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Felinos

Adolescência felina: Aprenda a lidar com o seu gato rebelde

Nessa fase, o pet pode se envolver em brigas e até contrair doenças infecciosas

21 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Tutores têm papel fundamental para evitar fugas e machucados.
Tutores têm papel fundamental para evitar fugas e machucados. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

De uns tempos para cá, você percebeu que o seu gatinho está mais desobediente, vive arrumando briga e, sempre que pode, tenta passar a noite na rua? Não se engane, isso tem nome: adolescência. Com os hormônios à flor da pele, pets brincalhões e sociáveis durante a infância, podem apresentar mudanças no comportamento, tornando-se mais reservados e territorialistas. O tutor precisa estar preparado para lidar com algumas rebeldias típicas da idade e, se for o caso, até intervir.

Segundo as diretrizes desenvolvidas pela American Animal Hospital Association (AAHA) e pela American Association of Feline Practitioners (AAFP), a juventude felina é o período que vai do primeiro ao sexto ano de vida. Os animais já são considerados adultos, porém, essa fase antecede a maturidade plena e pode trazer alguns transtornos.

“Gato adolescente é aquele que está com vontade de ir para a balada”, brinca a médica-veterinária especialista em felinos, Vanessa Zimbres, proprietária da Clínica Gato é Gente Boa, em Itu (SP). “Nessa fase, os machos têm o instinto de sair da colônia e procuram passear mais na rua para explorar novos locais. Assim, eles acabam ficando mais propensos às brigas por território e até doenças infecciosas, como AIDS felina (FIV) e leucemia viral felina (FeLV), além de carrapatos e vermes”.

Se o seu felino é uma fêmea, não pense que a preocupação é menor. Apesar de serem um pouco mais tranquilas e menos territorialistas, elas também precisam de cuidados. As alterações hormonais no período do cio costumam causar uma agitação extra e é preciso de atenção para evitar uma fuga.

Rebeldia dentro de casa

O recomendado é que os gatos sejam criados dentro de casa e sem acesso à rua. Porém, isso não significa que a juventude será mais tranquila. Conforme os filhotes crescem, eles começam a necessitar de um espaço próprio e aquele relacionamento amistoso entre os irmãos, típico dos filhotes, pode ficar um pouco mais comprometido.

“Quando a gente é criança, é normal dividir o mesmo quarto. Mas, na adolescência, existe essa busca pela individualidade. Com os gatos é a mesma coisa. Eles precisam de uma caixa de areia só deles, um comedouro exclusivo, um espaço para descansar”, lista a veterinária. “Quando os recursos são limitados, eles podem acabar brigando. O papel do tutor é separar e colocar cada um em um cômodo, ou, se no mesmo cômodo, um em cada território”.

Com a saída da infância, as brincadeiras espontâneas também tendem a diminuir e o tutor assume um importante papel para combater o tédio. O ideal é oferecer, pelo menos, 15 minutos diários de estímulos. As melhores brincadeiras são aquelas que incentivem o instinto de caçador.

Castração prematura

Uma das maneiras de frear as transformações causadas pelos hormônios da puberdade é a castração. O recomendado é que o procedimento seja feito antes do período, por volta dos quatro meses de vida do filhote. Nesse caso, é preciso ficar atento a outro aspecto durante a juventude.

“A castração diminui a velocidade do metabolismo entre 30% e 33%. Como o gato costuma ficar mais sedentário na juventude, a gente precisa ficar atento para não ter um ganho excessivo de peso”, alerta Vanessa. “Às vezes, nós precisamos oferecer até uma alimentação diferenciada”.

Castrados ou não, o acompanhamento de um veterinário precisa fazer parte da rotina nessa etapa da vida. Por serem jovens, muita gente acredita que não há necessidade das consultas de rotina, porém, muitas doenças crônicas podem surgir justamente nesse período, e o diagnóstico precoce é o principal aliado à saúde. Além desse cuidado, ter um adolescente em casa é uma prova de amor e paciência. Não reclame, afinal, você também passou por essa fase. (Da Redação)