Benê Gomes
SUV Ford Territory é confortável e bastante agradável
Ainda discreto em vendas, o modelo é alternativa interessante entre os SUVs médios
A segunda geração do SUV Territory está disponível em nosso mercado desde outubro passado e bem diferente da versão anterior. Produzido na China, ganhou nova plataforma global, o que permitiu a aplicação de mais sofisticação e tecnologia. O atual Territory cresceu, agora tem medidas maiores do que o Jeep Compass, por exemplo, a referência do segmento.
Com isso, foram reforçadas as características urbanas, com linhas musculosas e retas, cromados na grade e novo conjunto de faróis divididos em duas partes, com luz diurna de LED em cima e faróis principais full LED no meio do para-choque.
As rodas são de liga leve de 19 polegadas com acabamento diamantado, as maçanetas têm a mesma cor da carroceria, e o rack de teto é cinza. Atrás, segue com o nome estampado no meio da tampa, mas o desenho ganhou linhas retas também, reforçado pelas novas lanternas horizontais e com iluminação de LED.
Mas se a questão é explorar o refinamento, é preciso olhar o interior da cabine, onde há muita superfície emborrachada no console e no painel central, detalhes que imitam madeira, bancos dianteiros com ventilação, tecidos sintéticos com textura muito próxima do couro nos bancos e portas, mais um belo teto panorâmico. A situação só não é melhor pelo tom azulado dos acabamentos em conjunto com os detalhes que tentam lembrar madeira em tom cinza, uma mistura que não me agradou.
Tudo isso, acompanhado de espaço generoso para os passageiros de trás, reflexo do entre-eixos de 2,72 metros e do piso plano. E esse é um ponto que a Ford vem tentando explorar para destacar a vantagem do Territory frente aos concorrentes, já que pode atender pessoas que procuram um SUV grande, mas que não precisam ou não gostam das opções com sete lugares.
Tem ainda um bom porta-malas de 448 litros, com abertura elétrica, inclusive por movimento dos pés. No quesito tecnologia, chama a atenção com as telas digitais do painel de instrumentos e do sistema multimídia, ambas com 12,3 polegadas e posicionadas no painel central como se fossem uma peça única, criando uma grande área digital e sem nenhum botão.
Já na hora de acelerar, trouxe outra novidade, o motor 1.5 Ecoboost movido a gasolina. É um velho conhecido, mas renovado, como explicou a Ford, graças a um novo turbo de geometria variável, injeção direta de combustível, comando de válvulas variável, entre outras atualizações. Assim, ganhou mais potência -- agora são 169 cavalos -- e o torque de 25,5 Kgfm, que aparece rápido em baixas rotações.
A transmissão também mudou, saiu a do tipo CVT e entrou a automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. Sim, ao falar sobre um câmbio de dupla embreagem da Ford, é inevitável lembrar da antiga Power Shift, caixa que gerou problemas em modelos como Ecosport e New Fiesta, lá atrás. Pois a engenharia da marca reforçou que se trata de outro conjunto, bastante evoluído e seguro.
O Territory oferece três modos de condução -- Eco, Serra/Colina e Esportivo -- e é equipado com suspensão independente nos dois eixos. Assim, é bem equilibrado e tem força compatível com seu tamanho, mas as respostas de aceleração são mais lineares, o que tem tudo a ver com um carro desse segmento.
Olha, no geral, é um SUV confortável e bastante agradável. Outro ponto positivo é o consumo, com médias oficiais de 9,5 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada. Mas, em rodovia, por exemplo, é fácil superar a média de 12 km/l.
O Territory é oferecido em versão única, a Platinum, e por um preço competitivo para o seu segmento. Essa, mais uma característica que deveria ajudar nas vendas, o que ainda não aconteceu. Na prática, o Territory ainda segue discreto no mercado, mesmo com características interessantes frente aos concorrentes diretos.
Preço Ford Territory Platinum: R$ 209.990,00
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