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Passeio Regional

Churrasco de A a Z

Tradicional, a la carte, japonês, no açougue, com vitrine ou autosserviço: conheça seis opções em ambientes exclusivos e um jeitinho todo especial de atender

19 de Outubro de 2021 às 00:01
Rô Galvão [email protected]
Mário Antônio Vaz à frente da churrasqueira de O Laçador.
Mário Antônio Vaz à frente da churrasqueira de O Laçador. (Crédito: RÔ GALVÃO)

Esta coluna é um convite a um passeio regional. Para uma visita a lugares da nossa Sorocaba e região onde a gastronomia, as festas, as celebrações, as paisagens, os ambientes naturais e históricos têm muito a proporcionar. Aqui vou narrar minha passagem por esses lugares e registrar meus achados com o objetivo de ressaltar os aspectos que, imagino, possam favorecer seus momentos de lazer. Serão dicas para desfrutar de seu tempo livre aproveitando os atrativos e as conveniências da proximidade. Também é um convite para ir ao encontro e prestigiar os conterrâneos que estão à frente de produtos e serviços turísticos contribuindo com o desenvolvimento econômico da região.

Explore as opções com todos os sentidos

Se existe um prato que está presente de norte a sul do País, esse prato é o churrasco. O preparo, de acordo com os costumes, pode variar: o assado na brasa, no espeto ou na grelha, o de fogo de chão, o passado na chapa, o de bafo... Também variam os cortes e os tipos de carnes, além do serviço, que sempre faz a diferença, porque influencia o modo como saboreamos a comida desde a apresentação. Assim, é possível encontrar centenas de opções na nossa região. Para começar, vou falar das propostas de seis restaurantes que me chamaram a atenção por alguma peculiaridade. Três deles são de casas localizadas em vias urbanas de alto fluxo, em Sorocaba, que permitem uma parada restauradora num breve desligar das obrigações. Uma terceira, nos limites da cidade, em uma chácara no bairro do Eden. E outras duas opções em restaurantes de estrada.

40 anos de tradição no espeto

O Laçador está localizado na av. Nogueira Padilha, importante corredor comercial, e próximo a pontos turísticos. - RÔ GALVÃO
O Laçador está localizado na av. Nogueira Padilha, importante corredor comercial, e próximo a pontos turísticos. (crédito: RÔ GALVÃO)

A churrascaria O Laçador é uma das mais tradicionais de Sorocaba. Inaugurada em 1981, completará seus 40 anos em dezembro. Funciona exclusivamente no sistema de rodízio. Percebendo que as carnes são servidas em grande variedade e com rapidez, quis conhecer o processo desde a cozinha. O que vi fez sentido: a dinâmica da produção é intensa e bem coordenada. Mário Antônio Vaz estava no comando da churrasqueira a carvão. Ele, que exerce a gerência de compras, era também o assador naquele dia. Orgulhoso de seus 25 anos de trabalho no restaurante, apresentou os espetos como quem mostra troféus. Do outro lado da cozinha, a equipe preparava os diversos pratos frios, levados ao buffet de autosserviço que completa o cardápio.

O Laçador tem uma clientela fiel e sua própria atratividade. Mas também está inserido em um circuito do qual se origina uma clientela visitante. A três quadras está o ginásio municipal de esportes, espaço de históricas competições e eventos esportivos. A dez quadras, um dos principais zoológicos do nosso Estado, o Quinzinho de Barros. E a própria avenida onde se localiza é um corredor comercial importante, ao entorno da qual também se estruturou a colônia espanhola.

Salão, varanda ou jardim?

No Picanha na Villa, cliente pode optar por mesas ao ar livre, em meio ao jardim - RÔ GALVÃO
No Picanha na Villa, cliente pode optar por mesas ao ar livre, em meio ao jardim (crédito: RÔ GALVÃO)

Estes são os ambientes da Picanha na Villa, churrascaria estabelecida em uma chácara, no bairro do Éden, desde 2006. O salão é arejado, com janelas e portas envidraçadas e pé-direito alto. A varanda é coberta e, no jardim, as mesas são colocadas entre as árvores ou sob quiosque, perto da área de lazer das crianças.

