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Comprar carro pela empresa gera economia de até 21% em 5 anos

18 de Outubro de 2025 às 19:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Aquisição em nome da pessoa jurídica pode reduzir custos, mas exige governança 
para evitar riscos fiscais e sucessórios
Aquisição em nome da pessoa jurídica pode reduzir custos, mas exige governança para evitar riscos fiscais e sucessórios (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

Famílias empresárias e empreendedores que cogitam adquirir um veículo pelo CNPJ em vez do CPF podem encontrar vantagens financeiras relevantes na compra. De acordo com cálculo da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), a compra de um automóvel de R$ 200 mil por uma empresa no regime do Lucro Real pode representar economia de até 21% em cinco anos. O levantamento, realizado pela planejadora financeira Paula Bazzo, comparou os custos da aquisição no CPF e no CNPJ e apontou que o benefício líquido pode chegar a R$ 78 mil no período, considerando fatores como desconto, aproveitamento de créditos e depreciação fiscal.

Na simulação feita pela Planejar, o carro comprado pela pessoa jurídica apresentou desconto médio de 15% em relação ao valor para pessoa física, reduzindo imediatamente o custo de aquisição e o valor financiado. Além disso, empresas no Lucro Real podem se creditar de PIS e Cofins e lançar depreciação fiscal de 20% ao ano, abatendo despesas de manutenção, combustível e seguro. Combinados, esses fatores resultam em um custo líquido de R$ 299,5 mil contra R$ 377,8 mil no caso do veículo adquirido por pessoa física. O resultado mostra que a economia é significativa e se consolida ao longo do tempo.

Segundo Bazzo, a diferença entre os regimes tributários é decisiva. Empresas no Lucro Real usufruem do maior volume de benefícios, enquanto as que optam pelo Lucro Presumido têm dedutibilidade restrita, o que limita a vantagem a cerca de 10% no mesmo período. Já no Simples Nacional, praticamente não há espaço para aproveitamento tributário, e a compra tende a ser equivalente à realizada por pessoa física. “O empresário precisa avaliar se os ganhos justificam a complexidade administrativa e tributária, pois nem sempre a aquisição pelo CNPJ será o caminho mais vantajoso”, explica a planejadora.

Na perspectiva de governança, o consultor Arnaldo Rebello, especialista da GoNext Governança & Sucessão, destaca que a aquisição de bens em nome da empresa deve estar acompanhada de regras claras sobre o uso e a administração desses ativos. Para ele, a ausência de diretrizes pode gerar conflitos familiares e empresariais, sobretudo no processo de sucessão. “A governança garante que o patrimônio cumpra sua finalidade e não se torne foco de disputas. A clareza na gestão ajuda a preservar tanto a harmonia familiar quanto a perenidade dos negócios”, afirma. (Da Redação)