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Descoberto dinossauro que pode ser o menor de sua espécie
Seu crânio media apenas sete milímetros. Crédito da foto: AFP/Zhixin Han/China University of Geosciences, Beijing
O crânio de um minúsculo pássaro extraordinariamente bem preservado em âmbar há 99 milhões de anos foi descoberto em Mianmar e pode ser o menor já conhecido até agora - conforme estudo divulgado nesta quarta-feira (11).
Intitulado "oculudentavis khaungraae", o espécime ficou preso em um pedaço de âmbar que remonta à era mesozoica (entre 251 milhões e 65 milhões de anos). Seu crânio media apenas sete milímetros, um tamanho que rivaliza com o beija-flor de barriga branca, o menor pássaro dos dias atuais, o que faria dele o menor dinossauro conhecido até então, acrescenta a "Nature".
"Como todos os animais presos no âmbar, está muito bem preservado. Temos a impressão de que morreu ontem, com todos seus tecidos moles conservados nesta pequena janela sobre os tempos antigos", comentou a autora principal do estudo, Jingmai O'Connor, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e de Paleontropologia de Pequim.
O espécime ficou preso em um pedaço de âmbar. Crédito da foto: AFP/Xing Lida /China University of Geosciences
O crânio de perfil é dominado por uma grande cavidade ocular, o que sugere que, nesse lugar, havia um globo ocular olhando de lado, parecido com o do lagarto. Com a ajuda de um scanner, os pesquisadores revelaram uma mandíbula de cerca de 100 dentes pontiagudos dentro do bico.
"Não se parece com nenhuma espécie viva atualmente, por isso, temos de ser imaginativos para compreender o que sua morfologia significa. Seu crânio delgado, seus múltiplos dentes e seus olhos grandes sugerem, porém, que, apesar de seu tamanho, era provavelmente um predador que se alimentava de insetos", afirma a paleontóloga.
O vertebrado coexistiu com os dinossauros de pescoço alongado e os grandes répteis voadores como os pterossauros, em um período de fauna abundante.
Fazia parte de uma microfauna que apenas o âmbar pode preservar. Sem esta resina fóssil, "não saberíamos nada destes minúsculos organismos, muito mais difíceis de encontrar do que os maiores", disse esta cientista.
"Quando pensamos nos dinossauros, imaginamos uns esqueletos imensos, mas, hoje, a paleontologia está se transformando completamente, graças à descoberta de fósseis conservados desta maneira", explicou.
"Espero que, na próxima década, possamos desenvolver técnicas que permitam ter acesso à bioquímica dos tecidos moles. Tenho certeza de que há fragmentos de DNA preservados no interior... Embora nunca vá ter um cenário como em 'Jurassic Park'!", brincou O'Connor. (AFP)
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