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Mercado de games no Brasil deve crescer 5,3% até 2022, diz estudo

04 de Agosto de 2019 às 09:45

Uma aula de tecnologia, games e robótica  No ano passado, o faturamento do setor de jogos no país atingiu US$ 1,5 bilhão. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

 

O mercado de games no Brasil deve crescer em torno de 5,3% até 2022. Os dados são da 19ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia, da PricewaterhouseCoopers (PwC). No ano passado, o faturamento do setor de jogos no país atingiu US$ 1,5 bilhão. O Brasil segue mantendo a posição de líder latino-americano e 13º na classificação global.

Apenas com jogos de celulares, segundo a PwC, o faturamento subirá de US$ 324 milhões, em 2017 para US$ 878 milhões em 2022. O faturamento estimado do mercado nacional de jogos digitais chegará a US$ 1,756 bilhão.

O levantamento analisou 15 segmentos do setor em 53 países. Ele  indicou que a receita global deve chegar a US$ 2,4 trilhões em 2022 contra US$ 1,9 trilhão registrado em 2017. De acordo com a PwC, os segmentos de publicidade digital e games são os que mais crescerão até 2022. A expansão média anual prevista é de 12% e 15%, respectivamente.

Censo

Segundo o relatório de pesquisa do 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, foram identificadas, no Brasil, no início do ano passado, 375 desenvolvedoras de jogos digitais. Dados representam uma expansão de 182% em relação ao primeiro censo, elaborado em 2014. A pesquisa é financiada por meio de acordo de cooperação técnica firmado entre o Ministério da Cultura, a Agência Brasileira de Cooperação e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Desse total, 276 eram empresas formalizadas, o que mostra um crescimento de 107% no mesmo período, além de 99 informalizadas. O levantamento foi divulgado em 2018.

O relatório confirma Rio e São Paulo como centros desenvolvedores de games (42,4% do total). O Sudeste também possui a maior quantidade de empresas de jogos digitais (52,9%).

O estudo evidencia ainda que, em relação ao primeiro censo, aumentou de 23,3% em 2014 para 27,9% em 2018 o número de empresas estabelecidas fora das capitais. No estado de São Paulo, o crescimento do número de desenvolvedoras formalizadas foi de 82% entre 2014 e 2018; no Rio de janeiro, de 160%; e, em Minas Gerais, de 316,7%, na mesma comparação.

Panorama

Segundo a Associação Brasileira das Empresas Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames), o Brasil está atrás de líderes de mercado. Entre eles Estados Unidos, Japão, Canadá, França e Reino Unido. “Ainda assim, estamos entre as indústrias emergentes com maior potencial”, disse a entidade à Agência Brasil.

Apesar dos baixos resultados da economia nacional no momento, a indústria de jogos eletrônicos vive um boom histórico. Dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o número de desenvolvedoras de programas de computador no país cresceu, em média, 9,07% ao ano entre 2007 e 2014.

O crescimento do número de empresas brasileiras desenvolvedoras de jogos digitais nos últimos quatro anos foi cerca de 4,5 vezes a média de crescimento das desenvolvedoras de software, por exemplo.

Outro indicador desse crescimento é o número de jogos desenvolvidos no biênio 2016/2017. Segundo a Abragames, foram 754 produções em 2016 contra 946 em 2017 – um crescimento de 28%. Se considerados apenas os jogos de entretenimento, o crescimento é de 50% de um ano para o outro.

Escola de games

Na esteira do sucesso do setor, o Brasil ganhou a primeira escola estúdio de jogos digitais da América Latina. A unidade funciona na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Além de ensinar sobre o desenvolvimento de games, a escola tem um estúdio profissional. Os alunos criam projetos profissionalmente para o mercado, tanto na área de games, de modelagem 3D, como na área de projetos.

O coordenador do departamento de Games da rede Zion, Rogério Félix, explica que, com isso, os alunos já conseguem ter retorno financeiro em cima da área que estão estudando. “Conseguem monetizar o que estudam”. Segundo Félix, a escola estúdio tem uma “veia de empreendedorismo”. “Ela trabalha como se fosse uma startup [empresa nascente]. Eles aprendem e, ao mesmo tempo, também têm como empreender, porque aprendem no dia a dia do estúdio”.

Até o momento, são 600 alunos matriculados, mas a capacidade é para 2 mil. Os estudantes são divididos em turmas de 30 pessoas e as aulas acontecem diariamente, das 8h às 22h. Rogério Félix esclareceu que os cursos acontecem duas vezes por semana. Nessa unidade pioneira, os alunos aprendem desde a criação de um jogo de tabuleiro até a execução de jogos para novas tecnologias, como realidade virtual e realidade aumentada. (Agência Brasil)