Parecidos e diferentes: como é ter um irmão gêmeo?
Você já imaginou como seria se tivesse um irmão gêmeo? Os irmãos gêmeos, ou trigêmeos, nascem no mesmo dia, portanto possuem a mesma idade. Uns são bem parecidos, já outros são bem diferentes.
A parte mais legal é que ao longo da vida, os múltiplos, como são chamados os irmãos que nascem no mesmo dia, aprendem a fazer companhia, a proteger e a dividir tudo com os companheiros de barriga. Nesta edição, o Cruzeirinho conversou com algumas crianças para saber como é ter um irmão gêmeo.
“Clones”: Tiago e Pedro são gêmeos univitelinos, quando a semelhança é total. Crédito da foto: Cortesia
Idênticos. Assim são os irmãos gêmeos Tiago e Pedro Brito Castro Leite, de 8 anos, matriculados no 4º ano do ensino fundamental no Colégio Uirapuru. Tiago e Pedro são gêmeos univitelinos, que é quando os indivíduos são muito semelhantes. “Parece que estou olhando para o espelho. Algumas vezes eu penso: será que ele é o meu clone?”, brinca Tiago. A semelhança é tão grande que muitas pessoas acabam confundindo os irmãos, principalmente quando estão vestidos iguais. “A gente nasceu no mesmo dia. Algumas vezes as pessoas nos confundem, mas nossos pais sabem a diferença”, contam. Entre as diferenças, os dois destacam uma manchinha atrás do pescoço de Tiago. “A voz e a risada também são diferentes”, completa Pedro.
Embora sejam muito parecidos, nem sempre Tiago e Pedro gostam das mesmas coisas. “Também temos gostos diferentes. Eu gosto de vermelho e o Pedro gosta de verde. Eu gosto de uma comida e ele gosta de outra”, afirma Tiago. Companheiros, os irmãos se divertem bastante juntos, apesar de brigarem algumas vezes. “Na maioria das vezes a gente se dá bem. A gente dorme no mesmo quarto, mas estudamos em salas separadas”, conta Pedro. Para a dupla, a melhor parte de ter um irmão gêmeo é sempre ter alguém para brincar. “Ele está sempre comigo, me ajudando no que preciso. É o meu companheiro. Se eu não tivesse um irmão gêmeo, eu ia ficar solitário”, confessa Tiago.
Rafaella e Maria Eduarda reforçam as diferenças físicas e de personalidade. Crédito da foto: Fernando Rezende (19/1/2021)
Ao mesmo tempo que as irmãs gêmeas Rafaella e Maria Eduarda Pinho Ortiz, de 10 anos, são iguais, elas também são diferentes. Isso porque cada uma tem uma personalidade, mas são muito parecidas. “É estranho, porque a pessoa é a sua cara”, diz Rafaella, ao contar que elas são gêmeas bivitelinas -- quando há menor semelhança entre os irmãos. Mas, segundo as irmãs, todos acham que elas são idênticas. “Não somos. Cada uma tem uma diferença, como as pintinhas no rosto. Os meus amigos sabem, de costas, quem é quem”, afirma Maria Eduarda. Quando eram bebês, recordam, as irmãs eram ainda mais parecidas. “Tem fotos que nem a gente sabe quem é quem”, contam.
Com gostos diferentes, Rafaella e Maria Eduarda, que estão no 6º ano do ensino fundamental no Colégio Ser, às vezes acabam brigando. Mas não é isso que distancia uma da outra. Pelo contrário, as diferenças as deixam ainda mais unidas. “Uma cuida e defende a outra. A parte boa é que nunca ficamos sozinhas”, realça Maria Eduarda. Por esse motivo, as duas se sentem sortudas por serem irmãs gêmeas. “Somos premiadas. Temos sempre uma a outra. Não me imagino sem minha irmã. Estamos sempre grudadas”, aponta Maria Eduarda. “Mas não grudadas, grudadas. Mas sempre fazemos as coisas pensando na outra”, reforça Rafaella.
