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Turismo

Um paraíso para turistas de A a Z

Além da natureza exuberante, São Bento do Sapucaí oferece gastronomia diversificada, arte e muito sossego

11 de Maio de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
Pedra do Baú: pico de escalada e visual incrível encravado na Serra da Mantiqueira.
Pedra do Baú: visual incrível na Serra da Mantiqueira. (Crédito: MARCEL SCINOCCA )

 

O Brasil é cheio de recantos e encantos. Tem todo tipo de turismo, passando pelo ecológico, de aventura, religioso, de negócios, de saúde, gastronômico esportivo e rural. E na lista de cidades brasileiras que todos deveriam conhecer, a paulista, simpática e acolhedora São Bento do Sapucaí. Se a pequena cidade, que fica encravada na Serra da Mantiqueira -- a 290 quilômetros de Sorocaba --, não tem tudo isso relacionado ao turismo, falta muito pouco.

Com 252 quilômetros quadrados, ocupa apenas a posição 3.771 do ranking de municípios do Brasil em extensão territorial. Por isso, talvez, é que a cidade transborde tanta receptividade e carisma entre os seus 10,7 mil habitantes. Mas São Bento do Sapucaí é muito mais que isso. Suas matas e serras escondem -- em alguns casos escancaram -- belíssimas paisagens, obras e história.

Dos mais simples -- e confortáveis -- quartos até as luxuosas e aconchegantes suites. Há acomodações para todos os gostos e bolsos. Quase tudo na cidade remete a tranquilidade. Dependendo do lugar em que se está hospedado, é possível degustar deliciosas geleias e pães integrais dos mais variados tipos, tudo feito com o capricho e a dedicação caseira, como faz Silvia Van Der Wal, da hospedaria O quintal sem fim.

Capelas e mosaicos

Duas coisas também são comuns em São Bento de Sapucaí e obrigatórios para quem visita a estância climática: capelas e mosaicos. Há até um roteiro deles. E na junção das coisas, uma capela de mosaico, feita, entre outras coisas, com milhares de santos deixados por vizinhos e visitantes. O grande responsável pela disseminação da arte na cidade é o artista plástico Angelo Augusto Milani. “É a nossa relíquia”, comenta sobre a Capela do Mosaico Creuza dos Santos Pereira, nascida no lugar há 45 anos. A cidade, entretanto, tem ainda dezenas de outras relíquias. O Grupo Escolar, prédio datado de 1903, tombado na categoria de bem cultural estadual, também tem o mosaico como atração.

Há acomodações para todos os gostos e bolsos, mas todas remetem à tranquilidade. - MARCEL SCINOCCA
Há acomodações para todos os gostos e bolsos, mas todas remetem à tranquilidade. (crédito: MARCEL SCINOCCA )

A cidade também tem uma comunidade quilombola. Maria Helena de Oliveira e Aparecida Elizabeth da Silva fazem parte do grupo de artesãs que atuam no local e, como ninguém, elas transformam a natureza, a habilidade manual e a necessidade do ofício em arte. Arte no Quilombo, aliás, é mais uma atração da cidade, e onde os itens produzidos são expostos. No domingo, outra feira traz uma série de alimentos produzidos de forma artesanal, que inclui doces, salgados e pães integrais, incluindo os pretos. Há queijos também, sendo a maior parte produzido na cidade.

Infelizmente, em função da pandemia, eles andam ausentes das ruas de São Bento, mas Zé Pereira e Maria Pereira, bonecos gigantes inspirados no folclore nordestino, também são figuras tradicionais na cidade. Há um museu dedicado a eles que deve ser visitado. Trata-se de apenas um dos seis museus da cidade.

Vale a pena também passar pelo Marco Zero e pela primeira capela da cidade -- Igreja do Rosário -- que pertenceu aos fundadores do município. Ao lado, a exuberante igreja matriz, construção de 1850, feita por escravos e dedicada ao padroeiro São Bento.

Cartões postais

Mas se o visitante achar que o sossego está exacerbado, basta seguir a estrada, fazer a trilha e pronto! Chega-se à Pedra do Bauzinho. Ela está a mais de 1,9 mil metros de altitude e é um dos principais cartões postais de São Bento do Sapucaí. Se tiver um pouco mais de coragem, vá até a Pedra do Baú, que fica ao lado. Ambos podem ser vistos de praticamente todos os pontos da cidade. E se faltar adrenalina, a dica é saltar de asa delta e paraglider em uma rampa bem perto dali, onde, dependendo do clima, se “toca nas nuvens”.

Hora de recarregar as energias: de bistrô à comida italiana

Deu fome a caminhada? Ai, entra o roteiro de experiências gastronômicas sambentistas, provavelmente, a parte mais fácil e gostosa da viagem. E a criatividade dos chefs de São Bento vai longe. A cidade tem de tudo, de bistrô à comida italiana, passando por pizzarias e cantinas. Aliás, a lista de recomendação inclui a Cantina Tio Giuseppe, Bistrô RCS, Brazin Burgue, Sabor da Serra, Bar do Tião e a Cafeteria Moagem.

A fabrica e sorvetes orgânicos do Itabaú e a Quinta dos Cogumelos também estão na lista de locais indispensáveis na visita à cidade. O Paiol Grande, o mais antigo acampamento educativo do Brasil, que pertence a uma fundação, é outro ponto necessário de visitação.

Ateliê de Ditinho Joana é parada obrigatória

Os entalhes em jacarandá feitos por Ditinho Joana são atrações à parte -- e obrigatórias -- em São Bento. - MARCEL SCINOCCA
Os entalhes em jacarandá feitos por Ditinho Joana são atrações à parte -- e obrigatórias -- em São Bento. (crédito: MARCEL SCINOCCA )

Ditinho Joana é quase um embaixador da cidade. Seu ateliê é parada necessária e obrigatória. São inúmeras obras entalhadas na madeira. Árvores mortas ganham vida em suas mãos. Uma das grandes alegrias de seus 45 anos de carreira é que os dois filhos vão continuar com a arte, reconhecida internacionalmente e exposta em um livro lançado recentemente.

Os objetos são esculpidos a partir do jacarandá e demoram até mais de ano para serem realizados, como a Venda do Bastião Ferreira, uma das obras de maior destaque no ateliê. Ditinho, durante a apresentação, conta e canta as histórias de suas obras que, muitas vezes, custam na casa de milhares de reais. Os trabalhos ganham voz, movimento e muito mais sentido na mente do expectador.

Sossego cativante

São Bento do Sapucaí é uma cidade pacata e conta com um dos menores índices de criminalidade do Estado de São Paulo. Mas no município, há um perigo iminente. Entre as muitas “vítimas”, o casal Silvia Van Der Wal e Jeroen Drift. Eles deixaram a Holanda e se dedicam a uma pousada na cidade. O pato no quintal sem fim e o filho, ainda bebê, são as maiores preocupações do casal na nova vida serena. Outro exemplo vem do empresário Valdir Filho, que tem uma propriedade rural na cidade.

Diz o poeta que o sertão é a cama onde Deus vem descansar. São Bento do Sapucaí não é o sertão, exatamente, mas não está longe disso. Por esse motivo, pode não ser a cama onde Deus descansa, mas está bem perto disso. (Marcel Scinocca)

O repórter viajou a convite da Acisb (Associação Comercial e Industrial de São Bento do Sapucaí), em uma ação com apoio da Prefeitura Municipal de São Bento do Sapucaí, Land Rover do Brasil, Volkswagen do Brasil e da revista Travel for Life.

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