Duas cidades encravadas na Serra da Mantiqueira, famosas pelo clima de montanha e pelo charme inspirado nas paisagens suíças, realizam até o dia 29 de maio, o Festival do Pinhão 2022.

Promovido pelo grupo Cozinha da Mantiqueira, o festival reúne restaurantes renomados, que apresentam seus pratos especiais à base do pinhão, semente comestível muito comum na região nesta época do ano.

O pinhão é símbolo da chegada do outono e nesta temporada acaba sendo ingrediente de muitas receitas, desde as clássicas às mais exóticas. Pelo menos duas dezenas de restaurantes têm a iguaria no cardápio. Os preços dos pratos dependem muito dos acompanhamentos, mas o visitante encontra opções de R$ 45 a R$ 265 para duas pessoas.

O turista pode saborear, por exemplo, ravióli de queijo Santa Brigite ao molho de abóbora com pinhão no restaurante Moringa; risoto de gorgonzola com pinhão caramelizado, acompanhado de filé mignon com crosta de farinha panko e chips de mandioquinha com alho-poró, prato da Mercearia Campos; ou ainda mignon suíno à escandinava com pinhões, no restaurante Donna Pinha. Para quem aprecia um bom peixe, pode optar pelo filé de truta grelhado, com crosta de pinhão, acompanhado de purê de banana. Essas são só algumas dicas do extenso cardápio do festival, que vale ser explorado durante a estadia em Campos do Jordão ou na vizinha menos famosa (mas não menos interessante) Santo Antônio do Pinhal.

“O pinhão é o símbolo da chegada do outono com suas cores deslumbrantes e o início do frio na região. Nesse período, é comum ver a população celebrando a chegada da semente em frente aos fogões a lenha, lareiras e até nas tradicionais sapecadas”, diz Anderson Oliveira, presidente da Associação Cozinha da Mantiqueira.

“O pinhão, hoje, é fonte de renda para a população que empreende com a venda direta para turistas, restaurantes e artesãos. A semente, para nós, é o retrato de uma gastronomia moderna e sustentável, que valoriza a sazonalidade dos alimentos e ainda privilegia o que é da região”, comenta Anderson.

A relação dos restaurantes participantes e os menus podem ser acessados no site http://www.festivaldopinhao.cozinhadamantiqueira.com.br

Friozinho do outono

Junto com a gastronomia, as duas cidades oferecem boa estrutura para receber os turistas. Além de uma rede de hotéis e pousadas, desde os mais simples até os sofisticados hotéis-boutique, o visitante têm à disposição parques, museus e centros de lazer e entretenimento.

Em Campos do Jordão, florestas preservadas, trilhas, mirantes e ar puro são um convite para passeios e caminhadas. As imponentes araucárias estão por toda parte, desde o centrinho da cidade, na Vila Capivari, até no Horto Florestal Estadual (www.parquecamposdojordao.com.br). No centro da cidade, não deixe de visitar o Morro do Elefante, onde se pode chegar de teleférico ou de carro. É um mirante com lojinhas de artesanatos e alimentação, com uma vista panorâmica de boa parte de Campos do Jordão.

Outro passeio interessante é o Bosque do Silêncio (www.altus.tur.br), um lugar com muitas trilhas árvores centenárias e raras, circuito de arvorismo e áreas de descanso e contemplação. Vá também ao Museu Felícia Leirner (www.museufelicialeirner.org.br), onde está o Auditório Claudio Santoro, palco de muitas apresentações do tradicional Festival de Inverno da cidade. Esculturas ao ar livre, alamedas arborizadas e mirante são atrações do parque.

O turista também pode visitar o parque Amantikir (www.parqueamantikir.com.br), lugar com belos jardins, pontos de observação da natureza, com boa acessibilidade e pet friendly.

Refúgio na montanha

Santo Antônio do Pinhal é uma cidadezinha encantadora, pequena, mas muito charmosa. A natureza bastante preservada, com seus pinheiros e mata de altitude, emoldura as casinhas e pousadas instaladas nas encostas.

O centro é cheio de lojinhas de artesanatos, lembrancinhas, doces, cachaças e cervejas artesanais. Restaurantes e bistrôs são opções tranquilas para uma parada no passeio.

O visitante pode percorrer trilhas pela mata, conhecer cachoeiras e subir até o Pico Agudo, com seus 1.700 metros de altitude. Com sorte, caso não haja névoa, o turista aventureiro encontrará um ponto com visão bem amplo da região.

A cidade também preserva uma antiga estação ferroviária, a Eugênio Lefèvre, que ainda mantém uma rotunda para manobras de locomotivas. Ao lado da estação, o turista pode ter uma vista panorâmica das cidades do vale, como Pindamonhangaba, Taubaté e Tremembé.

Hoje, além dos pontos turísticos das duas cidades, a boa gastronomia se transformou em um ingrediente a mais para atrair turistas em busca de novas experiências. Então, boa viagem e bom apetite. 

Chef é referência na gastronomia da região

O restaurante Donna Pinha, em Santo Antônio do Pinhal (SP), celebra a safra do pinhão com pratos especiais. A chef Anouk Migotto preparou um cardápio com dez receitas à base de pinhão, inclusive um drinque, a caipirinha “Gralha-azul”, uma homenagem à ave que é dispersora das sementes.

“Eu sou até conhecida como a ‘Dona Pinha’ por aí”, brinca a Chef. A paixão de Anouk Migotto pela gastronomia começou cedo, ainda na infância. Filha de franceses, Anouk recebeu da ascendência forte influência em sua cozinha. “Comecei cozinhando em família, picotando as coisas em casa; aos 11 anos de idade comecei a fazer doces e vender para fazer um dinheirinho”, revela.

O restaurante Donna Pinha faz parte do “Slow Food da Mantiqueira”, do “Boa Lembrança” e participa do Festival do Pinhão 2022. Professora pelo Senac e pela Escola Mantiqueira de Gastronomia, a chef também lançou o livro “Donna Mantiqueira”, pela Editora Boccato, com suas receitas mais solicitadas.

O Donna Pinha fica na avenida Antônio Joaquim de Oliveira, 647, no centro de Santo Antônio do Pinhal. (Da Redação, com informações de @sigaomapa.blog)