duros e prestar atenção na mastigação, sentindo o gosto dos alimentos. Isso sem falar que os dentes do fundo passam a ser mais exigidos também. Como os bráquetes são colados nos dentes, ao morder algo duro, eles soltam e isso aumenta a necessidade de manutenção.

Os novos hábitos devem ser incorporados. Afinal, não resta dúvida que uma higienização melhor e mastigar mais os alimentos vão ser aliados de uma vida saudável. (Denise Rocha)

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