O cardápio “a la carte” destaca as raças Angus e Hereford. Há categorias premium e porções individuais ou para mais pessoas. Entre os cortes: picanha bonina e suína, ancho, chorizo, bom bom de alcatra, mignon, fraldinha, linguiça Bragança, salmão e tilápia. Os acompanhamentos são os tradicionais arroz, farofa, polenta, mandioca e salada de folhas com tomate e cebola. Para o feijão há variações: temperado com picanha, tropeiro ou tutu. Curiosa por conhecer a receita da Dona Maria, sugerida pelo garçom, fiquei com o tutu. De fato uma delícia. Palmas para ela! O chorizo veio perfeito, ao ponto, bem passado por fora, rosado e suculento por dentro.

Aos domingos, costuma ter música ao vivo, com repertório variado e som adequado para os três ambientes. Perfeito para relaxar desde o couvert, com cebola caramelizada, patê de ricota com azeitonas verdes, pasta de tomate fresco, chimichurri, azeitonas chilenas e filãozinho quentinho.

Rodízio no estilo japonês

Churrasqueira na mesa é diferencial no Uekita. - RÔ GALVÃO
Churrasqueira na mesa é diferencial no Uekita. (crédito: RÔ GALVÃO)

Você já ouviu falar em churrasco japonês? Desde 2017, o Restaurante japonês Uekita oferece o yakiniku, o churrasco japonês. As carnes seguem o padrão de corte japonês e são servidas cruas, no sistema de rodízio e no tempo em que o cliente decide que cada porção deva ser servida. Outra característica é a mesa de yakinuki. Ela é estruturada com grelha a gás embutida no centro e coifa suspensa. Com as carnes cruas e a churrasqueira à mão, o próprio cliente controla seus assados.

Apesar de a ideia principal ser a alimentação, é possível observar que esse inusitado modelo de autosserviço se torna um entretenimento: a proposta oriental sugere a possibilidade do churrasqueiro por um dia! Confesso que gostei da brincadeira. E me diverti também com os foguinhos que envolvem as lâminas de carne à minha frente. Legumes como abobrinha e berinjela, além de cogumelos, são servidos no mesmo sistema, excelentes acompanhamentos a grelhar. No Uekita, a opção pelo yakiniku contempla o cardápio japonês. E a combinação dos dois rodízios é mais um diferencial do restaurante que fica no Jardim Simus, zona oeste da cidade.

Churrasco no açougue

Rei das Carnes: interação com todo o Mercadão. - RÔ GALVÃO
Rei das Carnes: interação com todo o Mercadão. (crédito: RÔ GALVÃO)

Um outro modelo de negócio em churrasco encontramos no açougue Rei das Carnes, do Mercadão Campolim, desde 2009. Ali o açougueiro é também o churrasqueiro. Estamos falando de Alder Lopes, que é um entendido das carnes e da cadeia de suprimentos desse ramo. Então você escolhe: ou põe na sacola e leva uma boa carne para casa ou faz a sua refeição ali, já que o açougue está equipado com fornos de alta potência, além de uma estrutura para atendimento que se estende às mesas da praça de alimentação, onde há a conveniência de combinar outros alimentos e bebidas adquiridos nas lojas ao redor.

Do variado cardápio, atualmente, a preferência dos clientes tem sido a panceta, que fica pronta em uma hora e meia. Uma proposta ideal para quem vai sentar e conversar, apreciar sua bebida e iniciar a refeição com as entradas, sem pressa. A expectativa pela iguaria tem sido grande também pelo show dos preparativos finais, à moda do chefe: o corte da peça depois de assada e o jeito como Elder a tempera.

Interessante é saber que esse negócio híbrido atrai consumidores e comensais de várias cidades e até de outros Estados. No dia em que fui almoçar as mesas estavam todas ocupadas por clientes de diferentes origens, uma delas com um grupo de Petrópolis (RJ) de mais de vinte pessoas que havia chegado especialmente para um evento social. Sorte de Sorocaba que conta com um empreendedor das carnes para compor a força de seu receptivo turístico.

