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Estudo revela história genética dos cães

31 de Outubro de 2020 às 00:01

Estudo revela história genética dos cães

Pesquisadores sequenciaram genoma de 27 espécies de cães. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (9/4/2019)

Grande parte das diferentes espécies de cães já existia no fim do último período glacial, há cerca de 11 mil anos, revela um estudo publicado na revista “Science” que analisou o DNA desses animais.

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Francis Crick de Londres sequenciou o genoma de 27 cães, incluindo fragmentos de esqueletos de 11 mil anos atrás. Alguns desses animais habitavam a Europa, o Oriente Médio e a Sibéria.

Nessa época, muito antes da domesticação de outras espécies animais, havia pelo menos cinco raças de cães de diferentes origens genéticas. “Algumas das diferenças que se pode apreciar quando se vê cães na rua provêm do período glacial”, indica o geneticista Pontus Skoglund, um dos principais autores do estudo. “Ao fim desse período, os cães já estavam muito espalhados pelo hemisfério norte.”

Os cães descendem dos lobos, mas ainda não foi concluído o debate sobre a data exata dessa evolução, que ocorreu entre 25 mil e 40 mil anos atrás. O novo estudo não entra nessa discussão, mas confirma a ideia de que há “uma só origem” da evolução do lobo para o cão.

Os dados de DNA extraídos dos ossos dos animais permitiram, em particular, determinar que os cães europeus de cerca de 4 mil anos atrás eram muito diferentes entre si, mas que essa diversidade se perdeu com o tempo. “Embora os cães europeus de hoje tenham várias formas e tamanhos, geneticamente eles provêm de um subconjunto cuja diversidade é muito mais limitada do que a anteriormente existente”, explica Anders Bergstrom, outro autor do estudo.

Os cães podem ter evoluído da mesma forma que os humanos. Estes últimos possuem mais cópias de um gene que cria a enzima digestiva amilase salivar do que os chimpanzés, por exemplo. Os cães têm mais cópias desse gene do que os lobos, uma tendência que se acentuou à medida que sua dieta foi se adaptando à vida na fazenda.

“Entender a história dos cães nos permite compreender não apenas a deles, mas também a nossa história”, explicou Bergstrom. (AFP)