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Benê Gomes

Jeep Legacy reúne modelos icônicos da marca no Brasil

Encontro mostrou modelos históricos e atuais em Brotas

23 de Dezembro de 2023 às 22:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O encontro reuniu diferentes gerações da família Jeep numa fazenda de Brotas, no interior paulista
O encontro reuniu diferentes gerações da família Jeep numa fazenda de Brotas, no interior paulista (Crédito: Divulgação)

A rica história da Jeep começou bem lá atrás, quando o exército norte-americano lançou uma concorrência para a produção de um modelo versátil e robusto para acompanhar os soldados nas batalhas da Segunda Guerra Mundial.

De lá para cá, houve muita evolução e a participação de personagens marcantes, inclusive em nosso país.

Foi o que a Jeep do Brasil celebrou durante o encontro Jeep Legacy, evento em que reuniu seus carros atuais e alguns modelos icônicos no Hotel Fazenda Primavera da Serra, em Brotas (SP).

Rafael Pires, gerente de produto da Jeep, lembrou a relevância da linha CJ do clássico Jeep Willys na década de 50, que chegou a ser o carro mais vendido do mercado nacional.

“Esses clássicos Jeep despertam muita paixão até hoje, não por acaso, é fácil ver muitos deles rodando por aí. Eles são prova viva da capacidade que a marca sempre teve para trazer inovação em seus veículos, como vemos nos modelos atuais, agora bastante sofisticados e tecnológicos.”

Da linha atual, a Jeep disponibilizou os modelos Renegade T270 4X4, o Compass, versão Trailhawk 4X4 e híbrida 4xe, Commander, Gladiator, Wrangler e o recém-lançado Grand Cherokee Hybrid.

O Jeep MB militar foi uma das estrelas do evento - Divulgação
O Jeep MB militar foi uma das estrelas do evento (crédito: Divulgação)

No entanto, o brilho maior estava na lista dos clássicos presentes: uma versão militar, o Jeep MB de 1942; três versões civis do CJ 3A, anos 1950, 1951 e 1952; dois CJ 6 — um de duas portas 1964 e outro de quatro portas de 1967 — e um CJ 5 de 1974.

Reforçando o time, outros três modelos, porém mais recentes: um Jeep Wrangler de 1997, versão criada para substituir o modelo CJ nos Estados Unidos; um Jeep Grand Cherokee 1996, e um Jeep Cherokee 2008.

Depois, o legal foi poder conhecer também alguns personagens que participaram ativamente da história da marca no Brasil, como o Sr. Luiz Filoni, profundo conhecedor da Jeep e proprietário de um belo representante da geração conhecida carinhosamente como “Bernardão”.

“Olha, tem muita discussão sobre a origem do nome. Uns dizem que foi por causa daquela estátua grande de um Bandeirante na avenida Santo Amaro, em São Paulo; outros justificam que foi por causa da produção do modelo em São Bernardo do Campo, só que todos foram, então, isso não se justifica”, comenta Filoni.

O fato é que o modelo CJ 6 tinha entre-eixos maior, de 101 polegadas ou 2,56 metros — 20 polegadas a mais do que a versão CJ 5. Tanto que recebeu o nome oficial de Jeep 101.

Mas, falando no “Bernardão”, ele guarda outra passagem interessante, envolvendo a versão de quatro portas, essa fabricada no Brasil.

“O Sr. Willian Max Pearce, presidente da Willys-Overland do Brasil na época e grande fã de caça esportiva, fez um pedido especial à fábrica: queria um CJ 6 101, mas com quatro portas e mais conforto para poder levar também seus amigos nas aventuras de caça”, explica-nos Filoni.

Pois assim nasceu o Jeep “Bernardão” de quatro portas, uma exclusividade nacional. E como foi um modelo feito para o presidente, recebeu cuidados especiais, com bancos mais confortáveis, revestimentos diferenciados e rodas com calotas.

O CJ6 de quatro portas, vulgo "Bernardão" - Divulgação
O CJ6 de quatro portas, vulgo "Bernardão" (crédito: Divulgação)

Mas, com tanta informação absorvida nas boas conversas, a melhor parte mesmo foi a oportunidade que tive de assumir o volante de um Bernardão original.

Isso graças à simpatia do Sr. Filoni, que utiliza o seu Jeep CJ6 alongado como carro de serviço em sua empresa desde 1963, a Agromotor, especializada em componentes para a linha Jeep CJ.

Um raro momento para poder sentir como é dirigir um carro robusto e que proporciona profunda interação entre motorista e máquina, já que não tem assistência na direção, a caixa de câmbio de três marchas tem a “primeira seca”, sem anéis de sincronismo, a suspensão é com feixe de molas e o isolamento interno é zero.

O resultado? Pura alegria!

Ao final, esse encontro garantiu ainda um exercício de reflexão, provocado pelo confronto direto entre os clássicos e os modernos modelos Jeep — ainda mais capazes para aventuras 4x4 — mas com identidade e propósitos projetados para públicos diferentes.

E, sem dúvida, bastante autônomos, sem exigir tanta habilidade ou força do motorista. Épocas diferentes, com emoções diferentes também.

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