A nova geração da Ranger está chegando ao Brasil e, como acontece com a atual picape, será produzida também na América do Sul, na fábrica da marca, em General Pacheco, Argentina. Então, diferente do Brasil, onde fechou suas fábricas, a Ford investiu em uma profunda renovação da unidade argentina com a implementação dos avançados processos da chamada Indústria 4.0.

Construída em uma área com mais de um milhão de metros quadrados, a unidade de Pacheco tem uma longa história, sua planta é completa e reúne todas as etapas do processo de manufatura: estamparia, carroceria, pintura e montagem final, além de um unidade de motores e as áreas administrativas. Mas agora, com as tecnologias da indústria 4.0, ganhou status de fábrica digital.

Em conversa com Rogério Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul, foi possível confirmar o a disposição da marca para atualizar essa tradicional fábrica. “É uma unidade completamente nova, agora uma verdadeira fábrica 4.0, 100% on-line, muito conectada e dotada de equipamentos inteligentes, que têm a capacidade de ler o que estão fazendo, não são apenas peças mecânicas. Fizemos um grande investimento e o resultado direto será comprovado com o alto nível de qualidade da nova Ranger. As pessoas vão perceber isso.”

Segundo a Ford, dos US$ 660 milhões investidos no projeto da nova Ranger, boa parte foi direcionada à modernização da fábrica de Pacheco. O maior destaque é a nova estamparia equipada com linha de prensas de alta velocidade e com capacidade de até 2.500 toneladas. Mas a lista de renovação é grande, inclui, por exemplo, dois quilômetros de novos transportadores aéreos controlados sem fio, 318 novos robôs inteligentes que realizam automaticamente 95% dos pontos de solda de carroceria, mais de mil câmeras e sensores para monitoramento digital de qualidade em tempo real, utilização de energia 100% renovável e muita atenção para as condições de ergonomia, segurança e saúde dos operadores.

A partir de agora, os colaboradores trabalham com o apoio de manipuladores e braços com gravidade zero para a movimentação de peças grandes, condição que exigiu mais de 40 mil horas de treinamento de todos os times da empresa. Dessa forma, a capacidade de produção saltou de 50 para 110 mil unidades por ano. Um cenário que reforça o otimismo indisfarçável da marca, traduzido pelo comentário de Golfarb: “Quando a Ford faz uma nova picape, não faz isso apenas para ser competitiva, mas para definir tendências. A atual Ranger já se destaca pelo nível de tecnologia embarcada acima dos concorrentes, e a nova vai surpreender ainda mais porque é outra picape, tudo é 100% novo.”

A distância

Durante a visita a fábrica na Argentina, a Ford permitiu aos jornalistas presentes um primeiro contato com nova geração da Ranger, mas ainda distante e com vidros escurecidos, sem possibilidade de conferir detalhes internos ou muito menor fazer fotos. Vimos dois modelos, um na cor azul e outro num tom alaranjado. A primeira impressão foi muito positiva, a picape realmente está diferente e com visual moderno, com traços que lembram a F-150 e até a Maverick, como é o caso da nova grade dianteira.

Eram duas versões Limited e com a plaquinha V6 nas laterais dos para-lamas, ou seja, indicação de que a picape ganhará versão turbodiesel de seis cilindros em nosso mercado também. O lançamento está confirmadíssimo para o segundo semestre deste ano, mas ainda sem data oficial. E a nova Ranger deverá ser atração do estande da marca na Agrishow -- também com os detalhes internos escondidos -- que acontece nesta semana em Ribeirão Preto (SP).