Brasileiros gastaram mais de R$3 bilhões com Games em 2022
Jogos: Longe de ser um assunto novo, jogar é um costume criado milhares de anos antes de Cristo.
Como brincadeira ou forma de passar o tempo, para desenvolvimento do aprendizado ou até mesmo como estratégia de sobrevivência e guerra, os jogos sempre estiveram inseridos na sociedade.
Sua forma de penetrar em todos os tipos de culturas, classes sociais e grupos dos mais variados segmentos fez com que, em diversos momentos, eles se tornassem proibidos, de forma geral ou específica, levantando questões sobre os riscos e os benefícios relacionados a certos tipos ou a todos os tipos de jogos.
Em 1952, aconteceu o que mudaria, para sempre, a história dos jogos ao redor do mundo: Foi criado o primeiro jogo eletrônico, o Osho, desenvolvido por um britânico que precisava comprovar uma teoria na Universidade de Cambridge para finalizar seu mestrado.
A tese era de que era possível que seres humanos e computadores interagissem em uma atividade.
E eis que…
Dando um salto para 2023, a interação homem/máquina tornou-se algo corriqueiro. Os jogos mais populares entre as gerações mais novas são, exatamente, os que fazem a conexão entre o mundo real e o digital, e em muitos casos, já não é tão fácil saber se quem atua na tela é um personagem ou uma versão digital da própria pessoa.
Uma forma de exemplificar isso utilizando um modelo atual de jogo é o comportamento dos gamers que investem de dezenas a milhares de reais para vestir seus avatares/personagens nos games.
As compras de crédito para possibilitar isso são tão comuns quanto recarregar créditos no celular. As recargas estão disponíveis pela internet, mas também podem ser adquiridas em supermercados, lojas de shopping e até em camelôs que vendem cards para pagamento com maquininha mega ton.
A população de um país
Uma pesquisa da consultoria Newzoo trouxe alguns pontos sobre a comunidade gamer no Brasil e a relação apaixonada dos brasileiros com os jogos.
Segundo o levantamento, o país é o quinto maior mercado de jogadores do mundo, com mais de 101 milhões de gamers ativos. A quantidade de pessoas é tão grande que chega a ser maior do que a população de países inteiros.
De acordo com o relatório da Newzoo, 43% deles gastam dinheiro dentro das plataformas dos jogos digitais.
O estudo aponta que uma das principais razões para os gastos é o desbloqueio de conteúdos extras, seguido da possibilidade de personalizar personagens e avatares.
Avatar Estiloso
Por incrível que possa parecer, há inúmeras pessoas que deixam de comprar roupas no universo real, para vestir seus personagens com o que houver de melhor disponível nas plataformas digitais.
As produções são completas.
Quem cria um avatar masculino, investe em demonstrar sua força através do estilo e o veste minuciosamente, dos pés à cabeça. Além das roupas, acessórios detalhados: Anel masculino, pulseira e correntes variadas. O avatar tem no seu “corpo”, muitas vezes, um valor maior em vestimenta do que o próprio gamer, por trás da tela.
Os avatares femininos procuram associar a feminilidade à coragem, fazendo uma mistura entre os animes e as heroínas Marvel, na maior parte das vezes. Para isso, roupas, joias, perucas e até maquiagens são adquiridas para suas personagens digitais.
Transporte Importa
Boa parte dos gamers não tem (ainda) um veículo para chamar de seu, mas seus avatares têm.
De scooter elétrica a carro esporte de luxo, os veículos vendidos dentro das plataformas de games são tão caros quanto poderiam ser no universo virtual e embora os valores não se comparem aos preços do mundo real, pode causar estranheza para quem não joga, que alguém esteja disposto a gastar dinheiro dentro de um jogo para um avatar andar de moto, carro, avião, jato, ou outro transporte.
Bilhões
Para quem nasceu antes dos anos 2000, falar em comprar créditos para jogar remete às idas ao fliperama, com aquelas moedas pedidas aos pais ou conquistadas com a prestação de algum serviço para um tio ou vizinho.
Isso ainda existe.
Principalmente em cidades menores e com menos acesso à internet, mas para boa parte dos jogadores (ou gamers, ou players, como alguns podem preferir), digitar “recarga jogo” no Google, é tirar uma quantia relevante da conta bancária e colocar no universo virtual.
Os brasileiros gastaram aproximadamente R$ 3,2 bilhões com jogos mobile em 2022. O mercado local cresceu US$ 70 milhões (R$ 360 milhões) na comparação com o ano anterior, deixando o país na contramão do mundo, onde houve retração do segmento.
Gastar para Ganhar
Com tanto dinheiro em voga, não seriam apenas os jogos com avatares que seduziriam os mais de 100 milhões de jogadores do Brasil.
Os jogos no estilo Pay To Win, geralmente no formato de roleta online, execução de micro tarefas ou jogos de cassino, fazem parte da vida de 43.000.000 de pessoas que não se importam em pagar para avançar níveis dentro de um jogo, até que, em algum momento, talvez, possam recuperar o valor aplicado.
Mais e Mais
A pesquisa da Newzoo revelou, entre tantas outras coisas, que no Brasil, os downloads de games mobile alcançaram o número impressionante de 4,6 bilhões! Isso representa um aumento de 16 milhões de downloads em comparação com o ano anterior.
Play no Futuro
Finalmente, quando se trata do futuro da indústria de jogos, os jogos continuarão a se tornar mais populares. Jogos em nuvem, realidade aumentada e o metaverso estarão em ascensão. Os jogadores devem se preparar, pois o futuro da indústria é brilhante. Devemos esperar algumas ideias fantásticas nos próximos anos, à medida que novas tecnologias são desenvolvidas e mais pessoas entram no reino dos jogos virtuais.
Para quem achava que “joguinho” era coisa de criança, os conceitos já começaram a mudar.
Redação: Bruna Bozano.