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Paraíso brasileiro no Atlântico reabre com regras mais rígidas

20 de Outubro de 2020 às 00:01

Paraíso brasileiro no Atlântico reabre com regras mais rígidas Apesar da liberação, Fernando de Noronha limita entrada a 7,4 mil turistas por mês. Crédito da foto: Divulgação / Fernando de Noronha

Viajar e ajudar a preservar Fernando de Noronha. Se você acreditava que estava fazendo isso ao pagar a taxa ambiental do destino pernambucano, saiba que a retomada das viagens, que começou na semana passada, chega com importantes mudanças. A partir de agora, o paraíso brasileiro no Atlântico receberá menos voos e, consequentemente, menos viajantes. Já para controlar a propagação do novo coronavírus, turistas têm de apresentar teste molecular (RT-PCR) para Covid-19 na chegada e fazer outro na saída ou após cinco dias de permanência.

“Já que a pandemia passou uma régua no turismo, não podíamos perder a chance de arrumar a casa e fazer de fato um turismo sustentável”, afirma Guilherme Rocha, administrador de Fernando de Noronha, cargo ligado à Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, que ele ocupa desde julho de 2018. “Fernando de Noronha só é o que é hoje por causa da preservação. Para cuidar desse patrimônio natural de todos, como foi declarado pela Unesco (em 2001), é preciso que a gente respeite as regras”, diz.

Baseado no estudo de capacidade da ilha, o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Fernando de Noronha, elaborado em 2017, estabelece o máximo de 89 mil visitantes anuais. Mas, segundo Rocha, há “brechas de interpretação que esticam para mais de 100 mil”. Ele diz que o fechamento da ilha por causa da pandemia trouxe problemas financeiros e sociais para a população, mas é preciso aproveitar esse momento de retomada para conter o excesso de visitantes.

Depois de receber viajantes que já haviam tido o novo coronavírus, autorizados a entrar em Noronha desde setembro, vem a etapa de abertura para todos. Inicialmente com sete voos semanais -- em 2019, o destino chegou a registrar isso por dia na alta temporada --, o total de frequências aumenta a cada mês. “Todas as flexibilizações são gradativas para a gente ir avaliando dia a dia como a circulação do vírus vai se comportar na ilha. Por isso, o aumento tem de ser gradual”, explica o administrador.

Paraíso brasileiro no Atlântico reabre com regras mais rígidas Ilha pernambucana exige teste PCR e prevenção contra Covid. Crédito da foto: Divulgação / Fernando de Noronha

O planejamento do retorno das atividades turísticas levou em conta dois aspectos: epidemiológico e ambiental. Uma série de protocolos já foi estabelecida para o funcionamento dos serviços da ilha, com o objetivo de preservar a saúde de turistas, trabalhadores e moradores.

Portaria publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco, no início de outubro, regulamenta a quantidade de voos com destino ao arquipélago. Em 10 de novembro, o limite sobe para 17 chegadas semanais; um mês depois, alcança o total máximo de 24. O texto também especifica que “haverá a possibilidade de realização de voos extras a partir do mês de novembro, respeitando o limite anual de entrada de visitantes estabelecido no Plano de Manejo da APA Fernando de Noronha de 2017”.

Segundo Rocha, ao longo do ano todo, as empresas podem ter 100 voos a mais no total. “Fica a cargo da companhia aérea solicitar à administração da ilha. Mas não pode botar os 100 voos extras em um mês só”, afirma o administrador. Segundo ele, tem de ser respeitado o limite mensal de 7,4 mil turistas, para ficar dentro do total anual permitido.

Sete dicas para visitar Noronha no novo normal

Sete dicas para visitar Noronha novo normal Lotação dos barcos está restrita a 50% da capacidade máxima. Crédito da foto: Georgia Kyrillos / Divulgação

Para visitar Noronha e colaborar com a preservação desse patrimônio natural, seguem sete dicas para retomada:

1. Programe-se. A temporada na ilha pernambucana é alta ou altíssima; não tem baixa. Por isso, consulte os novos limites de visitação e planeje a viagem o quanto antes para garantir lugar e preço mais vantajoso.

2. Pague a taxa ambiental online. A taxa diária de preservação ambiental foi mantida em R$ 75,93. No site noronha.pe.gov.br, há o link para o formulário de pagamento.

3. Teste de Covid-19 antes e depois. Quem ainda não teve sintomas de coronavírus tem de fazer o teste PCR na véspera do embarque e apresentá-lo na chegada à ilha -- se o resultado não estiver disponível, uma pulseira é colocada no viajante, que espera pela confirmação em isolamento no lugar de hospedagem. Permanência por até cinco dias exige novo PCR. A segunda testagem é paga pelo governo de Pernambuco. Quem ficar mais tempo precisa ir à Unidade da Saúde da Família (USF) no quinto dia de viagem.

4. Aplicativo de controle da Covid-19. O turista deve baixar o aplicativo Dycovid, que ajuda no controle e rastreamento da Covid-19 em Fernando de Noronha. Após cinco dias no destino, se o visitante tiver um resultado positivo todas as pessoas com que ele teve contato serão avisadas para que possam ficar em quarentena também.

5. Respeito aos protocolos. O uso de máscara é obrigatório; o turista só pode tirar na praia para entrar no mar. Outra regra é manter o distanciamento de 1,5 metro entre pessoas em quaisquer ambientes. Alguns requisitos servem para todos os segmentos, como preferência por ventilação natural, disponibilização de água, sabão e álcool 70% e higienização intensiva de objetos e superfícies de uso contínuo.

6. Quartos afastados. Os protocolos para hotéis e pousadas incluem controlar o número de pessoas por acomodação, para evitar aglomerações de hóspedes. A limpeza e a assepsia dos quartos devem ser intensificadas. Na chegada, toda bagagem tem de ser sanitizada.

7. Reserva de passeios. Como os barcos só podem funcionar com 50% da capacidade, é aconselhável reservar os passeios antes da viagem. No caso de mergulho, os protocolos obrigam as empresas a higienizar equipamentos como snorkel, máscaras e reguladores após o uso, com solução de hipoclorito de sódio 0,5%. Além disso, as embarcações têm de passar por limpeza ao fim de cada saída e todos os passageiros devem entrar sem calçados. (Da Redação com Estadão Conteúdo)

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