Buscar no Cruzeiro

Buscar

Uniso Ciência

Sucesso nas pesquisas aplicadas

Articulação com a iniciativa privada e transdisciplinaridade são necessárias

21 de Julho de 2022 às 15:16
Professor doutor Daniel Bertoli Gonçalves, coordenador do PPGPTA
Professor doutor Daniel Bertoli Gonçalves, coordenador do PPGPTA (Crédito: Paulo Ribeiro)

Num contexto universitário, como é o caso da Universidade de Sorocaba (Uniso) — em que são oferecidos 67 programas de graduação e quatro programas de pós-graduação (Mestrado e Doutorado), em todas as áreas do conhecimento —, é natural que coexistam diferentes perspectivas sobre o que é fazer ciência. Uma das principais questões, quando se discute esse tipo de assunto, é a diferenciação entre a pesquisa básica e a pesquisa aplicada. A primeira compreende os estudos puramente teóricos, voltados à ampliação do conhecimento humano, mas não necessariamente a resultados práticos. Já a segunda compreende os estudos propositivos, voltados ao desenvolvimento de novas tecnologias para resolver problemas específicos num intervalo de tempo relativamente curto. Numa universidade, deve haver espaço para as duas coisas.

Segundo o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais (PPGPTA) da Uniso, o professor doutor Daniel Bertoli Gonçalves, ambos os tipos de pesquisa apresentam desafios. Além disso, ele concorda com a professora doutora Maria Ogécia Drigo, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (PPGCC), que afirmou numa reportagem publicada em dezembro de 2019, na edição 4 da revista Uniso Ciência, que toda pesquisa acadêmica serve a sociedade, independentemente da área do conhecimento.

“Contudo”, ele diz, “existe, hoje em dia, uma cobrança imediatista sobre os resultados práticos daquilo que é produzido nas universidades e nos centros de pesquisa. Isso se dá, inclusive, em razão da aplicação de recursos públicos nessas pesquisas, que precisam ser fiscalizados.” É para oferecer à sociedade essas soluções mais rápidas, para os problemas que estão acontecendo aqui e agora, que existe a modalidade profissional de pós-graduação. Esse é o caso do PPGPTA.

“Desde a criação da modalidade profissional na pós-graduação brasileira, a aplicabilidade das pesquisas passou a ser um dos principais objetivos, ao lado da formação de profissionais qualificados para a solução dos complexos desafios do desenvolvimento de nossa sociedade” Gonçalves

Esses desafios costumam envolver, por exemplo, alternativas mais eficientes e ecologicamente amigáveis para processos e produtos.

Nesse contexto, ele enfatiza que há duas questões que devem ser levadas em consideração: em primeiro lugar, a articulação junto a outros segmentos da sociedade, externos à universidade. “A realidade nos mostra que as melhores soluções são encontradas quando agentes públicos e empresários passam a trabalhar em parceria com pesquisadores. É esse o principal motivo que tem levado nosso programa a buscar o envolvimento com as empresas privadas e organizações públicas de nossa região”, ele defende.

A segunda questão é a transdisciplinaridade, uma tendência na educação mundial, que compreende as diferentes disciplinas e áreas do conhecimento como elementos comunicantes, fomentando assim a troca e o diálogo entre diferentes ciências. “A visão da transdisciplinaridade não aponta apenas uma tendência, mas sim uma revisão de um pensamento equivocado que tínhamos no passado. Hoje, entende-se que as soluções duradouras dependem dos diferentes pontos de vista, e isso também é muito valorizado em nossas pesquisas”, conclui o Coordenador.

Nas edições anteriores da revista Uniso Ciência (as quais podem ser acessadas em http://uniso.br/unisociencia/), você pode conferir algumas dessas pesquisas, que estudaram, por exemplo, do desenvolvimento da liga metálica mais dura do mundo, que aconteceu na Uniso (edição 5, junho./2020); da utilização de usar filtros de carvão para remover hormônios que podem estar contaminando agora mesmo a água potável que chega à sua torneira (edição 3, junho/2019); do uso de fornos menos potentes na indústria de fabricação cerâmica, de modo a reduzir o consumo de energia (edição 2, dezembro/2018); e assim por diante.

Hoje o PPGPTA já acumula 67 dissertações defendidas, além de outras 29 pesquisas em andamento (11 de Mestrado e 18 de Doutorado), em várias áreas do conhecimento, ajudando a propor tecnologias alternativas para as organizações, geralmente mais eficientes, o que é benéfico ao meio ambiente e à sociedade como um todo.

Para saber mais: O Programa de Pós-Graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais (PPGPTA)

O Programa de Pós-Graduação em Processos Tecnológicos e Ambientais é o mais recente da casa. Em 2014, ele foi o primeiro programa na região de Sorocaba a ofertar um mestrado profissional, que logo alcançou a nota equivalente aos demais programas da Uniso, antes mesmo do primeiro quadriênio.

“O Programa foi fruto de um grupo multidisciplinar de professores e pesquisadores da Uniso, que, em 2012, iniciou a discussão para a criação de um curso de mestrado voltado à inovação, à tecnologia e ao meio ambiente”, conta Gonçalves. O foco deveria estar totalmente voltado a pesquisas aplicadas, que apresentassem soluções para desafios tecnológicos e ambientais existentes na região. Por isso os ingressantes apresentam um perfil bastante diversificado, de engenheiros e tecnólogos a químicos e biólogos, trabalhando em soluções para problemas reais, não raro em empresas da região.

Essa aproximação em relação à iniciativa privada acabou se configurando como a identidade do programa, gerando patentes e até mesmo amparando tecnicamente políticas públicas e decisões judiciais. Além das dissertações, fazem parte dos indicadores de produção do programa itens como relatórios técnicos e consultorias.

As pesquisas são amparadas por 10 laboratórios e divididas em três linhas de pesquisa: Desenvolvimento e Controle de Processos Produtivos; Processamento e Caracterização de Materiais e Produtos; e Processos Ambientais.

Acesse o site do programa para mais informações e processo seletivo: http://pta.uniso.br/

Texto: Guilherme Profeta