Tecnologia
Tinta condutora substitui o cobre em circuitos eletrônicos para uso temporário
Segundo o pesquisador, esse método, chamado impressão funcional, é pouco difundido no mercado e, além de gerar menos resíduos, pode reduzir o tempo do processo de criação de novas placas
Hoje, Denicezar Angelo Baldo é coordenador do curso de Engenharia da Computação da Universidade de Sorocaba (Uniso), além de lecionar disciplinas relacionadas à tecnologia em vários cursos de graduação, mas, nos “velhos tempos”, um de seus primeiros contatos com a eletrônica foi num curso técnico que ele cursou em 2005, aos 17 anos, antes mesmo de se tornar um estudante universitário. “Daquele tempo eu me lembro de um exercício em que tínhamos de criar um robô simples, isso antes mesmo de existirem as atuais placas eletrônicas open source (placas genéricas, de baixo custo, que podem ser facilmente customizadas)”, ele relembra. “As placas que utilizávamos, feitas de plástico, eram revestidas de cobre e, para formar as TRILHAS, sobre as quais nós fixávamos os outros componentes, nós desgastávamos o cobre. Como o design dessas trilhas nem sempre ficava perfeito, nós utilizávamos uma solução de percloreto de ferro para corroer o excesso de cobre presente nas placas, de modo a formar as trilhas perfeitamente. A solução residual era então descartada, muitas vezes sem o mesmo nível de cuidado com o meio ambiente que existe hoje em dia.”
Na sequência, já cursando a graduação em Engenharia Elétrica, ele percebeu que o processo de criar uma nova placa levava bastante tempo, uma vez que vários protótipos precisavam ser descartados até se chegar a uma configuração ideal. Foi quando ele teve a ideia de usar uma tinta condutora — por meio da qual, em vez de corroer o cobre das placas (e consequentemente gerar resíduos indesejáveis), as pessoas poderiam simplesmente desenhar sobre elas —, e, para sua surpresa, ao pesquisar a respeito, descobriu que a técnica já existia. Ele conta que o método, chamado impressão funcional, era pouco difundido no mercado.
“Isso porque, mesmo hoje, ainda é difícil produzir uma tinta que seja condutora (ou seja, que permita a passagem da eletricidade) e que custe pouco. Aquelas disponíveis no mercado ou eram feitas de prata, com boa eficiência porém alto custo, ou de materiais carbônicos, baratos mas pouco eficientes. Foi daí que veio a ideia de desenvolver um meio-termo, usando um polímero condutor de baixo custo, fácil de ser sintetizado, mas acrescido de nanopartículas metálicas para aumentar a sua condutividade”, ele explica.
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Texto: Guilherme Profeta