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Turismo

Cruzeiro marítimo: dicas para a primeira viagem

20 de Abril de 2022 às 14:55
Todo navio, mesmo de menor porte, garante uma vivência de glamour, com seus espaços decorados com requinte
Todo navio, mesmo de menor porte, garante uma vivência de glamour, com seus espaços decorados com requinte (Crédito: ADRIANE MENDES)

Antes de iniciar esta reportagem, melhor esclarecer. Ao contrário da maioria das matérias de turismo, esta não tem a função de exibir pontos turísticos, mas sim de narrar uma viagem com o intuito de contribuir para quem pretende fazer o primeiro cruzeiro marítimo. Após três férias sem viajar, no final do ano passado resolvi reservar uns dias de descanso e optei por um passeio como esse. A decisão se deu por vários motivos: o do custo-benefício, por já ter toda a alimentação inclusa, e nesse caso específico, também com o sistema open bar, além de que o navio por si só já é uma atração dentro do roteiro, e consequentemente gastamos menos em passeios, o que não acontece nos roteiros dos pacotes aéreos. Além disso, minha amiga Maria Edwiges Corrêa Leite, que me acompanhou, nunca havia participado de um cruzeiro, e assim unimos o útil ao agradável. Nossa viagem foi de 6 a 10 de dezembro, saindo do porto de Santos e dando início à temporada de cruzeiros 2016/17. O roteiro incluiu Rio de Janeiro e Búzios (RJ).

É claro que o passeio foi muito gostoso, mas é importante frisar que nem tudo é só descanso, e uma dica para os marinheiros de primeira viagem: evitem "inaugurar" a temporada, pois desta vez, por conta do mau tempo, o navio Soberano (Sovereign), que vinha da Europa, atrasou para aportar, e com isso retardou o desembarque e o embarque, que em vez de ocorrer entre o meio-dia e 14h, aconteceu entre 14h e 17h. Eu e minha amiga entramos exatamente às 16h31, britanicamente falando!

Bom, uma vez dentro do navio, é hora de fazer o reconhecimento, e no nosso caso também de comer, pois estávamos famintas. Todo navio, mesmo de menor porte, garante ao viajante uma vivência de glamour, com seus espaços decorados com requinte, desde o carpete das escadas aos pianos colocados estrategicamente próximos aos elevadores ou nos bares mais sofisticados.

A decoração mais "clean" e moderna também se faz presente nos ambientes mais divertidos, como nos bares voltados para uma roda de samba ou mesmo um show de festa brega, não se esquecendo também da discoteca. O teatro foi uma atração à parte, com shows feitos por um grupo muito talentoso de artistas.

Com experiência em três cruzeiros anteriores, já sabia que não ficaria enjoada, e por isso para mim tudo sempre é divertimento. Mas num navio "all inclusive", temos também que contar com paciência, pois se por um lado é maravilhoso saber que terá a bebida que quiser sem ter de colocar a mão no bolso, é preciso imaginar que enfrentará um pouco de fila. E o que fazer nesse momento?

Presenciei até mesmo gente discutindo e ofendendo o garçom de um bar (como se ele tivesse culpa) por causa da espera na fila! E o que isso resolveu, além de apenas chatear o funcionário do navio? Nada! Por isso uma dica minha é a de que quem for viajar, o faça com o espírito de férias, afinal pra que se estressar em pleno passeio? E olha, veja o lado bom de ficar na fila: podemos fazer amizades.

E não é que eu encontrei uma mãe e filha naturais de Belo Horizonte (MG) e que são muito amigas de uma jornalista que trabalha em Sorocaba? Comprovando que o mundo é pequeno, e que sorocabano está em todo lugar, descobri um garçom conterrâneo, o Marcos Segatto, que há cinco anos trabalha em navios. Sem contar outras amizades que fizemos ainda no porto, antes do embarque, e no jantar (a mesa é determinada, bem como seus usuários).

Roupas

Uma das preocupações de quem vai viajar são as roupas que devem ser levadas. Para um cruzeiro não é preciso se preocupar tanto com isso. Em caso de constar na programação o jantar com o comandante (nesse não houve), basta levar uma roupa com a qual a mulher usaria num casamento, sem portanto ser a madrinha, e para os homens basta um terno (não precisa ser completo).

Uma falha das empresas de navio é a falta de divulgação da programação interna, mas uma dica que tem sido passada pelas agências de turismo é não esquecer de uma roupa branca e florida, e realmente, na viagem feita por mim houve a Festa do Branco, à beira das piscinas.

Embora o navio remeta à ideia apenas de agitações e baladas noturnas, famílias com crianças também têm espaço garantido, já a partir do jantar (o primeiro turno é sempre voltado para quem tem crianças). No local tem academia, pistas para caminhada e até spa, além de lojas que fazem nossos olhos brilharem.

Passeios

Como eu e minha amiga já conhecíamos a cidade maravilhosa, optamos por ficar no navio (que ficou bem vazio), em vez de descer no Rio de Janeiro. Mas em Búzios, que eu também já conhecia, optamos por descer. E entre ficar numa praia central ou conhecer várias delas num passeio de escuna, escolhemos a segunda opção, que teve direito a mergulhos.

Para minha amiga, o passeio foi válido. Apesar de ter se sentido um pouco mal na primeira noite, quando o navio ficou mais acelerado, ela gostou de tudo e disse que pretende repetir a experiência num navio maior. Para ela, o que mais chamou a atenção foi todo o glamour que envolve o navio por inteiro, não esquecendo o teatro, que além de ser também muito lindo, foi cenário de belos espetáculos.

Documentação

A temporada de cruzeiros no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini -- Concais, conhecido como Porto de Santos, segue até o dia 13 de abril. Até o final da temporada, a expectativa é que 450 mil passageiros (entre embarques, desembarques e trânsito) trafeguem pelo terminal marítimo.

Para embarques nacionais é necessário apresentar RG original ou Carteira Nacional de Habilitação (CNH) original válida, com emissão inferior a 10 anos. No caso de menores de idade desacompanhados de pais é preciso autorização destes com firma reconhecida, conforme Lei nº 12.038, de 2009, artigo 250.

Já os embarques internacionais, para Argentina, Uruguai, ou qualquer outro país do Mercosul, somente poderão ser feitos com Carteira de Identidade (RG) original, com menos de 10 anos da data de expedição ou passaporte válido. Estes documentos são obrigatórios também para crianças de qualquer idade, inclusive bebês de colo. Para menores de idade acompanhados somente do pai ou da mãe é necessário autorização judicial com firma reconhecida. Caso a criança ou adolescente viaje desacompanhado dos responsáveis é preciso autorização judicial assinada por ambos. Já nos casos de falecimento de um dos responsáveis, o acompanhante deverá apresentar a certidão de óbito original ou cópia com firma reconhecida. Mais informações sobre documentação podem ser conferidas diretamente no site da Polícia Federal (www.pf.gov.br).