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Passeio Regional

Itu realiza feira literária e cultural com 70 atrações no programa

A programação de quatro dias, de 19 a 22 de maio, privilegia o espaço público, visando ao pleno acesso de ituanos e turistas

17 de Maio de 2022 às 00:01
Rô Galvão [email protected]
Identidade visual da FLIC Itu.
Identidade visual da FLIC Itu. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

A estância turística de Itu é destino consolidado para visitantes de várias origens, especialmente paulistanos e moradores da região. Vale a viagem para usufruir de um riquíssimo patrimônio arquitetônico, histórico, cultural, religioso e natural formado durante 412 anos. Em meio aos atrativos turísticos urbanos, com paisagem marcada por conjuntos arquitetônicos residenciais, fabris e comerciais, igrejas seculares e museus, estão suas grandes praças. A Praça do Carmo é assim conhecida pela presença preponderante de um patrimônio arquitetônico, paisagístico, cultural e religioso da cidade: a Igreja, Convento e Seminário Nossa Senhora do Carmo, edificada em 1773, em taipa de pilão. Oficialmente denominada Praça da Independência, ela recebe todo final de semana e feriados a Feira do Artesanato. Mas neste final de semana abrirá espaço para uma nova modalidade de feira para a cidade: a FLIC Itu, a Feira Literária e Cultural de Itu que, já na sua estreia, mobilizará um circuito de escritores interestadual e manifestações culturais diversas.

Como nasceu a FLIC Itu?


Depois de já ter participado de vários eventos literários, como visitante e como escritor, Paulo Stucchi rascunhou o que seria um primeiro projeto desta natureza em 2015. Mas foi em 2019, que ele teria uma forte inspiração para fazer o evento acontecer. Naquele ano, ao lançar seu novo livro “A filha do Reich”, finalista do prêmio Jabuti, estando em eventos literários realizados em diferentes estados do país, chegou a um lugar especial: em Nova Petrópolis, uma cidade de vinte mil habitantes, na serra gaúcha, no Rio Grande do Sul. Chamou-lhe a atenção que o organizador daquele evento literário fosse um deficiente visual e que, apesar desta limitação, tivesse reunido os apoios necessários, como os de familiares e o da secretaria de cultura, muito engajada durante toda a programação, e tivesse realizado uma feira de proporções respeitáveis, com duração de um final de semana, incluindo espetáculos de dança, gastronomia e mesas expositoras. “A partir daí senti que não seria mais possível que uma cidade como Itu, com tantos patrimônios culturais e potencial literário não pudesse realizar algo mais relevante”, conta Paulo.
Passada a pandemia, uniu forças com a técnica em gestão empresarial Fernanda Vaz Rabello e decidiu começar o projeto. “Com ou sem patrocínio, decidimos fazer”, lembra Paulo, que ressalta a fundamental participação de Fernanda, por seu perfil, altamente conectado com a comunidade, para conceber e realizar toda a parte cultural da FLIC.
“Começamos com a ideia de fazer uma série de palestras, com autores da região, e recebemos o primeiro apoio: o de uma escola particular que ofereceu auditório e quadra. A esse importante apoio somou-se outro, o do Museu da Energia, que abriu o espaço para as exposições artísticas. E o projeto cresceu: tivemos a entrada de uma curadora, o apoio das secretarias de cultura e de turismo de Itu, entre outros apoiadores. Os próprios autores aderiram ao evento às próprias custas, incluindo aqueles que se originam de locais mais distantes: Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Eles mesmos investiram em despesas de transporte para poder estar com a gente”, relata Fernanda. “Também participarão da FLIC autores de cidades paulistas, além das cidades vizinhas, como Sorocaba e Indaiatuba. De Itu haverá sete autores”, informa Fernanda.
“E haverá autores com diversas experiências: os premiados, os que exercem outras funções correlatas, como roteiristas de cinema, e os que foram contemplados por leis de incentivo à cultura. Ao todo participarão quarenta autores”, completa Paulo. “A dimensão que o evento tomou para nós foi uma surpresa. É um sonho mesmo”, comemoram.

