Até o início dos anos 1970, o Brasil não tinha nenhum campo de provas específico para desenvolvimento de veículos. A única opção das marcas presentes no País era testar os carros nas ruas ou enviá-los ao exterior.

Foi quando a Ford decidiu construir um Campo de Provas próprio, em Tatuí, na Região Metropolitana de Sorocaba, que neste ano completou 45 anos de operação.

Atualmente, a unidade tem papel estratégico para a marca na região, com estrutura completa para desenvolvimento, testes, validações e homologações dos modelos do portfólio atual do Brasil e da América do Sul.

Em 2018, a Ford alterou o nome do tradicional Campo de Provas de Tatuí, que recebeu o título de Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford, momento em que adotou também nova estratégia de atuação e passou a prestar serviços para outras marcas e empresas, da área automotiva e de outros setores.

O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia de Tatuí é um dos sete da Ford no mundo, ao lado dos instalados nos Estados Unidos (três), na Europa, Austrália e China.

Tem área total de 4,66 milhões de m², dos quais 3,63 milhões de m² são de áreas verdes preservadas, com árvores nativas e mais de 360 espécies de animais.

Conta com 40 km de pistas de terra e 20 km de pistas pavimentadas, formadas por áreas de alta e baixa velocidade, com diferentes tipos de piso e traçados, como areia, cascalho, pedras e lama, lombadas, obstáculos, tanque de transposição de água e rampas com até 40º de inclinação.

Segundo a Ford, o espaço está preparado para realizar mais de 440 tipos de testes, com laboratórios de emissões, desmontagem e análise de peças, dinamômetro de motores, vibroacústico e simulador de estradas para avaliação de suspensão.

Há também as áreas de suporte, com garagem experimental, montagem de protótipos, almoxarifado, posto de combustível e carregadores de veículos elétricos, incluindo um ultrarrápido de até 60 kW CC e 43 kW CA.

História

Antes de escolher o local onde seria instalado o campo de provas, nos anos 1970, a Ford fez um amplo estudo e os engenheiros da empresa sobrevoaram o interior paulista durante seis meses em busca do terreno ideal.

“Pesquisamos também o clima, porque muita chuva poderia atrapalhar os testes. Foi assim que chegamos a Tatuí e à Fazenda Bom Pai, uma área de 180 alqueires que estava à venda”, contou Edgard Duílio Heinrich, um dos participantes do projeto.

Uma segunda área foi adquirida depois e as primeiras pistas foram construídas em 1972. Desde então, sua estrutura foi aperfeiçoada e ampliada com seguidos investimentos. Hoje, além da eletrificação, os avanços incluem a digitalização para o desenvolvimento de veículos conectados e autônomos.