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Meio Ambiente

Perspectiva dos povos originários precisa integrar discussões acadêmicas sobre sustentabilidade

Ativista ambiental dos direitos dos povos indígenas defende analogia entre "conhecedores tradicionais" e profissionais com formação superior

02 de Julho de 2025 às 08:47
Orome O. Ikpeng, ativista ambiental dos direitos dos povos indígenas, durante sua fala na edição de 2023 do evento Uniso Experience Sustentabilidade.
Orome O. Ikpeng, ativista ambiental dos direitos dos povos indígenas, durante sua fala na edição de 2023 do evento Uniso Experience Sustentabilidade. (Crédito: Fernando Rezende)

A perspectiva dos povos originários — como são comumente chamados os diversos grupos indígenas que habitam o território brasileiro, desde antes da colonização europeia — marcou presença no Uniso Experience Sustentabilidade. O evento foi realizado no fim do primeiro semestre de 2023, com o intuito de debater iniciativas regionais voltadas à preservação do meio ambiente, em várias frentes diferentes. Orome Otumaka Ikpeng, técnico em Agroecologia e ativista ambiental dos direitos dos povos indígenas, foi um dos palestrantes à frente do painel “Olhares indígenas sobre a sustentabilidade e as relações com o ambiente”, parte da programação do terceiro dia do evento, e defendeu a necessidade de um maior intercâmbio entre a universidade e os conhecimentos tradicionais que existem fora da academia.

“Eu sou indígena do povo Ikpeng, da aldeia Moygu, que fica no território indígena do Xingu, também conhecido como Parque Nacional do Xingu”, ele conta, referindo-se à primeira terra indígena demarcada no Brasil, onde habitam 16 etnias. “O meu povo tem somente 58 anos de contato com a sociedade não indígena. Na minha família, eu sou o primeiro a cursar uma universidade, mas, antes disso, meu pai e meu avô já eram ‘conhecedores tradicionais’, o que significa dizer que seus conhecimentos práticos eramanálogos aos de arquitetos, engenheiros, agricultores, historiadores etc. Eu também carrego comigo esse  conhecimento tradicional do meu povo, que meu pai me ensinou. Contudo, como esse conhecimento que nós possuímos nem sempre é tão valorizado quanto o conhecimento acadêmico, pré-estabelecido e já padronizado, muitas vezes as pessoas pensam que os indígenas não têm com que contribuir à universidade. ”

Para ler a íntegra da reportagem, acesse: https://abrir.link/wdxjU 

Texto: Guilherme Profeta