Impacto
Racismo ambiental: minorias étnicas tendem a ser mais afetadas por mudanças climáticas e outros efeitos antrópicos
Sociólogo defende que todos nós estamos expostos às mudanças climáticas, mas elas afetam principalmente as comunidades mais vulneráveis, como as populações negras
Eventualmente, todos nós, independentemente de etnia e classe social, seremos afetados pelas mudanças climáticas (vide incêndios, enchentes e ondas de calor em diversas partes do mundo). Mas, definitivamente, esses efeitos não serão sentidos na mesma intensidade por todos os seres humanos do planeta: se nada for feito, zonas tropicais como a América Latina, a África e o Sudeste Asiático (espaços já marcados por séculos de herança colonial) deverão se tornar inabitáveis primeiro, muito antes dos demais. E esse não é um alerta novo: desde a década de 1990 — e insistentemente a cada ano que passava —, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), um braço da Organização das Nações Unidas (ONU), vem alertando o mundo para esse problema, culminando na 26ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, ou COP26.
Segundo o professor doutor Vidal Dias da Mota Junior, coordenador do curso de graduação em Filosofia da Universidade de Sorocaba (Uniso), que também leciona em diversos cursos de graduação da Universidade na área das Ciências Sociais, é justamente a gravidade desses alertas que colocam em evidência, na atualidade, a questão do racismo ambiental. O tema foi abordado numa das reuniões ordinárias do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab) da Uniso, em 2023.
“Todos nós estamos expostos às mudanças climáticas, mas elas afetam principalmente as comunidades mais vulneráveis, aquelas que são carentes em infraestrutura, drenagem, saneamento, construções adequadas etc. Com essas mudanças, esses locais já vulneráveis — que constituem áreas de risco para alagamentos, inundações e deslizamentos, por exemplo — se tornam ainda mais vulneráveis. E, no caso do Brasil (ou mesmo de outros países como os Estados Unidos ou a África do Sul), são as populações negras que ocupam esses assentamentos, além de outros grupos minoritários”, explica o professor.
Para ler a íntegra da reportagem, acesse: https://abrir.link/xNKJT
Texto: Guilherme Profeta