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Marcas chinesas já respondem por mais de 10% dos carros vendidos

11 de Outubro de 2025 às 20:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
BYD mira uma posição entre as cinco maiores marcas do País; hoje, está no sétimo lugar em automóveis
BYD mira uma posição entre as cinco maiores marcas do País; hoje, está no sétimo lugar em automóveis (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Menos de quatro anos depois de BYD e GWM começarem a vender seus primeiros modelos no País, as marcas chinesas, na soma de todas, já respondem por mais de 10% dos carros de passeio comprados pelos brasileiros. Dados de janeiro a agosto levantados pela consultoria K.Lume mostram que as marcas chinesas já chegaram a 11% das vendas no segmento de carros de passeio.

Hoje, é mais fácil encontrar uma concessionária de carros chineses do que de marcas como Toyota, Renault, Hyundai e Honda, estabelecidas com fábricas e operações comerciais há décadas no Brasil.

Mapeamento da Neocom, empresa especializada em análises do mercado automotivo, mostra que BYD, GWM, Omoda & Jaecoo (O&J) e GAC têm, juntas, 347 pontos de venda, entre concessionárias completas e showrooms. Mesmo tendo sido construído basicamente com importações de carros, o número só fica atrás das redes de revendas das três maiores montadoras do País: Stellantis (mais de mil); General Motors (565); e Volkswagen (443).

Até aqui, os chineses nadaram de braçada na introdução dos carros híbridos e elétricos no mercado brasileiro. O apetite deles é grande, como mostram as metas anunciadas. Enquanto a BYD mira uma posição entre as cinco maiores marcas do País — hoje, está no sétimo lugar em automóveis —, a GWM fala em chegar futuramente a um volume entre 250 mil e 300 mil veículos no Brasil, embora sua fábrica em Iracemápolis, no interior paulista, arranque com capacidade de produção de 50 mil carros por ano.

Essa ambição será desafiada, no entanto, por lançamentos programados pelas montadoras tradicionais, incluindo a chegada de automóveis híbridos das três do pelotão de frente: Stellantis, GM e Volks. Ou seja, mais concorrentes para disputar o mercado de novas tecnologias que, embora em expansão, tem limitações de crescimento.

Nos últimos três anos, enquanto enfrentavam barreiras tarifárias nos Estados Unidos e na Europa, as marcas chinesas multiplicaram por sete suas vendas no Brasil. Nas previsões da Bright Consulting, devem fechar 2025 acima de 260 mil unidades, o equivalente a 10% do mercado, quando se consideram tanto os carros de passeio quanto os utilitários leves, como picapes.

Após pressão das montadoras tradicionais, representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o imposto sobre as importações de carros híbridos e elétricos vem subindo gradualmente desde o ano passado, com retorno à alíquota máxima (35%) marcado para julho do ano que vem, o que atinge sobretudo os veículos da China. (Estadão Conteúdo)