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Felinos

Brasileiros estão cada vez mais gateiros

14 de Março de 2020 às 00:01

Brasileiros estão cada vez mais gateiros

A sociabilidade do felino é construída ao longo de seu crescimento, assim como acontece com os seres humanos. Crédito da foto: Divulgação

Pesquisa feita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e que contou com a participação de vários pesquisadores acadêmicos apresenta resultado bastante positivo para os apaixonados por gatos. Enquanto a população mundial de felinos soma 12% dos animais domésticos, no Brasil esse número alcançou 17% em 2018. Os brasileiros estão cada vez mais gateiros: já são mais de 23,9 milhões de gatos no País, e a expectativa é ultrapassar 30 milhões até 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados revelam ainda, que o País é o 4º no mundo em número total de animais de estimação e o 2º em cães e gatos. (Dados do IBGE, atualizados pelo Instituto Pet Brasil e Euromonitor, em 2018).

No estudo realizado por docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG) foram avaliados comportamento, manejo nutricional e de sanidade. Ao final, as informações subsidiaram a publicação do Manual de Boas Práticas na Criação de Animais de Estimação, que é parte de uma coletânea organizada pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Animais de Estimação (CSPET), vinculada ao Mapa.

Outra contribuição importante foi divulgada pela Mars Brasil, líder no mercado de alimentação para cães e gatos com as marcas Pedigree, Royal Canin, Whiskas e Eukanuba.

Desenvolvido pelo instituto de pesquisa IBOPE Inteligência, em parceria com a Waltham@Research Center e a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), o levantamento reforça mais uma vez, a identificação do tutor com seu gato, já que 45% dos entrevistados consideram o animal como um filho. Outros aspectos que os donos de felinos consideram positivos são: o fato do animal entender o humor do dono, companheirismo, independência, tamanho e higiene.

Estilo de vida

Brasileiros estão cada vez mais gateiros

Gatos possuem visão tridimensional e noturna, fator que garante sejam exímios caçadores. Crédito da foto: Divulgação

Além de serem animais inteligentes e amorosos, o aumento da população de felinos aconteceu também devido à mudança no estilo de vida das pessoas: independência e fácil adaptação a ambientes pequenos são alguns dos fatores que têm levado o brasileiro a se interessar e optar cada vez mais pelos bichanos.

Com este crescimento, é preciso informação para que se realize a guarda responsável. Uma pesquisa recente realizada pela Royal Canin, marca líder em alimentação super premium para gatos e cães, descobriu que, embora 45% dos tutores de gatos os considerem como um membro da família, metade deles adiam a visita ao consultório veterinário. O dado é preocupante, uma vez que atrasa a identificação de um possível problema. Visando mudar essa realidade, a marca lançou a campanha “Meu Gato no Vet”, para conscientizar tutores sobre a importância da visita periódica ao médico veterinário.

Afeto e bem-estar

Os estudos e pesquisas envolvendo número populacional, comportamento animal e do tutor comprovam o interesse da população em oferecer bem-estar e afeto ao seu pet. O compartilhamento de informações fundamentadas cientificamente enfraquece “mitos” de que os gatos não são bons companheiros para crianças, adultos e idosos.

Pelo contrário, a sociabilidade do felino é construída ao longo de seu crescimento, assim como acontece com os seres humanos. Os filhotes são excelentes observadores, aprendem com facilidade ao observar a mãe e necessitam do contato inicial com a ninhada (notou alguma semelhança?). Outro ponto abordado no manual de boas práticas é a flexibilidade do gato em relação ao sistema social, isso porque podem viver solitários ou em grupos de tamanhos e espécies diferentes (cachorros, por exemplo).

Com esse entendimento, a nova campanha global da Whiskas “Alimente a Curiosidade”, lançada no mês de janeiro, ilustra situações nas quais os personagens humanos têm atitudes curiosamente semelhantes ao dos seus companheiros felinos. O objetivo é apresentar a sociedade de forma geral, o quanto a personalidade dos gatos pode ser carinhosa, divertida e espontânea.

Curiosidades felinas

Brasileiros estão cada vez mais gateiros

Inteligentes e amorosos, os gatos são bons companheiros para crianças, adultos e idosos. Crédito da foto: Divulgação

A médica veterinária Natália Lopes, líder de Comunicação Científica da Royal Canin Brasil, elencou 10 curiosidades sobre os felinos para um melhor entendimento da espécie:

1 - A domesticação dos gatos começou a ocorrer a partir de 7.500a.C. Os primeiros fosseis foram encontrados em uma região desértica, no norte da África. Esse fato explica muito sobre a fisiologia urinária dos felinos em um ambiente com escassez hídrica, o organismo concentra a urina e ele é capaz de sobreviver com pouca ingestão de água. Esse fato explica os gatos atuais ainda beberem pouca água e concentrarem a urina.

2 - Gatos possuem visão tridimensional e noturna, fator que garante que sejam exímios caçadores. Hoje, o comportamento de caçar mesmo sem ter fome é um reflexo da sua ancestralidade.

3 - O paladar dos gatos é menos desenvolvido se comparado aos cães e aos humanos: possuem aproximadamente 475 receptores gustativos, enquanto os cães têm 1.700 e os humanos 9.000. Gatos também não sentem o sabor doce.

4 - O olfato, diferente do paladar, é bem desenvolvido, e é o primeiro sentido que atrai o gato para o alimento. Depois do olfato, os gatos poderão mostrar preferência pela sensação do alimento na boca, provocada pelo tamanho, forma, textura e sabor.

5 - A audição dos felinos é bastante aguçada e melhor que a de um cão. Eles têm capacidade de orientar o ouvido na direção do som, pois contam com 32 músculos na região, enquanto cães tem cerca de 18 e os humanos têm apenas 6. Esse sentido é um fator-chave para seu comportamento alimentar de caça.

6 - A infância do gato é dividida em duas fases distintas: a primeira, que vai até os 4 meses e se caracteriza por um crescimento intenso, quando ele adquire até 50% do peso que terá quando adulto. A segunda vai dos 4 meses a 1 ano, e se caracteriza por um crescimento mais harmonioso.

7 - A fase madura se inicia aos 7 anos. A partir dos 12 anos, ele entra no estágio senil.

8 - O período de socialização dos gatos ocorre em sua primeira fase de vida: esse é o momento para lhes apresentar, por exemplo, texturas diferentes de alimentos e colocá-lo em contato com outros animais.

9 - Os gatos se comunicam com seus tutores de diversas maneiras por meio do corpo, sons e gestos. Por exemplo, o ronronar pode representar submissão e contentamento, já o gesto de movimentar o rabo demonstra geralmente irritação, ao contrário dos cães, que costuma ser interpretado como satisfação.

10 - A paixão por gatos chama-se ailurofilia. O termo vem do grego, que significa gato + paixão. (Da Redação)

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