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Veja sete dicas de como planejar o roteiro dos sonhos

12 de Janeiro de 2021 às 00:01

Se você tem planos de botar o pé na estrada quando a vacina chegar e a pandemia da Covid-19 for embora, deve ir se preparando desde já: escolha o destino e aproveite as promoções. Crédito da foto: Divulgação

Promessas de ano novo nem sempre se concretizam. As relacionadas a viagem, do mesmo modo, podem terminar adiadas. Por muitos fatores: falta de dinheiro, troca de emprego, imprevisibilidade de fenômenos climáticos, mudança de vida. Até uma pandemia pode surgir pelo caminho (não é mesmo, 2020?). Mas quem sabe conseguimos planejar aquela viagem dos sonhos em 2021?

Pois é, este 2020 em que tudo saiu fora do planejado nos deu muito tempo para refletir sobre a vida, questionar o que mudar, aguentar firme as dificuldades e valorizar experiências simples e conexões humanas. Tudo isso pode ser aplicado a viagens. Se tudo pode ser tão inesperado, então, é possível até cumprir promessas de ano-novo. Confira abaixo um roteiro com sete dicas para você se inspirar -- e concretizar seus planos de viagem. (Nathalia Molina - Estadão Conteúdo)

1. Preços devem subir quando a pandemia passar

Previsão é de que chegada da vacina aumente procura por viagens. Crédito da foto: Reprodução / Instagram

Quando a vacinação contra a Covid-19 estiver em curso, muita gente vai querer viajar. Com a demanda maior, os preços tendem a subir. Para economizar, segue valendo a dica de planejamento com antecedência. “Acho que na pandemia mais ainda, hoje a demanda é menor. O turismo continua em queda, e os preços acompanham isso. No internacional, tem tarifas super competitivas para 2021 de julho em diante”, afirma Magda Nassar, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav).

Segundo Roberto Haro Nedelciu, presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), empresas que formatam os pacotes à venda no mercado, outra vantagem é poder “parcelar sem juros e viajar com tudo praticamente pago”. “Para destinos internacionais, indicamos uma média de seis meses de antecedência. Para os nacionais, esse tempo pode cair para dois a três meses”, diz Nedelciu.

2. Desconfie de preços e promoções milagrosos

Em tempos de crise, todo mundo está atrás de um precinho camarada e as agências de viagem, hotéis e empresas do setor estão loucas para vender. Em geral, dá match. Mas é preciso cuidado para não cair em roubada, alerta Luiz Gonzaga Godoi Trigo, professor do curso de Lazer e Turismo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP).

“Se for muito barato, é para desconfiar. Tem muita gente se aventurando, por incompetência, má administração ou má fé, e podem dar golpes em clientes”, afirma, lembrando que hotéis e companhias aéreas podem falir em decorrência da crise econômica pós-Covid. “Não sabemos quem vai sobreviver, nem se as empresas estão usando esse dinheiro para realmente fazer reservas ou cobrir rombos passados.” Por isso, é importante pesquisar sobre a empresa antes de fechar a viagem.

3. Pesquise alternativas para viajar mais barato

Quem está aberto a aventuras e tem mais tempo disponível pode procurar maneiras de viajar barato. “Exige muita pesquisa e negociação, com hostel e até em passagem de ônibus e táxi. No Brasil, não tem isso, mas consegui um preço menor assim no Marrocos, no Peru e na Bolívia”, diz Luís de Magalhães, que fez um giro por 27 países e depois escreveu o livro “Notas de Um Ano Sabático”.

Durante a viagem realizada entre 2015 e 2016, o jornalista trabalhou em troca de hospedagem, usando o site Worldpackers e também entrando em contato diretamente com hostels. Voou muito de low cost. “Em uma viagem, 80% das despesas são com passagem aérea. Você também gasta muito em restaurante e alimentação. É bom ver se o lugar que vai ficar tem cozinha”, aconselha.

4. Explorar nichos como turismo afro e indígena

Afroturismo é oportunidade de ampliar o conhecimentos. Crédito da foto: Divulgação

Que tal aproveitar o novo ano para se abrir a outras possibilidades de viagem? Pode ser um jeito de apoiar comunidades Brasil afora e até provocar transformações internas. Foi assim com Ana Taranto, que fundou a Braziliando depois de conhecer a Amazônia em 2016.

A conexão com as pessoas e suas histórias levou a reflexões. “Você começa a ver alguns desafios de vida como pegar um barco ou caminhar uma hora para ir para outra comunidade estudar. Aí se pergunta “e se as oportunidades deles fossem iguais às que eu tive?”.

Passei o voo de retorno para o Rio pensando em como voltar à Amazônia.” Hoje, a Braziliando oferece experiências de turismo de base comunitária e volunturismo -- durante a pandemia, de modo virtual.

E, como vidas negras importam sempre -- e não apenas em 2020 --, o afroturismo é uma oportunidade de ampliar o conhecimento e contribuir com os lugares visitados.

“Você cria novas possibilidades de futuro para essas pessoas”, afirma Bia Moremi, dona da Brafrika, empresa de roteiros afrocentrados. Para o meio de 2021, estão previstos uma ida ao Maranhão com tambor de crioula e uma afro-eurotrip para Portugal e França, incluindo o festival Afronation na região portuguesa do Algarve.

5. Conhecer mais destinos isolados

Entre os 25 lugares mais extraordinários do mundo eleitos pela revista National Geographic Traveller para se conhecer em 2021 está o nosso cerrado, na categoria Lugares Selvagens Bonitos.

Situada na divisa de Goiás, Bahia e Minas Gerais, posição que lhe dá nome, a Pousada Trijunção fica dentro de um espaço de 33 mil hectares, na qual 90% são áreas de preservação.

A propriedade é um dos cinco novos integrantes da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) e a primeira do cerrado a integrar a associação de turismo de luxo.

“A taxa de ocupação para os hotéis de lazer em áreas remotas foi maior por haver uma necessidade de se cumprir o isolamento social como medida de segurança. Outro fato observado é que o tempo de viagem aumentou. Antes, tínhamos uma média de duas a três noites. Nesses meses, a média foi maior, até uma semana de estada", conta Simone Scorsato, diretora executiva da BLTA.

6. Cheque as vacinas antes de embarcar

A expectativa pela mais desejada das vacinas, a imunização contra o coronavírus, acaba ofuscando outras. Antes de sair de casa para uma viagem, fique atento à cobertura necessária no dia a dia e à recomendada em roteiros por certas regiões do País.

“Estamos vivendo um ano de pandemia, e as pessoas não estão se vacinando contra outras doenças. Especialmente para quem viaja com crianças, é importante ficar atento à cobertura vacinal para não ficarem expostas a outros riscos”, afirma Jessé Reis Alves, infectologista do ambulatório de Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas.

Além disso, muitos países aceitam viajantes vindos do Brasil, desde que apresentem exames PCR (de 24h a 72h de antecedência, dependendo do destino). Não esqueça de checar com a companhia aérea antes.

7. Seja responsável ao viajar na pandemia

Usar máscara, lavar sempre as mãos -- ou higienizar com álcool em gel quando não for possível lavar -- e manter o distanciamento social são indicações para todos enfrentarem o coronavírus, mas viajantes ainda resistem a cumprir os protocolos de saúde e segurança sanitária propostos pelo setor de viagens.

“Tem gente que faz uma história porque não quer usar máscara, não quer ter a temperatura medida. É uma coisa impressionante como as pessoas se irritam de ficar distante nas filas de aeroporto, de respeitar as mesas vazias nos restaurantes”, conta Magda, da Abav.

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