Homenagens


A FLIC Itu vai discutir como seria uma semana de arte moderna em 2022, refletindo sobre as rupturas artísticas promovidas pela Semana de Arte Moderna de 1922. A proposta norteará os trabalhos no geral mas especialmente as mesas de conversa que ocorrerão no sábado, dia 21. Elegendo a escritora e poetisa modernista Pagu, a FLIC proporá aos frequentadores desvendar suas obras, em um ato de homenagem ao movimento modernista.
Também será homenageada a educadora e cronista Maria Angela Pimentel Mangeon Elias, membro fundadora da Academia Ituana de Letras, tendo exercido a presidência da instituição de 2012 a 2016. O reconhecimento da importância do seu trabalho junto à Academia, em prol da cultura ituana até os dias de hoje é a razão desta homenagem.

A programação

Na quinta-feira, dia 19, com início às 10h, no Museu da Energia, a feira traz uma mostra de fotografia e artes plásticas que ficará em exposição até o sábado, às 17h.

À noite, na Praça do Carmo, acontecerá o evento de abertura, com o presidente da Academia Paulista de Letras, jurista e professor universitário, Renato Nalini, o escritor, gráfico, livreiro e presidente da Associação Brasileira de Indústria Gráfica João Scortecci, o jornalista e escritor Rodrigo Stucchi e a escritora e poeta Mel Duarte, que também fará o show de abertura.

Na sexta-feira, dia 20, na Praça do Carmo, iniciam-se as mesas de conversa, com sessões às 10h30, 13h e 17h sobre literatura infanto-juvenil; atividade lúdica às 10h30; contações de histórias às 13h e às 14h; uma mesa sobre agenciamento literário às 15h; e oficina com jogos e brincadeiras às 15h.

Às 19h, a mesa terá como tema os espaços da escrita, com a presença do economista, administrador de empresas e professor universitário Eduardo Suplicy, que também exerceu 42 anos de vida pública. Ele será acompanhado da roteirista e escritora Mayra Sigwalt e do poeta Caco Pontes.

No Museu da Energia, ocorrerão sessões de cinema de curtas-metragens às 18h, 18h30, 18h45 e 19h. A última sessão será às 19h15, com duração de 90 minutos.

A programação da noite encerrará com rock da Banda HuTal às 20h30 e hardcore com a Banda Incêndio às 21h10.

No sábado, dia 21, as mesas de conversa têm início às 9h, com novas sessões às 11h, 14h, 16h, 17h, com a proposta de debater a Semana de 22, especialmente a obra da jornalista, escritora, cartunista e poetisa modernista Pagu, homenageada desta FLIC.

As mesas encerram-se às 19h composta pelo jornalista, cronista e escritor gastronômico Dias Lopes e com a escritora, professora e doutora em artes visuais Carolina Casarin.

Entre as manifestações culturais do sábado, haverá capoeira às 10h; grafite às 11h; samba de bumbo às 11h30; oficina de costumes mexicanos às 13h; criação de poesia para pets às 14h; hip hop às 16h15; e rap às 19h.

Às 15h30 haverá uma entrevista com Joshua Strul, sobrevivente do Holocausto.

No Museu da Energia, ocorrerão novas sessões de cinema de curtas-metragens às 18h, 18h30, 18h45 e 19h. E a última sessão será às 19h15, com duração de 68 minutos.

Após todas as mesas ocorrerão sessões de autógrafos. As vendas de livros acontecerão durante toda a feira, aberta aos autores que quiserem expor suas obras, bastando fazer a reserva com a organização.

No domingo, dia 22, haverá quatro mesas de conversa às 9h, 11h, 14h e 15h; um bate-papo sobre diversidade às 12h; uma premiação para o concurso de redação às 15h; MPB com reggae às 13h30; MPB às 15h; e um show de encerramento com a cantora sorocabana Márcia Mah, acompanhada de Luiz Anthony (violoncelo e bandolim) e Zé Marcos (violão).

Serviço:

Para informações detalhadas sobre a programação, presenças confirmadas, participações e temas das mesas de conversa, perfil dos autores, artistas e convidados, acesse: www.vempraflic.com.br

 

Galeria

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