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Bem-vindo ao fim do mundo no extremo sul do Chile

17 de Setembro de 2019 às 06:31

Bem-vindo ao fim do mundo Glaciares, icebergs, pinturas rupestres, passeios de barco, trekking e observação de pumas são alguns dos atrativos dos 283 mil hectares do Parque Nacional Torres del Paine, no extremo sul do Chile. Crédito da foto: Wikimedia Commons

O fim do mundo é lindo. E te deixa sem fôlego. Literalmente e metaforicamente. Explorar o Parque Nacional Torres del Paine, no extremo sul do Chile, exige caminhar e um bom pique. Mas o que se vê na paisagem vale o suor.

A exigência física é para todo tipo de pessoa, desde os mais atléticos até os mais sedentários. Claro que quanto melhor o preparo físico, maior o número de opções de passeios. O mais emblemático é a subida à base das torres, principal cartão-postal do parque. São cerca de 22 quilômetros, metade subindo, metade descendo, e leva o dia inteiro -- em média, oito horas.

As três torres de granito, que foram esculpidas pelos glaciares ao longo de séculos, têm sempre uma centralidade nos passeios. Mas não se assuste: além dos diversos circuitos de caminhadas com diferentes graus de dificuldade, há outras opções para explorar os 283 mil hectares do parque. Percorrer as trilhas a cavalo, de barco ou mesmo de carro são possibilidades que tornam os circuitos mais democráticos.

As agências de Puerto Natales também oferecem passeios de ônibus, que duram o dia inteiro e param em pontos dentro e fora do parque. Eles costumam buscar no hotel e trazer de volta - algumas incluem refeições e entradas, em outras o valor é pago à parte. Os preços começam em uma média de R$ 200.

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Para chegar, é preciso voar da capital Santiago até Punta Arenas, e depois seguir por cerca de 300 quilômetros por uma boa estrada até o parque. Outra possibilidade é voar de Santiago para Puerto Natales, que fica a apenas 80 quilômetros do parque -- mas esse trajeto só funciona durante a altíssima temporada, entre dezembro e fevereiro.

Para todos

Nas proximidades do parque existem acomodações para todos os tipos de gosto e bolso. As opções vão desde hotéis luxuosos, com o sistema all-inclusive, até pousadas, acampamentos e refúgios no meio das trilhas (neste caso, é preciso agendar pelo sistema de reservas do parque). Algumas pessoas optam por ficar em Puerto Natales e fazer todos os dias o trajeto de carro até o parque.

Em uma viagem como essa, o planejamento é importante para definir a quantidade de dias que o turista pretende ficar na região. Geralmente, quatro ou cinco noites é o período ideal para os passeios principais, mas todo mundo vai embora com a sensação de querer ficar um dia a mais.

No meio do glaciar

Bem-vindo ao fim do mundo Degelo do Glaciar Grey forma rede de lagos e rios navegáveis durante o ano inteiro. Crédito da foto: Wikimedia Commons

Imagine imensos blocos de neve compactada sobre a terra, como grandes montanhas de gelo, que alimentam um lago com a água oriunda de seu derretimento nos meses mais quentes. É assim que se apresenta o Glaciar Grey, um dos passeios mais emblemáticos da região de Torres del Paine.

O tour começa com uma pequena caminhada por uma trilha, que passa por uma praia até chegar ao barco. Por causa das baixas temperaturas, os turistas preferem ficar dentro da embarcação no início da navegação. Aos poucos, a paisagem atrai as pessoas para fora -- por isso, vá bem agasalhado com luvas, gorro e cachecol.

Para esquentar, são servidas bebidas servidas com gelo extraído do próprio glaciar. Todos os dias, uma equipe do barco retira uma pequena quantidade de gelo dos icebergs que estão boiando no lago. Pode ser puro marketing (ou a percepção alterada de quem já tomou umas a mais), mas todos dizem que o gelo deixa a bebida mais gostosa. Eu experimentei e aprovei.

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No trajeto pelo lago, passamos por vários icebergs até chegar ao glaciar. O visual é lindo e as cores mudam bastante a cada manobra. No outono, o frio é intenso e piora com o vento polar. Em busca da melhor foto, subi ao andar superior do barco -- onde fazia ainda mais frio. Uma dica dada pelos guias é colocar as mãos por dentro do colete salva-vidas, de uso obrigatório. Isso ajuda a esquentar os dedos e manter o aquecimento das mãos entre uma fotografia e outra.

É incrível ver como esse glaciar faz parte de uma perfeita rede hidrológica que alimenta dezenas de rios e lagos no parque, todos formados a partir da água do degelo. Esses canais riscam a região e deságuam em lindos lagos de cores cujas matizes percorrem do azul ao verde.

Imperdíveis também são a Laguna Azul, o Cañadón Macho, as pinturas rupestres dos índios aonikenkes, região de Cornizas -- onde fica o Cerro Guido --, o Circuito W -- o mais famoso do parque -- e observação de animais, especialmente o puma, maior felino das américas. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)

DICAS

Desprendimento - Esteja preparado para a ausência de banheiros em algumas trilhas. Muitas vezes o matinho é a única solução possível.

Desconecte-se - No Parque Nacional não há sinal de celular. Aproveite para se conectar com a natureza.

Não esqueça - O clima seco em qualquer época do ano exige boa hidratação. Tenha sempre uma garrafa de água a tiracolo. Use sempre a mesma para não gerar lixo.

Galeria

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