No caso de Carolina e Mariana, a similaridade termina na data de nascimento. Crédito da foto: Cortesia
No caso das irmãs gêmeas Carolina e Mariana Lasca Ribeiro Lima, de 12 anos, matriculadas no 7º ano do ensino fundamental no Colégio Ser, que também são bivitelinas, a similaridade está apenas na data de nascimento. Apesar de serem gêmeas, as irmãs têm gostos e personalidades completamente diferentes. “Não é porque somos gêmeas que precisamos ser iguais”. A Mariana é do mundo artístico, gosta de arte, música e dança. Já Carolina é esportiva e gosta de futebol, ciências e matemática. Mesmo com todas as diferenças, as duas são inseparáveis. “Como temos a mesma idade, a gente pode estudar, conversar e fazer tudo juntas”, diz Mariana. “Ter uma irmã gêmea é algo sensacional. Como ela tem a mesma idade, ela consegue me entender melhor, mesmo com gostos diferentes”, afirma Carolina.
Além de passar grande parte do tempo juntos, os irmãos gêmeos aprendem uma grande lição desde pequenos: dividir tudo, do colo dos pais aos brinquedos. E não foi diferente com Carolina e Mariana. “Nossos pais sempre nos ensinaram a dividir”, contam. E para elas, esse é um aprendizado para a vida. “A gente cresce e se torna um ser humano melhor, que sabe compartilhar com o próximo”, destaca Carolina. “Quando você divide, você acaba ganhando mais, porque você tem uma companhia”, frisa Mariana.
João Vitor e Pedro Henrique se parecem pouco, mas são inseparáveis. Crédito da foto: Fernando Rezende (19/1/2021)
Apesar de nascerem no mesmo dia, os irmãos gêmeos João Vitor e Pedro Henrique Quibau de Oliveira, de 4 anos, são bem diferentes um do outro. João e Pedro são gêmeos bivitelinos, quando há pouca semelhança entre os irmãos. “O Pedro é mais alto”, conta João. Mas, apesar das diferenças, um não vive sem o outro. “É divertido, a gente brinca o dia inteiro”, reforçam. Entre as brincadeiras preferidas, estão montar blocos e moldar massinha, mas os dois também gostam de jogar bola e andar de bicicleta, patinete e triciclo. “A gente brinca de muitas coisas”, completa Pedro.
Alice, Max e Olívia adoram contar para todo mundo que são trigêmeos. Crédito da foto: Fernando Rezende (19/1/2021)
Se dois é bom, três é bom demais. Sim, é possível ter irmãos trigêmeos. O trio Alice, Max e Olívia Batista Marques da Silva, de 4 anos, é prova disso. Os trigêmeos são trivitelinos, quando há menor semelhança e a diferença de sexo, e compartilham todos os momentos juntos, principalmente a hora do abraço, que no caso deles é triplo. Os pequenos adoram contar para todo mundo que são trigêmeos. “Eu gosto de ter irmãos porque é legal. A gente brinca bastante”, conta Alice. Entre as brincadeiras preferidas do trio, estão balanço, pega-pega e esconde-esconde. Os três também gostam de vestir roupas parecidas, conta Olívia: “É legal”.
Os trigêmeos sabem contar certinho a ordem de nascimento, quando saíram da barriga da mamãe. A primeira, segundo eles, foi a Alice, o segundo foi o Max, e a última foi a Olívia. “Eu quis ficar mais um pouquinho lá dentro”, conta. Além de poderem brincar juntos todos os dias, os três também tem uma grande vantagem: “A gente faz aniversário juntos”, conta Max, ao dizer que o tema da festa de três anos foi da Patrulha Canina, o seu desenho preferido. Cheios de energia, os três não se cansam de brincar e se divertir juntos. “Eu acordo e penso que meus irmãos são lindos”, finaliza Alice. (Jéssica Nascimento)