Fernando Calmon
Frota brasileira: 88% com motor a combustão em 2040
Na 11ª edição do Seminário Inovação em Powertrain, da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), ocorrida no começo de julho, houve unanimidade. Para diminuir emissões de gás carbônico não há apenas uma solução, e sim diversas. O Brasil tem posição privilegiada pela abundância de fontes energéticas renováveis. Gábor Deak, diretor de Tecnologia e Sustentabilidade do Sindipeças, deixou claro o pensamento dos seus 470 associados (75% deles pequenas e médias empresas).
“Nossa posição é agnóstica, mas está evidente que o Brasil precisa decidir-se pelos biocombustíveis. Até porque, segundo nossas projeções para 2040, a frota circulante nacional será ainda de 88% de veículos com motores a combustão interna, incluindo híbridos”, argumentou Deak.
Márcio Melhorança, da Horse Latam, de São José dos Pinhais (PR) onde fica a Renault, destacou o desenvolvimento completo de um motor-gerador a combustão, associado em série a um motor elétrico da brasileira WEG, para estender o alcance de carros com tração elétrica.
Neste cenário, o Governo Federal anunciou o aumento imediato do teor de etanol na gasolina de 27% para 30% e de biodiesel de 14% para 15%. No primeiro caso, o preço da gasolina pode até cair um pouco, todavia a diferença será ínfima e provavelmente anulada por discreta elevação de consumo do motor, em especial os mais antigos. Quanto ao biodiesel, mais do que a adição ampliada em 1%, preocupa de verdade a sua baixa qualidade e a falta de fiscalização por parte da ANP. Esta agência se queixa de restrições orçamentárias federais para controlar especificações dos combustíveis. Uma situação muito preocupante.