Cardápio ao vivo no salão

Lake está localizado em um sítio na zona rural de Sarapuí. - RÔ GALVÃO
Lake está localizado em um sítio na zona rural de Sarapuí. (crédito: RÔ GALVÃO)

Saindo de Sorocaba pela Raposo Tavares, após pegar a alça de acesso do município de Sarapuí, cerca de oito quilômetros adiante, encontramos a Lake Churrascaria. Também conhecida como a “churrascaria do grego”, funciona desde 1987. O restaurante incorpora uma maneira pouco comum por aqui de apresentar o cardápio: com o frigorífico no salão, entre o balcão e a churrasqueira, de frente para as mesas. Assim, pode-se visualizar as carnes na vitrine antes do assar para então fazer o pedido do exato tipo e corte, com o peso da peça pré-definido. Depois é escolher o ponto da carne e esperar na mesa.

O próprio grego maneja a churrasqueira a carvão, enquanto as filhas fazem o atendimento e servem os pratos. Ainda que inusitado, o modelo é prático e estimula clientela a se envolver mais com o pedido. O meu foi uma das especialidades da Lake: o carré de cordeiro, que veio no ponto solicitado, acompanhado de uma combinação trivial mas perfeita: arroz, feijão, farofa e vinagrete.

Após o almoço, na calma do domingo, aproveitei para dar uma volta pela propriedade, por áreas do sítio onde é possível avistar a criação de aves como pavão, galinha da angola, pato, entre outras. Finalizei com uma visita à loja de artesanatos e encontrei a própria artesã apresentando as suas criações.

Fartura à moda italiana

Clima de campo é atração a mais no Piccin. - RÔ GALVÃO
Clima de campo é atração a mais no Piccin. (crédito: RÔ GALVÃO)

A Churrascaria Piccin oferece seu churrasco no sistema de autosserviço. Algumas carnes vêm assadas da cozinha e permanecem sobre o fogão a lenha. O destaque é para a costela bovina, coelho, carneiro, contra filé, pernil servidos pelo churrasqueiro. O farto buffet inclui favoritos como a polenta frita, pastéis e torresmo, além de legumes cozidos, saladas e ceviche de tilápia. Ainda no autosserviço, que pode ser cobrado por pessoa ou por peso, há frutas e aquelas sobremesas caseiras da vó.

A fartura vem da filosofia desta família italiana que inaugurou seu restaurante em 1995 e registra um pouco dessa história na decoração do ambiente. O ambiente informal ajuda a relaxar e é propício à tentação de degustar um pouquinho de tudo. No Balcão costumam estar os Piccin, servindo o cafezinho e puxando conversa com os clientes. A localização é um ponto forte para a visitação: a churrascaria está a três minutos de um conjunto turístico integrado, formado pelo Jardim Oriental, o Torii (portal turístico que homenageia a imigração japonesa), a Pedra do Elefante e a sede da Associação Cultural e Esportiva KaiKan.

Serviço

O Laçador - Rodízio 2ª a sábado, R$ 61,90; domingos e feriados, R$ 68,00. Diariamente das 10h30 às 15h30 - (15) 3232-8327 - avenida Coronel Nogueira Padilha, 612

Picanha na Villa - “A la carte”, 2ª a 6ª, das 11h30 às 15h; Sábado, domingo e feriados, 11h30 às 16h - (15) 3325-3549 - rua Cleide Fonseca Mustafá, 30 - Éden

Uekita Sushi & Yakiniku - Rodízio de churrasco japonês, R$ 112,00 de 3ª a sábado, das 18h às 22h; sexta a domingo e feriados, 12h às 15h30 - (15) 3226-7196 - avenida Dr. Américo de Figueiredo, 931 - Jd. Simus

O Rei da Carne - “A la carte”, 2ª/6ª, das 9h às 21h; sábado, das 9h às 22h; domingo, das 9h às 15h (15) - 3346-3397 - rua Antônio Perez Hernandes, 125 - Mercadão Campolim

Lake Churrascaria - “A la carte”, sexta das 19h às 22h, sábado das 11h30 às 22h, domingo das 11h30 às 17h - (15) 3276-1229 - avenida Alexandre Chauar, 1738 - Sarapuí

Churrascaria Piccin - Autosserviço por pessoa, R$ 48,00; autosserviço por quilo, R$ 64,00/kg. Diariamente, das 11h às 15h - (15) 3244-2503. Via Pe. Guilherme Howel, km 119 - Piedade

* Informações sujeitas a alteração

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