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Melhor amigo do homem rastreia explosivos

20 de Julho de 2019 às 08:01

Melhor amigo do homem rastreia explosivos

Naya é “aluna” do Centro de Detecção de Minas (MDC) e está se preparando para o importante trabalho. Crédito da foto: Wakil Kohsar / AFP

A cadelinha Naya, uma fêmea de pastor belga, salta por cima dos obstáculos e se lança pelos túneis improvisados em um centro de Cabul, no Afeganistão. Apesar das aparências, não se trata de uma brincadeira e sim de uma situação de vida e morte: ela está aprendendo a detectar explosivos para salvar pessoas. A cachorra de três anos é um dos alunos de quatro patas do Centro de Detecção de Minas (MDC), situado em uma colina da capital afegã.

Há cerca de 30 anos esta ONG afegã assegura ter transformado 1.100 cães em uma força disciplinada e formada graças a seus adestradores. Os cachorros detectores de explosivos são onipresentes em Cabul, seja em postos de controle ou complexos governamentais. Sua missão é localizar as bombas artesanais introduzidas de forma clandestina na cidade, que todos os anos deixam inúmeras vítimas.

Os cães devem identificar, entre dezenas de tambores colocados em uma roleta, qual contém potenciais bombas ou drogas. Quando acertam, seus adestradores os recompensam com um petisco.

Para adestrar um cão rastreador de explosivo são necessários cerca de dois anos, em um processo que igualmente é intenso para os cães -- geralmente pastores alemães ou belgas -- e seus tutores.

O salário dos adestradores, cerca de 500 dólares mensais, é relativamente alto para os padrões do Afeganistão. Eles também têm direito a um seguro de vida e aposentadoria.

Localizar as minas é um trabalho fundamental, mas já ocorreram vários fracassos. Segundo Abdul Ziaee, da Coordenação da Luta Antiminas, os cães não foram empregados de forma correta nesses incidentes, ou seus professores não haviam recebido uma boa formação.

No MDC, os tutores afirmam que seus cachorros são mais eficientes encontrando minas, do que os detectores mecânicos, já que podem farejar explosivos em dispositivos não metálicos. (Thomas Watkins - AFP)