Cuidados
Coelho não é brinquedo e precisa de cuidados
Coelhos precisam de espaço e cuidados específicos com os dentes e pelos. Crédito da foto: Pixabay.com
A Páscoa se aproxima e com ela a figura do “coelhinho da páscoa” fica mais presente, principalmente entre as crianças. A venda de coelhos também aumenta no período e, no impulso de agradar os filhos, muitos pais compram o animal e depois se arrependem por não saberem como cuidar.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CRFMV) alerta para a compra consciente de animais e destaca alguns cuidados que os coelhos exigem:
Os animais devem ter um espaço generoso em casa para que possam circular. Caminhar é importante para manter o trato digestivo do animal. Além disso, coelhos que ficam presos por muito tempo podem se tornar ariscos.
Os coelhos devem ser sempre supervisionados para evitar acidentes, pois são propensos a roer fios variados, comer plantas tóxicas e a sofrerem traumas, já que são agitados e costumam se debater.
É importante que o tutor disponibilize sempre brinquedos apropriados para que o coelho possa roer. Pensando no bem-estar do animal, o CRFMV lembra que os coelhos são animais silenciosos, portanto, evite deixá-los em locais com muito barulho.
É importante fazer a higienização diária do local onde o coelho irá ficar, para preservar a saúde do animal e evitar doenças. As gaiolas de arame (metal ou ferro) e o contato direto com a urina podem causar lesões nas patas do animal. Também para cuidar da higiene, o pelo do animal deve ser escovado todos os dias com uma escova de cerdas macias.
Entre as dicas para a criação dos coelhos, o conselho pede: “Oriente sempre as crianças a não pegarem o coelho pelas orelhas; a forma correta de segurá-lo é com uma mão no dorso e a outra embaixo das patas traseiras, como se ele estivesse sentado”. Coelhos são sensíveis a altas temperaturas. Deve-se evitar deixá-los em locais acima de 20º C.
Os coelhos são herbívoros e devem se alimentar de ração apropriada para a espécie e de verduras verdes-escuras, como a couve, o almeirão, a mostarda, entre outras. Antes e depois de adquirir o animal, é fundamental procurar orientações do médico veterinário.
Dentes têm crescimento contínuo
A família de roedores e todas as suas espécies, desde o mais pequenino ratinho a uma capivara, precisam roer ou mastigar para manter os dentes em boa ordem. O termo roedor, inclusive, vem do latim rodere, que significa mastigar, e por isso é preciso um cuidado redobrado com a dentição destes animais.
Segundo Erika Hayashi, médica-veterinária, “os dentes incisivos, molares e pré-molares dos roedores e lagomorfos (como os coelhos) não possuem raízes verdadeiras, gerando um crescimento e erupção constante por toda a vida”.
Por isso, pets como chinchilas, porquinhos-da-índia e coelhos devem ter uma atividade mastigatória constante. Como explica Erika: “Estes pequenos adorados são essencialmente herbívoros (comem folhagens). A ração apropriada deve ser dada em menor proporção na dieta. Já folhas verdes-escuras, como almeirão, escarola, rúcula e couve, são a maior parte da dieta, para um equilíbrio do crescimento e desgaste correto do dente.”
Os brinquedos feitos especialmente para esses animais também podem ajudar a deixar a dentição do roedor saudável. Os mais comuns são os brinquedos de madeira sem linha ou peças de engolir.
Se o proprietário começar a notar mudanças no comportamento de seu pet, principalmente em relação a seus hábitos alimentares, pode ser o sintoma de que algo está errado com a dentição.
Erika explica: “Eles ficam mais seletivos para comer, salivam, rangem os dentes e, às vezes, há presença de alimento não digerido nas fezes, além de diminuição na quantidade e tamanho da mesma. Pode ocorrer também dificuldade de ingestão de alimentos, consequentemente diminuindo a quantidade de alimentos ingeridos e resultando em perda de peso.”
Assim que perceber algum dos sintomas citados acima, o ideal é o dono levar seu animalzinho imediatamente ao médico veterinário especialista para realização de procedimento odontológico e orientação de manejo alimentar correto.
Casos mais graves podem resultar em uma série de problemas para o animal como anorexia, aumento de volume facial com ou sem abscesso na face, corrimento nasal e ocular, exoftalmia (projeção do globo ocular para fora da órbita), além de automutilação, dentre outras alterações de comportamento, por conta da dor. "Se não tratar imediatamente o animal, ele pode morrer, devido às complicações no sistema digestivo”, alerta a médica. (Da Redação)